Acertar numa profissão que se adeque às nossas aptidões não é
uma tarefa fácil. Se o ofício não for o que desejamos,
tropeçaremos nas maiores dificuldades e levaremos a vida
claudicando. Sobre isso, inclusive, há um provérbio que expressa
uma pertinente reflexão: “vento algum sopra a favor de quem não
sabe para onde vai”. Talvez seja essa uma das razões que pesem na
escolha de uma profissão. Eu mesmo já vi homens togados dizendo que
usavam a Lei como um instrumento sagrado, um cinzel com o qual
esculpiram as sentenças que seriam aplicadas aos infligidores das
Leis. Pura mentira! Não demorei a encontrá-los emporcalhando os
Tribunais com o odor fétido que exalava dos seus veredictos. Haviam
abominado o juramento, desprezado o Livro da Lei e de cutelo na mão
e olhar ameaçador, mercadejavam sentenças. Passaram a achar que
honra era coisa abstrata e que estando de bolso cheio podiam
nivelá-los aos corruptos ou aos carrascos que pouco lhes importava.
Também cruzei com políticos que batiam no peito e diziam defender a
causa do povo, mas quando os cargos lhes foram acenados,
desvencilharam-se dos companheiros e passaram a roê-los como se
fossem abutres. Pareciam hienas famintas, rosnando para defender a
presa. E, tal quais os merecedores de sentenças, ameaçavam quem não
silenciasse diante de suas falcatruas.
Por outro lado, é bom falar de homens que abraçaram ofícios
honrosos e não empanturraram a barriga dos filhos com o sustento
roubado. Esses sim, além de fazerem da profissão um sacerdócio,
desempenham com brilhantismo as tarefas que lhes foram confiadas.
Também pudera, o mundo não é composto somente de seres execráveis.
Tenho convivido com homens e mulheres que enobrecem sua espécie,
tanto pelos dotes humanos como pelo exemplar desempenho profissional.
fonte: Profissão Bomebeiro
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