Problemas na saída de fumaça, extintores e iluminação de
emergência estão entre as deficiências encontradas pelo Corpo de
Bombeiros do Distrito Federal na rede pública de saúde. Dos 22
hospitais públicos, 18 apresentam processo de exigências a serem
cumpridas. O número foi apresentado pelo diretor de vistorias dos
Bombeiros, tenente-coronel Edgard Sales Filho, durante reunião
extraordinária da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC)
da Câmara Legislativa nesta terça-feira (27). A audiência foi
motivada por incêndio ocorrido no começo do mês no Hospital
Regional de Santa Maria.
Presidida pela deputada Liliane Roriz (PSD), a comissão procurou
conhecer o trabalho de vistoria preventiva realizada pelo órgão em
hospitais públicos e privados. “Queremos saber o que tem sido
feito para evitar tragédias no DF”, explicou Liliane, ao mesmo
tempo em que lamentou a ausência de representantes da Defesa Civil
na reunião.
Sobre o incêndio em Santa Maria, o tenente-coronel Sales Filho disse
ter sido uma "fatalidade". Conforme explicou, o hospital é
novo e é um dos poucos com instalações contra incêndio plenas.
“Se o mesmo evento tivesse acontecido no Hospital de Base, por
exemplo, a situação teria sido bem mais grave”, afirmou.
Segundo ele, o Hospital de Base está em processo de aplicação de
penalidade por descumprimento de 63 exigências. “No caso de um
hospital particular, podemos multar e interditar, mas e o Hospital de
Base?”, questionou, lembrando que situações semelhantes acontecem
em prédios do Congresso Nacional, ministérios, setor comercial e
escolas públicas.
"Temos vistoriado toda a máquina pública e notamos que,
principalmente em decorrência da demora por conta da lei de
licitações, as instalações têm se deteriorado. A segurança
contra incêndios merece mais atenção", pediu Sales Filho. "A
situação não é para trazer pânico, mas é importante trazer para
os parlamentares, que são corresponsáveis e parceiros",
completou o chefe do Departamento de Segurança contra Incêndios dos
Bombeiros, coronel André Gonçalves Elias.
Elias salientou, ainda, que um dos maiores problemas para a prevenção
de incêndios é o "puxadinho": "As exigências que
fazemos são para minimizar danos, e os gestores ampliam áreas e o
número de atendidos, mas se esquecem de redimensionar a rede de
segurança dos locais".
Responsabilidade – "Os bombeiros estão
fiscalizando, a Secretaria de Saúde tem que se responsabilizar",
cobrou o deputado Evandro Garla (PRB). Liliane Roriz concordou:
"A população já paga imposto, é responsabilidade do governo
fazer pregões e contratos de emergência".
Os deputados cobraram, também, a contratação de mais servidores
para a fiscalização. Atualmente o Corpo de Bombeiros conta com três
postos de fiscalização e 25 agentes fiscalizadores – dos quais 17
trabalham na rua, fazendo vistorias e atendendo denúncias. Segundo o
tenente-coronel Edgard Sales Filho, seriam necessários, no mínimo,
48 agentes para a atividade.
Desdobramentos – A presidente da comissão se
comprometeu a convidar gestores dos hospitais e representantes da
Defesa Civil para aprofundar o entendimento sobre a situação e
cobrar providências. "O Corpo de Bombeiros está atento e há
recursos para a adequação dos hospitais", afirmou.
O deputado Evandro Garla pediu que a comissão apure se algum
hospital público do Brasil já foi fechado por razões semelhantes,
e a deputada Luzia de Paula (PEN) elogiou o "heroísmo" da
corporação, que "tem feito um trabalho de qualidade mesmo com
déficit no número de bombeiros"
FONTE: CLDF
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.