Tempo
de seca, dias de muito trabalho para o Corpo de Bombeiros.
Especialmente para aqueles que cuidam de forma específica das áreas
verdes do Distrito Federal. Nas últimas quarta e quinta-feiras, uma
equipe do Correio acompanhou a rotina de equipes do Grupamento de
Proteção Ambiental. Viu, principalmente, a dificuldade em encontrar
e acessar os focos de incêndio. Muito em função dos motoristas que
não dão passagem nem a viaturas com sirenes ligadas. Testemunhou
também a resistência física dos militares. Eles passam horas sem
comer e ir ao banheiro. Em meio às labaredas, as maiores
preocupações são a inalação de grande quantidade de fumaça, a
insolação, os buracos escondidos pelo mato e o ataque de animais
peçonhentos acuados pelas chamas.
No
entanto, neste ano, nenhum bombeiro ainda foi vítima de grave
acidente. Muito pela preparação, a cooperação entre os colegas e
os equipamentos individuais de proteção. Os brasilienses contam com
o que há de melhor no trabalho em terra. Além do fardamento
obrigatório, eles só deixam o quartel com mochila d’água para
consumo próprio, capacete, óculos, luvas e balaclava. Para combater
o fogo, levam uma bolsa com 20 litros de água, abafadores e facões
Na
quarta-feira, um dia de poucas chamadas, uma de maiores destaques foi
no Setor de chácaras de Taguatinga Norte. Atendida por um grupo de
militares lotado na cidade, a ocorrência era grave pela proximidade
a uma residência. “Trabalho aqui há três anos e, nessa época,
sofremos com os incêndios. Passei o trator, mas não adianta. São
os vizinhos que colocam (o fogo) e eu nem falo nada, não quero
confusão. Ontem (terça-feira), eu estava com medo de sair de casa e
pegar fogo em tudo, aí, hoje, acontece isso”, lamentou Aldeni
Rodrigues de Jesus, 46 anos. Os carros da oficina de lanternagem,
gerenciada pelo marido e pelo filho, e as 40 galinhas foram salvos a
tempo, mas os pés de graviola e de manga não resistiram ao calor.
FONTE: Correio Braziliense
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