Novas explosões foram
registradas, no incêndio que, desde as 10h de quinta-feira (2/4),
atinge tanques de combustíveis da empresa Ultracargo, no Porto de
Santos, litoral sul de São Paulo. A previsão é de que as chamas
persistam indefinidamente neste sábado (4/4). No início da noite
dessa sexta-feira (3/4), cinco tanques estavam em chamas, cada um com
capacidade para armazenar até 6 milhões de litros de combustível
(etanol e gasolina). Pela manhã, os bombeiros voltaram a tentar
combater o fogo diretamente com espuma, mas não obtiveram sucesso
porque as temperaturas altas, de quase 800ºC, faziam com que o
material evaporasse antes mesmo de chegar ao foco do incêndio. Os
brigadistas retomaram a estratégia de resfriar os cerca de 40
tanques de gasolina e etanol que estão ao redor do fogo. O problema
é que a tubulação entre eles tem menor capacidade de aguentar o
calor e, ao se romper, espalha combustível pela área do terminal da
empresa.
Mais de 150 homens do Corpo de
Bombeiros trabalham no local, com 22 viaturas. “Tememos que os
tanques voltem a colapsar, como aconteceu ontem (quinta-feira), o que
espalharia mais combustível por uma área maior. Não sabemos quanto
esses tanques aguentam. É um dragão contido em uma gaiola”,
informou o Capitão Wagner Bertolini, dos Bombeiros. Apesar do clima
de tensão, há motivos para acreditar que o combate ao incêndio tem
sido efetivo. Segundo os brigadistas, a cada hora as labaredas
diminuem em média 30 centímetros.
Na região do incidente, houve
chuva de cinzas, mas especialistas afirmam que não se trata de
resíduo tóxico. De qualquer forma, a recomendação é para que as
pessoas evitem exposição ao material. A coluna de fumaça é vista
à muita distância. Em muitos pontos das cidades de Santos e São
Vicente, é possível sentir cheiro de queimado.
De acordo com a Companhia Docas
do Estado de São Paulo (Codesp), o movimento de navios no canal do
estuário permanece interrompido no local do incêndio. Apenas a
embarcação Governador Fleury, que pertence ao Corpo de Bombeiros,
está no cais, de onde permanece bombeando água do mar para os
caminhões tanques.
O acesso para o Porto de Santos
pelo Viaduto da Alemoa, no km 62 da Rodovia Anchieta, permanece
fechado. No Sistema Anchieta-Imigrantes funciona em esquema 7x3, com
todas as pistas da Via Anchieta e a pista sul da Rodovia dos
Imigrantes para descida ao litoral. A subida é feita somente pela
pista norte da Imigrantes. De acordo com a concessionária Ecovias, o
trânsito é lento na chegada a Santos.
ATENDIMENTOS O bombeiro Claudio
Rodrigues Gonçalves, de 39 anos, foi atingido no olho por uma
fagulha e precisou ser levado ao Pronto Socorro Central de Santos
para avaliação oftalmológica, mas já teve alta, A Prefeitura de
Santos informou que o Samu atendeu 34 pessoas no local, todos homens
com superaquecimento. “Não é queimadura. Isso acontece porque as
vítimas são funcionários da área industrial da Alemoa, usam
roupas pesadas, sofrem alterações na pressão arterial e aumento na
temperatura corporal”, segundo a prefeitura. Crises nervosas e
inalação de fumaça também foram registradas nos pacientes. Todos
foram atendidos no local e liberados. No Pronto-Socorro Central de
Santos, três pessoas com crises nervosas foram medicadas e
liberadas.
Fonte: Correio Braziliense
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