Sem nenhum distrital, PSB agora tem três. Também PPS se reforça e PRTB desaparece do mapa Político.
O
fechamento da janela que permitia a mudança de partido sem prejuízo
ao mandato parlamentar deverá ditar um novo ritmo de trabalho à
Câmara Legislativa. Seis parlamentares trocaram de legenda, o que
alterou substancialmente a composição partidária na Casa. Livres
das negociações em busca de outra sigla, agora os distritais podem
se dedicar inteiramente à análise dos projetos de leis de
parlamentares e do Executivo.
No
caso da troca de partidos, houve siglas que deixaram de ser
representadas no Legislativo, como o PRTB e o PSDB, enquanto outras
que não elegeram parlamentares agora têm assentos na Câmara, caso
do PPS e do PSD. Há, ainda, situação em que a legenda triplicou de
tamanho. O PSB, do governador Rodrigo Rollemberg, por exemplo, saltou
de um deputado para três.
Força
na mesa
A
ciranda partidária também vitaminou o PPS, beneficiado pelas
mudanças. Mesmo sem eleger parlamentar, o partido agora conta com a
presidente da Câmara, Celina Leão, ex-PDT, e o primeiro-secretário
da Casa, distrital Raimundo Ribeiro, que largou o PSDB.
O
deputado Juarezão deixou o PRTB, que já havia perdido Liliane Roriz
para o PTB, e, atendendo convite do chefe do Executivo, filiou-se ao
PSB. “O fato de estar no partido do governador não me impedirá de
continuar cobrando a destinação de mais recursos para Brazlândia e
melhorias em todo o Distrito Federal”, garante o distrital que teve
14 mil votos apenas em Brazlândia.
Na
companhia de Juarezão, a deputada Luzia de Paula saiu da Rede e
engrossou as fileiras do PSB, que já tinha o deputado Roosevelt
Vilela, suplente de Joe Valle (PDT), na bancada. A entrada de Liliane
no PTB livrou o partido de ficar sem cadeira na Câmara já que o
distrital Cristiano Araújo foi para o PSD, do vice-governador Renato
Santana, legenda que não conquistou vaga por meio do voto.
A
nova correlação de forças altera o quadro de partidos
representados no Legislativo, mas não institui mudanças impactantes
na base de apoio ao Executivo. Embora hoje defendam outras siglas, os
deputados que trocaram de legendas, via de regra votavam com o
governo.
Não
é o que parece
1
Ao contrário do que parece, a saída do deputado federal Rôney
Nemer do PMDB e sua filiação ao PP, única mudança partidária na
bancada do Distrito Federal da Câmara dos Deputados, fortalecerá a
sigla peemedebista em território brasiliense.
2
Aliado de primeira hora do presidente regional do PMDB, Tadeu
Filippelli, Nemer terá o controle de seu novo partido, o que
fortalece a antiga agremiação para a disputa das eleições de
2018, tanto na composição de chapa quanto no tempo de propaganda no
rádio e na televisão.
3
Após muita negociação e análise de pelo menos meia dúzia
de convites, o deputado Robério Negreiros, eleito pelo PMDB,
continua sem partido. O parlamentar entrou em rota de colisão com a
legenda pela qual foi eleito, chegando a entrar na Justiça para se
livrar dela. Acabou entrando em acordo com o presidente do PMDB do
DF, Tadeu Filippelli, e se desligou amigavelmente da sigla.
4
Aliás, o PMDB conseguiu sobreviver à janela de transferência. A
legenda esteve ameaçada de ficar sem representação parlamentar na
Câmara. Insatisfeitos com a condução da sigla, Rafael Prudente e
Wellington Luiz chegaram a cogitar sua saída da legenda
peemedebista, mas acertaram os ponteiros com Filippelli.
5
Sem partido desde que foi desligada do PPL, a deputada Telma Rufino
ainda não definiu novo rumo. No caso dela, não havia necessidade de
utilizar o período de transferência partidária sem risco para o
mandato propiciado pela janela.
Câmara,
enfim, pode retomar suas votações
Enquanto
esperava uma definição dos novos rumos dos parlamentares, a Câmara
Legislativa pouco produziu desde que retomou os trabalhos, em 1º de
fevereiro.
O
peemedebista Wellington Luiz responsabiliza o governo pela paralisia
parcial da Casa. “Esperamos projetos como a Luos [Lei de Uso e
Ocupação do Solo] e o PPCUB [Plano de Preservação do Conjunto
Urbanístico de Brasília] e outras matérias que geram recursos, mas
não tem chegado nada”, critica.
O
parlamentar demonstra preocupação com o que chama de excesso de
burocracia e falta de proatividade do Buriti. “A Câmara se
movimenta conforme as ações do Executivo, conforme ele vai mandando
os projetos de interesse da sociedade”, explica.
Para
Agaciel Maia (PTC), o ritmo da Casa está mais lento devido à
quantidade de projetos aprovados em 2015, ao período da janela de
transferência partidária e ao rito legislativo, que exige a
tramitação e discussão das matérias em até quatro comissões
temáticas. Na avaliação dele, a votação em plenário deve
engrenar no início de abril.
“Todos
esses são fatores, às vezes, determinam um ritmo mais lento, e,
além disso, estamos buscando mais a qualidade do que,
necessariamente, a quantidade de projetos”, destaca Maia. Segundo
Agaciel, diferentemente de anos anteriores quando os projetos
chegavam à Casa apenas para bater um carimbo, o processo é mais
lento porque é aprimorado nos debates parlamentares e com a
população. As informações são do “Jornal de Brasília”.
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.