O
Brasil perdeu cerca de R$ 40 bilhões com acidentes em rodovias em
2014, mais do que os R$ 32 bilhões que o governo pretende arrecadar
com a CPMF. Só em estradas federais, os gastos chegaram a R$ 12,3
bilhões. Os dados, revelados em estudo feito pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em conjunto com a Polícia
Rodoviária Federal (PRF), incluem os custos associados às pessoas,
como despesas hospitalares, remoção de vítimas e perda de produção
(licença ou óbito); aos veículos, como danos, remoção e perda de
carga; gastos institucionais e de prejuízos a propriedades públicas
e privadas.
O
custo social médio de acidentes foi de R$ 72,7 mil, enquanto a
despesa média com um acidente envolvendo vítima fatal foi de R$
646,8 mil. “Esses custos recaem sobre toda a sociedade.
Independentemente de crise, o número é muito alto. Nesses tempos,
normalmente se tem uma diminuição nos investimentos que reduzem os
acidentes. De qualquer forma, as políticas públicas não podem
parar, como as voltadas para a educação no trânsito, multas,
estrutura de gestores e organizadores de trânsito e melhoria do
sistema viário. É fundamental que isso continue a ser
implementado”, alertou Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, técnico
de Planejamento e Pesquisa do Ipea.
Os
acidentes de transporte são uma das principais causas de óbito no
Brasil. Só no ano passado, foram registradas 8.227 mil mortes em 169
mil acidentes em rodovias federais, além de 100 mil feridos. Segundo
o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus),
isso representa 20% do total de óbitos no trânsito. A colisão
frontal e os atropelamentos são os acidentes que mais fazem vítimas
fatais. No geral, a principal causa é a falta de atenção,
responsável por 32,6% dos acidentes e por 20,3% dos casos com
mortes.
Investimento
Nos
últimos quatro anos, o custo social dos acidentes caiu R$ 6,9
bilhões. Mas, segundo Maria Alice Souza, diretora-geral da PRF, os
resultados ainda estão longe do ideal. “Podemos mensurar os custos
com atendimento, mas a vida não tem preço. Temos que reduzir muito
mais o número de vítimas. Para isso, tem que investir. As mortes no
trânsito não devem ser tratadas como uma fatalidade. Assim, elas
são banalizadas. Nós mostramos que se pode trabalhar
preventivamente”, diz.
Fonte:
Correi Braziliense.
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