A explosão em um apartamento de
Samambaia, em 1º de maio, revelou um perigo antes desconhecido até
mesmo pelas autoridades de fiscalização do Distrito Federal. Parte
dos balões de festas infantis ou os metalizados, vendidos nas ruas
de Brasília, são preenchidos com uma substância perigosa: o
hidrogênio. Isso transforma inocentes bexigas em verdadeiras bombas.
Em busca de mais lucro na venda dos produtos, ambulantes ou até
empresas de festas usam receitas da internet para encher as bexigas.
A mistura química ensinada por populares é perigosa e pode provocar
casos como o de Marcos Paulo Soares Rodrigues, 26 anos, que teve a
casa destruída.
O faturista usou um cilindro para
armazenar soda cáustica, pó de alumínio e água. O objeto não
suportou a pressão do gás formado e devastou o apartamento de
Marcos Paulo. Ele fazia a mistura havia quatro anos, enchia balões e
vendia. Iniciou o trabalho para complementar a renda. Pegou a receita
caseira em um site e começou a comercializar os produtos infantis
sem saber dos perigos. “Eu sempre acreditei que era gás hélio.
Mas depois da explosão, vi os efeitos que isso pode causar. Os
bombeiros disseram que foi um milagre termos sobrevivido”, afirma.
No momento do acidente, ele, a irmã e esposa estavam dentro da
unidade imobiliária. Somente a área onde estavam não foi
destruída.
À reportagem do Correio,
revelou que a prática é comum na cidade. “Conheço muitas pessoas
que usam esses produtos. Duas compraram de mim botijões parecidos
com os que tinha para fazer a reação química. É o que mais vemos
nas ruas. Isso me preocupou. Muitos não sabem do perigo”, alerta
Marcos Paulo. Eles optam pela mistura por ser mais barata. Um
cilindro de gás hélio, capaz de encher cerca de 40 balões, custa
R$ 120. Com a mistura química ensinada na grande rede, Marcos
gastava R$ 40 para inflar 70 balões.
Fonte: Correio Braziliense
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