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REUNIÃO ÀS PRESAS PARA MUDANÇA NA PROPOSTA DE RESTRUTURAÇÃO

Bombeiros militares são convocados para fazer possíveis mudanças na proposta de restruturação da carreira



Na última quinta-feira, dia 11 de setembro, foi realizada uma reunião entre diversos militares, de diversas graduações, e das mais diversas unidades, no auditório da ABMIL. Alguns foram voluntários e outros estavam lá compulsoriamente. A reunião foi presidida pelos Cel Alcantra e TC Lisandro.

O assunto discutido foi a restruturação da carreira de bombeiro militar. É preciso lembrar que uma comissão já havia sido formada há cerca de quatro meses e elaborou a proposta que havia sido enviada ao GDF, e que por motivos ainda desconhecidos retornou a mesa e agora é apresentada para suscitar, quem sabe, algumas mudanças.
A reunião começou com a apresentação do projeto pelo Cel Lisandro, com os seguintes pontos já inclusos no texto:
- Licença para frequentar curso de formação;
- Licença para acompanhar cônjuge com tempo máximo de 3 anos;
- Instituto da Recondução com tempo máximo de 3 anos (o militar pode sair da corporação e dentro desse período de 3 anos retornar à caserna);
- Instituto de Readaptação (o militar que tiver alguma invalidez parcial, terá a possibilidade de ser aproveitado em alguma atividade compatível com sua deficiência, sem prejuízo para carreira, ou seja, não perderá as promoções);
- Reserva remunerada para as mulheres com 25 anos de serviço;
- Auxílio Inatividade (especula-se que seja um valor compensatório pela perda do Auxílio Alimentação);
- Gratificação para instrutores e monitores;
- Gratificação por titulação (pós-graduação, mestrado, doutorado);
- Auxílio Acidente (uma espécie de seguro com uma tabela de valores diferenciados para cada tipo de situação);
- Quadro civil com funções técnico-administrativas (nível médio);
- Aumento da idade de ingresso no CFP e CFO (30 anos);
- Independência de vagas para promoção de praças;
- Interstício de 4 anos, com exceção dos 1° Sgts no momento da edição da lei, que será de 3 anos;
- Promoção por tempo de serviço (25 ou 30 anos de serviço);
- Criação da QBMG 5 específico para APH e Policlínica, sem prejuízo nas promoções. (haverá regra de migração entre outros os quadros);
- Auxílio Permanência
- Tempo máximo de 4 anos nos últimos postos, exceto o de subtenente (major adm. e coronel);
- Tempo máximo de serviço de 35 anos;
- Ajuste de vagas em todos os quadros de oficiais conforme necessidade de cada quadro.
Após a apresentação destes pontos, os bombeiros presentes, cerca de cem militares, fizeram perguntas e sugeriram mudanças em diversos pontos. As principais sugestões giravam em torno dos mesmos assuntos:
- Carreira única com entrada única;
- Promoção da praça à oficial pela antiguidade e/ou merecimento;
- Aumenta de vagas no quadro de oficiais;
Em alguns momentos a discussão teve uma pincelada de emoção e até alguns desabafos por parte de militares com mais de 20 anos de serviço, que sinalizaram uma frustração na carreira por terem vencido diversas barreiras como a ascensão através dos concursos e cursos internos (CFC, CFS, CAS, CAP, CAEP), e que mesmo assim estavam estacionados na carreira, fadados a serem subtenentes na inatividade. Emoções à parte, a reunião transcorreu de maneira respeitosa e apesar de quase 7 horas de intensos debates, argumentações e apresentações, todos os que se predispuseram a falar foram contemplados.
Ao final da reunião foi decidido que a proposta seria disponibilizada na intranet do CBMDF, para consulta e sugestões. Uma nova reunião está marcada para a próxima terça-feira, dia 16 de setembro. Neste espaço de tempo escasso, os militares presentes poderão capitar as sugestões de suas unidades para levá-las à discussão e, quem sabe, fazer os ajustes necessários no projeto, que tem prazo estipulado pelo GDF para devolução no dia 25 de setembro de 2014.
Embora essa seja uma oportunidade singular na história do CBMDF, onde a discussão pôde ser aberta e sem as esporas do militarismo colocando freio na argumentação e nos sonhos dos bombeiros, há um clima de desconfiança no ar, já que estamos a poucos dias das eleições e a proposta tem um tempo apertado para ser devolvida, 10 dias antes da eleição. Além disso uma pergunta feita por um dos bombeiros reflete bem este clima, que dentre outras palavras disse “Até que ponto as sugestões aqui apresentadas, e quem sabe apreciadas pela maioria, serão aceitas ou não? Quem define tais circunstâncias para que não estejamos aqui, quem sabe, num teatro, onde estaremos falando de algo que não mudará nada“. A resposta foi que as questões estão abertas para possíveis acréscimos e evidentemente alguns itens terão menor ou nenhuma flexibilidade. Segundo os oficiais presentes, há também o receio de que algumas questões que, embora seja anseio da maioria, possa atrapalhar o processo de aprovação.
O Portal Somos Heróis não fará juízo de valores significativos sobre este processo de discussão para apresentação da proposta de restruturação da carreira, até que tudo se encerre e teremos então uma melhor avaliação do que foi visto, discutido, aprovado ou não. A dificuldade em se elogiar ou criticar, é porque não houve tempo suficiente para apreciação da proposta na íntegra, já que ela só foi disponibilizada nesta data para consulta. É verdade que muitos militares que estiveram na pequena comissão que construiu tal proposta, dedicaram tempo e estudo para tal, e mesmo ela não atendendo os gritos da tropa por uma carreira única, igualitária e justa, é preciso reconhecer os valores destes militares. Contudo, é preciso ressaltar que algumas limitações culturais e filosóficas emperram o processo, porque tudo parte do princípio que a tropa AINDA É MILITAR, e portanto estas barreiras dificilmente serão ultrapassadas enquanto o “CB” não perder o “M”, ou seja, na condição de militares alguns anseios esbarram nas funções que cada graduação tem e nas limitações que os regulamentos impõem. Alguém pode pensar: Como poderemos ter uma tropa com tantos subtenentes? Quem fará as funções de soldado, cabo e sargentos? Este questionamento só existe porque se está pensando com o neurônio militar, porque à exemplo das polícias civil, rodoviária e federal, chega-se ao teto da carreira em 15 anos de serviço. Será que não podemos ser vanguarda nessa mudança?
Fonte: Somo Heróis


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