BRASÍLIA - O deputado federal de
primeiro mandato José Augusto Rosa (PR-SP), que se elegeu como
Capitão Augusto, ex-oficial da Polícia Militar, já chama a atenção
na Câmara pela vestimenta. Ele participa das sessões do plenário e
circula pelos corredores fardado, e com muitas medalhas de
condecorações penduradas. Acredita-se que seja o primeiro
parlamentar a trabalhar nesses trajes.
Mas ainda é pouco. O militar,
hoje na reserva, acaba de criar o Partido Militar Brasileiro (PMB),
que, diz, está prontinho para funcionar. O capitão garante que
todas etapas burocráticas para se fundar um partido - como
recolhimento de milhares de assinaturas, realização de convenção
e publicação no Diário Oficial - foram vencidas e que o registro
definitivo deve sair em breve. Assegura o fundador que ainda nesse
semestre o PMB estará a todo vapor na Câmara. E com uma bancada,
estima, entre 10 a 15 deputados. A se confirmar, será o 33º partido
em exercício no Brasil e o 29º com representação na Câmara..
O capitão Augusto não esconde o
espectro ideológico da sua legenda:
- É o primeiro partido
assumidamente de direita - contou ao GLOBO, e explicou a gênese do
PMB:
- Somos originários da antiga
Arena (Aliança Renovadora Nacional) - disse, se referindo ao partido
criado no início da ditadura, em 1965, e que deu sustentação aos
presidentes militares.
O militar ainda não decidiu o
número do partido. Tem quatro opções. A primeira, 18:
- É a idade do alistamento
militar obrigatório, mas também a idade da maioridade penal que
queremos derrubar no Congresso Nacional.
A segunda, 38:
- É por causa do famoso três
oitão (38), revólver mais usado pelas corporações militares.
A terceira, 64:
- Em homenagem a nossa revolução
democrática.
E a quarta, 99:
- Para ser bem diferente de tudo
mesmo.
Aos 47 anos, o capitão Augusto
se elegeu pela primeira vez. Em outras duas tentativas ficou como
primeiro suplente, mas preferiu não assumir interinidades para não
ser obrigado a ir para inatividade na carreira militar.
- Agora que sou titular, tudo
bem. Tive que ir para a reserva para assumir o mandato - explica.
O parlamentar falou da
experiência de ir a Câmara de farda e disse que, na primeira
semana, era barrado a todo momento pelos seguranças.
- É que o pin (pequeno broche
que identifica um parlamentar) é muito pequeno e ele sumia no meio
das medalhas.
Depois, diz, o pessoal se
acostumou.
- Todo mundo elogia, gosta muito.
Somente dois deputados me abordaram achando estranho. Perguntaram se
era permitido, se o regimento aceita, se o presidente autorizou. Mas
a maioria esmagadora achou bonito, diferente.
O regimente da Câmara, na
verdade, não é claro sobre o assunto. O capitão diz que pode, que
há um ato da direção da Câmara, de 1980, que permite o uso de
passeio completo no plenário.
- E essa é uma farda de
solenidades, semelhante ao terno. Tem gravata, calça, camisa, sapato
e paletó. É uma farda de passeio. E não uma farda operacional.
O deputado diz ter a permissão
do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para usá-la.
Perguntado se a Polícia Militar de São Paulo permite, ele responde:
- A PM se sente lisonjeada.
Recebi centenas de email, torpedos e mensagens no whatsapp com
elogios. Muita gente emocionada até.
BRASÍLIA - O deputado federal de
primeiro mandato José Augusto Rosa (PR-SP), que se elegeu como
Capitão Augusto, ex-oficial da Polícia Militar, já chama a atenção
na Câmara pela vestimenta. Ele participa das sessões do plenário e
circula pelos corredores fardado, e com muitas medalhas de
condecorações penduradas. Acredita-se que seja o primeiro
parlamentar a trabalhar nesses trajes.
Mas ainda é pouco. O militar,
hoje na reserva, acaba de criar o Partido Militar Brasileiro (PMB),
que, diz, está prontinho para funcionar. O capitão garante que
todas etapas burocráticas para se fundar um partido - como
recolhimento de milhares de assinaturas, realização de convenção
e publicação no Diário Oficial - foram vencidas e que o registro
definitivo deve sair em breve. Assegura o fundador que ainda nesse
semestre o PMB estará a todo vapor na Câmara. E com uma bancada,
estima, entre 10 a 15 deputados. A se confirmar, será o 33º partido
em exercício no Brasil e o 29º com representação na Câmara..
O capitão Augusto não esconde o
espectro ideológico da sua legenda:
- É o primeiro partido
assumidamente de direita - contou ao GLOBO, e explicou a gênese do
PMB:
- Somos originários da antiga
Arena (Aliança Renovadora Nacional) - disse, se referindo ao partido
criado no início da ditadura, em 1965, e que deu sustentação aos
presidentes militares.
O militar ainda não decidiu o
número do partido. Tem quatro opções. A primeira, 18:
- É a idade do alistamento
militar obrigatório, mas também a idade da maioridade penal que
queremos derrubar no Congresso Nacional.
A segunda, 38:
- É por causa do famoso três
oitão (38), revólver mais usado pelas corporações militares.
A terceira, 64:
- Em homenagem a nossa revolução
democrática.
E a quarta, 99:
- Para ser bem diferente de tudo
mesmo.
Aos 47 anos, o capitão Augusto
se elegeu pela primeira vez. Em outras duas tentativas ficou como
primeiro suplente, mas preferiu não assumir interinidades para não
ser obrigado a ir para inatividade na carreira militar.
- Agora que sou titular, tudo
bem. Tive que ir para a reserva para assumir o mandato - explica.
O parlamentar falou da
experiência de ir a Câmara de farda e disse que, na primeira
semana, era barrado a todo momento pelos seguranças.
- É que o pin (pequeno broche
que identifica um parlamentar) é muito pequeno e ele sumia no meio
das medalhas.
Depois, diz, o pessoal se
acostumou.
- Todo mundo elogia, gosta muito.
Somente dois deputados me abordaram achando estranho. Perguntaram se
era permitido, se o regimento aceita, se o presidente autorizou. Mas
a maioria esmagadora achou bonito, diferente.
O regimente da Câmara, na
verdade, não é claro sobre o assunto. O capitão diz que pode, que
há um ato da direção da Câmara, de 1980, que permite o uso de
passeio completo no plenário.
- E essa é uma farda de
solenidades, semelhante ao terno. Tem gravata, calça, camisa, sapato
e paletó. É uma farda de passeio. E não uma farda operacional.
O deputado diz ter a permissão
do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para usá-la.
Perguntado se a Polícia Militar de São Paulo permite, ele responde:
- A PM se sente lisonjeada.
Recebi centenas de email, torpedos e mensagens no whatsapp com
elogios. Muita gente emocionada até.
Fonte: O Globo
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