Multa,
repressão e corte de ponto pesaram na decisão, diz sindicalista.
Categorias reivindicava pagamento dos reajustes aprovados em 2013
Servidores
da Saúde do Distrito Federal decidiram em assembleia nesta
quinta-feira (29) encerrar a greve iniciada no dia 8 de outubro. A
paralisação continuou mesmo após ter sido considerada ilegal pelo
Tribunal de Justiça do Distrito Federal, sob pena de multa diária
de R$ 300 mil por descumprimento da decisão. O retorno ao trabalho é
imediato.
Nesta
quarta, Rollemberg declarou que os servidores de categorias que
tiveram a greve decretada ilegal pela Justiça tinham até o final do
dia para voltar ao trabalho e não ter corte de ponto na próxima
folha de pagamento. Os servidores reivindicavam pagamento dos
reajustes aprovados na gestão passada. Na assembleia realizada nesta
quinta, aprovaram a retomada da paralisação em março do ano que
vem.
Segundo
a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, pesou na decisão de
suspender a greve o corte de ponto dos servidores e a repressão a
manifestações, como a que ocorreu nesta quarta no Eixão, quando
quatro professores acabaram presos depois de os manifestantes
entrarem em confronto com a polícia.
“Eu
acho que minha categoria merece algo melhor. A multa está muito alta
e ainda tem o corte do ponto. A vida é feita de altos e baixos.
Estou infeliz com o término da greve, mas não posso colocar minha
categoria numa situação complicada. Sei das dificuldades. Mas não
posso admitir 22 dias de pontos cortados”, disse. “Estamos
sensibilizados e estamos assustados com a reação dos policiais
frente aos outros manifestantes”.
O
técnico de enfermagem Robson dos Santos Ferreira diz que só
concordou com o fim da greve porque acredita que o movimento esteja
perdendo força. “Muitos servidores não vão para as ruas. Não
fortalecem o movimento. Com o corte do ponto, piorou a situação. O
confronto que aconteceu com os professores ontem também assustou as
pessoas. Já não vamos ter o nosso aumento, e ficar sem o nosso
salário vai ser pior ainda”.
A
auxiliar de enfermagem Sandra Gonçalves diz que não ficou
satisfeita com o fim da greve. “Estamos em uma luta por nossos
direitos. Acabando com a greve, abaixamos a cabeça para o que o GDF
está fazendo. Não é apenas pelo reajuste, é uma luta contra tudo
que está errado no setor. Não temos condições de trabalhar nos
hospitais, falta tudo. O Rollemberg vai se sentir fortalecido por ter
ganhado essa batalha”.
Reajuste
O
governador anunciou na semana passada que o reajuste dos servidores
públicos, que deveria ter ocorrido em setembro, será pago
integralmente a partir de 1º de outubro do ano que vem. A medida não
inclui os retroativos, que não têm data para serem quitados. “Os
reajustes que deveriam ser implementados a partir de setembro não
estão sendo implementados por total impossibilidade de fazê-lo”,
afirmou durante o anúncio da medida.
“No
ambiente de crise, em que o PIB está decrescente, essa é uma grande
conquista. Estamos fazendo isso a partir de um grande esforço para
garantir a implementação do reajuste. O DF será a única ou uma
das poucas unidades da federação que dará aumento no ano que vem”,
disse Rollemberg.
O
pagamento depende da aprovação de um conjunto de projetos já
encaminhados ou que ainda serão enviados à Câmara Legislativa. Ele
afirmou que acredita que o Legislativo vai colaborar com o governo.
“Esse é um tema de interesse da cidade, e os deputados sabem que
estamos fazendo aquilo que é possível”.
O
chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, afirmou que o governo espera
ter um acréscimo de R$ 500 milhões na receita de 2016 com a
aprovação do pacote de projetos enviado ao Legislativo.
Rollemberg
declarou que grande parte dos projetos enviados à Câmara são de
venda de imóveis em que o recurso entra de uma vez. Ele disse que o
pacote será importante para o orçamento do ano que vem, mas que não
garante o pagamento dos anos seguintes. (Do G1 DF)
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