Uma paciente com suspeita de
contaminação por superbactéria foi isolada na manhã desta
segunda-feira (25) no Hospital Regional de Taguatinga. De acordo com
a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, ela foi avaliada por um
pneumologista no dia 19, e os resultados dos exames não indicaram
contaminação pela Klebsiella pneunoniae (KPC). Os testes serão
repetidos ao longo do dia.
Ainda segundo a pasta, o
isolamento é um procedimento normal nestes casos, mas não há
restrições para atendimento a outros pacientes. Resistente a
antibióticos, a superbactéria pode levar à morte. Uma mensagem que
circula em redes sociais diz haver orientação para se evitar o
hospital de Taguatinga, por causa da contaminação. A secretaria
nega a existência da recomendação.
“Superbactéria” é um termo
que vale não só para um organismo, mas para bactérias que
desenvolvem resistência a grande parte dos antibióticos. Enzimas
passam a ser produzidas pelas bactérias devido a mutações
genéticas ao longo do tempo, que tornam grupos de bactérias comuns
como a Klebsiella e a Escherichia, resistentes a muitos medicamentos.
Outro mecanismo para
desenvolvimento de superbactérias é a transmissão por plasmídeos
– fragmentos do DNA que podem ser passados de bactéria a bactéria,
mesmo entre espécies diferentes. Uma Klebsiella pode passar a uma
Pseudomonas, e esta pode passar a uma terceira. Se o gene estiver
incorporado no plasmídeo, ele pode passar de uma bactéria a outra
sem a necessidade de reprodução.
No território nacional, além da
KPC, circulam outras bactérias multirresistentes, como a SPM-1 (São
Paulo metalo-beta-lactamase). Entre os remédios ineficazes estão as
carbapenemas, uma das principais opções no combate aos organismos
unicelulares. Remédios como as polimixinas e tigeciclinas ainda são
eficientes contra esses organismos, mas são usados somente em casos
de emergência, como infecções hospitalares.
KPC
Em outubro do ano passado, a
Secretaria de Saúde isolou a UTI neonatal do Hospital Materno
Infantil depois que exames feitos em três bebês apontaram a
presença da superbactéria KPC. De acordo com a pasta, o diagnóstico
não significava que eles desenvolveriam infecção, mas a medida
havia sido adotada para evitar uma eventual propagação do
micro-organismo.
Em 2010, casos notificados de
pessoas infectadas pela KPC levaram a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) a instituir normas de combate à bactéria. Entre
as medidas anunciadas estava a instalação de dispensadores de
álcool em gel em todos os ambientes de atendimento nos hospitais e
clínicas públicas e particulares.
Em 2009, de 1º de janeiro até o
dia 15 de outubro, 18 pacientes morreram por conta da KPC no DF. No
mesmo período, foram registradas 183 pessoas portadoras da bactéria,
das quais 46 tiveram infecção. A Secretaria de Saúde não informou
o número total de casos desde então.
A KPC já foi identificada em
Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Santa Catarina.
Ela faz parte da flora intestinal das pessoas e pode ser transmitida
por meio do contato. As complicações costumam ocorrer somente em
casos de pacientes com baixa imunidade, como os que estão com câncer
em estágio avançado ou passaram por transplantes.
Fonte: G1
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