A
Câmara Legislativa foi palco de bate-bocas e ofensas, no que era
para ser uma comissão geral sobre a crise na segurança pública. O
secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, compareceu ao
debate e foi alvo de críticas do deputado Patrício (PT). Ambos
chegaram a trocar xingamentos. Líderes de associações de policiais
militares e de conselhos comunitários também listaram os problemas
atuais, sem indicar rumos para o futuro.
Foram
mais de cinco horas de reunião, mas o resultado ficou apenas nas
críticas e reclamações sobre a insegurança. O plenário da Câmara
estava lotado e a cada fala mais intensa, a plateia aplaudia, o que
deu à reunião um tom de campanha eleitoral. Sandro e Patrício são,
ambos, candidatos a deputado federal.
Situação
“atípica”
Apesar
de todas as críticas, Sandro Avelar demonstrou que os índices de
violência do Distrito Federal ainda estão atrás de várias
capitais. . Ele classificou o aumento na criminalidade como uma
situação “atípica” — aparentemente, referia-se à operação
tartaruga — e criticou a legislação penal.
“São
leis de países de primeiro mundo, que querem aplicar aqui no Brasil.
Isso é, na melhor das hipóteses, ingenuidade”, disse, depois de
chamar de “frouxas” as leis relacionadas a menores infratores e
reincidentes.
O
debate esquentou depois da fala do deputado Patrício, que chegou a
dizer que se fosse o governador, teria exonerado Sandro Avelar. O
distrital também criticou a ausência do comandante da Polícia
Militar, Anderson Moura, e o fato de Avelar não ter trazido
propostas.
A
situação ficou ainda mais tensa quando Patrício chamou Sandro
Avelar de “rainha da Inglaterra”, sugerindo que o secretário
nada decide. Avelar retrucou chamando o deputado de “bobo da
corte”. Ao finalizar, Patrício voltou a provocar.
“A
frase que vossa excelência falou mais se assemelha à nossa
situação. A legislação já é frouxa. Agora, imagina o policial
ser frouxo. É preciso que o secretário de Segurança deixe de ser
frouxo e resolva a situação”, disparou.
Saiba
Mais
Representantes
da Ordem dos Advogados do Brasil, da Associação Comercial do DF e
de entidades que representam policiais civis e militares também
participaram do debate.
No
entanto, a reunião não rendeu resultados concretos.
O
deputado federal Luiz Pitiman (PSDB) citou 13 situações que teriam
demonstrado a falta de gestão do governo.
Isso
despertou a revolta do distrital Chico Vigilante (PT) que partiu para
o contra-ataque e fez uma série de acusações ao parlamentar
tucano.
Votações
ficam ameaçadas com impasse
O
secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, voltou a
esbravejar no microfone e chegou a fazer o movimento de levantar para
ir tirar satisfações com Patrício (PT), mas foi contido pela
deputada Celina Leão (PDT). Nos discursos seguintes, Avelar foi
defendido pelos deputados colegas de partido, Wellington Luiz e Rôney
Nemer, ambos do PMDB, além do deputado Doutor Michel (PP).
Uma
das poucas sugestões levantadas pelos deputados partiu de Eliana
Pedrosa (PPS), que convocou os colegas a paralisarem as votações
até que se resolvesse a reestruturação da carreira dos policiais.
A
mãe do jovem Leonardo Almeida, assassinado em Águas Claras, Ana
Cleide Almeida, compareceu a reunião, mas deixou o plenário antes
do fim do debate. Ela disse que ainda não se recuperou do trauma.
Fonte:
Da redação do Jornal de Brasília
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