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ESPECIALISTAS APOTAM RISCOS NO CASO DE ACIDENTE EM ESTÁDIOS

Dispensar o alvará definitivo em favor de um documento temporário — laudos provisórios ou termos de ajustamento de conduta — para viabilizar os estádios na Copa do Mundo é uma estratégia arriscada, na opinião de especialistas ouvidos pelo Correio. Segundo os profissionais, itens não finalizados de segurança podem ser cruciais em caso de acidente, incêndio ou atentado terrorista: buscar certificados transitórios evidenciaria que algo arrisca não estar pronto.

Com as obras entregues às pressas ou até mesmo inacabadas, o Corpo de Bombeiros não pode permitir a emissão de um alvará. Mas, se os ajustes não forem concluídos até o início dos jogos em cada sede, as corporações admitem a criação de algum documento provisório que permita a realização do evento. Uma medida questionável, na opinião de Jorge Hori, consultor do Sindicato de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco). “O Corpo de Bombeiros é muito rigoroso, mas isso de laudo provisório é dar um jeitinho. Ou está pronto ou não está”, critica.
“Com um volume de obras desse tamanho, algo vai ficar para trás, não há dúvida. É impossível passar um pente fino”, aponta Dickran Berberian, professor de Engenharia na Universidade de Brasília (UnB). Os especialistas concordam que é improvável obter 100% de conclusão um tempo tão curto para correções na Arena da Baixada, em Curitiba; na Arena Pantanal, em Cuiabá; e no Beira-Rio, em Porto Alegre.

Segurança
Para os engenheiros, o risco nos estádios deve ser pequeno, por causa do nível de exigência do Corpo de Bombeiros durante a execução do projeto. Isso caso não haja imprevistos: neste caso, o cenário mudaria. “A pendência (para o alvará) pode ser a finalização para sair do estádio. Se houver essa necessidade e a sinalização não estiver correta, será uma situação crítica. Imagine sair por um local que está em obras, com tapume”, alerta Emílio Mamede, especialista em avaliações e perícias de engenharia.
Nesses casos, Jorge Hori lembra que será difícil cumprir o tempo padrão de oito minutos determinado pela Fifa para esvaziar o estádio. “Em caso de acidentes, é muito mais complicado. No caso do Corinthians, por exemplo, as estruturas temporárias são o maior problema. Alguns detalhes podem aumentar o risco”, avalia.
Embora o país tenha sido escolhido como sede do Mundial há sete anos, os atrasos nas obras causaram a uma situação difícil a poucos dias do início do evento. “As obras não começaram no momento certo, aí agora fica esse desespero para querer liberá-las. Já aconteceram acidentes por falta do teste correto no tempo correto. Eu espero que não aconteça nada, mas tem um monte de estádio com problema até no gradil. O resultado nós conhecemos”, recorda, em referência a episódios como a final do Campeonato Brasileiro de 2000, quando o alambrado de São Januário cedeu, deixando 150 feridos.
"Laudo provisório é dar um jeitinho. Ou está pronto ou não está”
Jorge Hori,
consultor do Sindicato de Arquitetura e Engenharia

Fonte: Super Esporte


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