Para eles, o caminho seguido por
Celina pode dar coragem a mais parlamentares e a prova disso é que
praticamente todos eles reclamaram de decisões do Executivo em algum
momento
As opiniões se dividem quando o
assunto é o futuro da base de Rodrigo Rollemberg (PSB) na Câmara
Legislativa. Após a saída da presidente Celina Leão (PDT) do grupo
de apoio, parte dos deputados acredita que deve haver mais baixas,
enquanto alguns projetam a manutenção do cenário atual. O temor
paira ainda sobre a articulação do Buriti, que agora, mais do que
nunca, precisa dos independentes para conseguir aprovar projetos na
Casa.
A tal debandada é justificada
pela questão dos cargos, que não puderam ser distribuídos como a
bancada gostaria. Poucos aliados foram contemplados e quem não está
nesse grupo tem maiores chances de largar o governo. “Por conta da
Lei de Responsabilidade Fiscal, as contratações ficaram impedidas.
Com isso, parte dos deputados ficou insatisfeita e reclama
diariamente. Isso se arrasta desde a eleição da Mesa Diretora,
quando foram prometidos cargos para garantir a vitória”, revelou
um deputado que não quis se identificar.
A possibilidade de uma de bandada
na base já foi levantada por boa parte dos distritais, tanto da base
quanto da oposição. Para eles, o caminho seguido por Celina pode
dar coragem a mais parlamentares e a prova disso é que praticamente
todos eles reclamaram de decisões do Executivo em algum momento.
Especula-se inclusive que outros porta-vozes de Rollemberg na Câmara
possam entregar cargos.
Desde o início do ano, o governo
tem conseguido, mesmo que com esforço, aprovar as matérias que
propõe. Mesmo assim, os embates não deixaram de acontecer, já que
vários dos projetos precisaram de modificações feitas por
parlamentares para receberem a benção do Legislativo. E até os
oposicionistas e independentes, grupo formado por parlamentares de
PT, PMDB, PP e PTB acabou ajudando o Executivo a levar as propostas
adiante.
As preocupações a respeito das
próximas baixas se dão de maneira extra-oficial. O temor existe
entre boa parte dos parlamentares, mas eles evitam falar do assunto
abertamente.
Independência
Por outro lado, o grupo mais
otimista, do qual faz parte o deputado Israel Batista (PV), crê que
a posição de independência adotada pela casa prossiga. “É a
primeira vez que vejo uma autonomia tão grande na Câmara
Legislativa. As emendas a projetos do governo são a prova desse novo
posicionamento. A partir de agora não será diferente do que já
está acontecendo. É bom para a cidade”, opinou.
Mesmo na oposição, a situação
não deve mudar, na opinião do deputado Chico Vigilante (PT). Os
papéis tanto dos independentes quanto da base continuam os mesmos.
“Haveria mudança se o PDT tivesse entregado de vez os cargos. Mas
nós continuaremos o trabalho de questionar o que o governo
Rollemberg fizer de errado. Fizemos isso desde sempre”, afirmou.
Esforços a cada projeto
colocado em votação
O rumo tomado pela presidente da
Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT) fortalece o bloco dos
oposicionistas e independentes. Apesar de poucos distritais tomarem
partido pelo Buriti, teoricamente, o grupo que apoia Rollemberg é
formado por 11 parlamentares. Em alguns casos, ocorre rebeldia e
críticas, mas os defensores do governador já deram votos de
confiança entre ocasiões passadas.
Mesmo assim, para fechar a
maioria, o Executivo tem contado até com a ajuda de parlamentares de
partidos como o PT e o PMDB, que assumiram posição mais crítica
desde o início do ano. Precisando, às vezes, do apoio dos
indefinidos.
Sem os reforços de última hora,
o governador não conseguiria ter a bênção da Câmara Legislativa
para projetos importantes. Os próximos textos relevantes que devem
ser votados são mudanças na Taxa de Limpeza Pública e mais
reajustes de impostos.
Fonte: Jornal de Brasília
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