Brasília entrou em estado de
emergência ambiental devido à seca. A medida, que consta em decreto
publicado no Diário Oficial do Distrito Federal dessa terça-feira
(16), prevê que os órgãos participantes do Plano de Prevenção e
Combate a Incêndios Florestais executem as medidas necessárias para
minimizar as ocorrências e os efeitos das queimadas.
"Um dos objetivos do decreto
é permitir a seleção de brigadistas para os órgãos que
necessitarem. No Instituto Brasília Ambiental (Ibram), por exemplo,
a previsão é contratar cerca de 30 profissionais", explica o
subsecretário de Áreas Protegidas, Cerrado e Direitos dos Animais,
Romulo Mello, ao destacar que esses contratos podem ter duração de
seis meses, e a seleção deve ocorrer dentro de 60 dias.
De acordo com o Instituto
Nacional de Meteorologia, o período de seca vai de maio a setembro,
mas a situação tende a ser mais preocupante em junho, julho e
agosto, quando quase não há registros de chuva. É nesse intervalo
que as ações de combate previstas pelos órgãos que integram o
plano de prevenção ocorrem de maneira mais ostensiva.
As brigadas de cada local são as
responsáveis pelo combate inicial ao fogo, para evitar que o
incêndio tome grandes proporções até a chegada do Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal. Segundo o subsecretário, o
fato explica a importância das equipes de brigadistas.
Neste ano, a missão de treinar
os profissionais cabe ao próprio Corpo de Bombeiros, que capacitou
servidores do Ibram e do Jardim Botânico de Brasília e auxiliou a
seleção de brigadistas da Floresta Nacional.
Prevenção
Desde o início de 2015, membros
dos governos local e federal reúnem-se para discutir as ações de
cada setor dentro do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios
Florestais. Houve redução neste ano, quando o Corpo de Bombeiros
registrou 114 incêndios florestais e 155 hectares de área queimada.
De janeiro a maio de 2014, foram computadas 519 ocorrências e 212
hectares de área queimada.
"Teremos um período seco
forte, não podemos ter a perspectiva de que não haja incêndio.
Nossa meta é reduzir a área afetada", resume Mello. Para
alcançar o feito, os bombeiros dividem os trabalhos em duas fases:
prevenção e combate. A primeira é realizada de forma mais intensa
no início do ano, quando há um grande registro de chuva, e envolve
ações de educação ambiental, treinamento — inclusive da própria
tropa — e estudo das áreas propensas a incêndios florestais. A
etapa de combate teve início neste mês.
Entre as ações de educação
ambiental, a corporação realiza palestras e oficinas em áreas
propensas a incêndios florestais. Só em maio, mais de mil pessoas
participaram das atividades e aprenderam a confeccionar abafadores
com materiais cedidos pelos militares. A ferramenta é usada pelos
moradores no combate inicial, caso haja necessidade.
Outra responsabilidade do Corpo
de Bombeiros é a montagem do Sistema de Comando de Incidente,
espécie de sala de gerenciamento de ocorrência que funciona quando
há um incêndio de grande proporção. A ideia é reunir
representantes de órgãos competentes em um mesmo espaço para que a
atuação seja rápida e fácil. "Serve para facilitar a
comunicação entre os envolvidos no combate às queimadas",
pontua o tenente-coronel Glauber de La Fuente, comandante do
Grupamento de Proteção Ambiental, cuja equipe tem 220 militares.
Educação
No Ibram, o programa Fogo Apagou
também investe na educação ambiental como forma de prevenção. As
atividades ocorrem durante o ano inteiro em escolas e comunidades em
geral.
Em paralelo, uma equipe
especializada faz um levantamento em todas as áreas gerenciadas pelo
Ibram que tenham vegetações suscetíveis a incêndio. Até agora,
15 parques foram visitados, e a ideia é que 40 sejam vistoriados até
o fim do mês. O Ibram elabora um relatório anual no qual ficam
evidenciadas as áreas de maior risco durante a seca, o que facilita
o trabalho do órgão.
Outro órgão integrante do plano
e que tem trabalhos avançados no quesito prevenção, o Jardim
Botânico realizou uma ação para sensibilizar os vizinhos da área.
Foram ministradas palestras sobre o cuidado necessário com queima de
podas e lixo. Também houve exposições, oficinas e atividades para
as crianças.
Plano atualizado
O Plano de Prevenção e Combate
aos Incêndios Florestais foi instituído pelo Decreto nº 14.431, de
1996, agora revisado e atualizado pelo Ibram. O documento reúne
instituições dos governos federal e distrital, além da sociedade
civil. A coordenação do planejamento é competência da Secretaria
do Meio Ambiente.
Fonte: Agência Brasil
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.