Apesar
das rodas de conversa, o governo Rodrigo Rollemberg erra feio no
diálogo com a sociedade brasiliense. Trata-se de uma administração
onde a primeira-dama, Marcia Rollemberg, e o vice-governador, Renato
Santana, são os que mais conversam com a população e com setores
específicos dela. Era para ser o contrário. O governador, apesar de
ser bastante atarefado, deveria reservar um tempo para estabelecer um
diálogo maior, como faziam os ex-governadores Joaquim Roriz e José
Roberto Arruda.
Na
campanha de segundo turno de 2002, Roriz foi à televisão admitir:
“Posso ter cometido o erro de não ouvir o povo como deveria”. O
então governador estava assustado com o crescimento da campanha de
Geraldo Magela, seu oponente naquela disputa. No mandato seguinte,
Roriz passou a dialogar mais e fez, segundo muitos, seu melhor
governo.
E
Rollemberg? Tirando as rodas de conversa, que são até um pouco
burocráticas e engessadas, não há outro meio de aproximação e
debate com o povo. Até Agnelo dialogou mais no primeiro ano de
mandato, visitando hospitais e ouvindo as demandas da população.
Seu maior erro veio nos anos seguintes, quando preferiu apenas a
companhia do ar condicionado e dos secretários que o bajulavam.
Já
que o governo teima em não compreender a importância da comunicação
com a sociedade, o PSB, partido de Rollemberg, pode tentar assumir
esse papel com a chegada do secretário-adjunto de Turismo, Jaime
Recena, à presidência da legenda. Só que para isso acontecer, o
governador, que controla a sigla com mão de ferro, vai ter que
deixar o novo presidente trabalhar à vontade, sem interferências
desnecessárias. Além disso, Rollemberg precisa fazer com que todos
entendam que o comandante do barco agora é Recena. Se assim o fizer,
o partido pode chegar com certa força em 2018. Do contrário, não
só o governo, mas a sigla perderá consistência.
Foi
uma vitória imensa conseguir trazer para a agremiação os deputados
distritais Juarezão e Luzia de Paula, e oferecer a Secretaria do
Trabalho a Joe Valle para Roosevelt Vilela assumir a titularidade na
Câmara Legislativa. Entretanto, se já se derem por satisfeitos, o
fantasma do isolamento pode voltar e assustar o partido do governador
no próximo pleito.
De
perfil conciliador e aberto ao diálogo, Jaime Recena deve assumir a
presidência do PSB-DF amanhã. A partir daí as cartas estarão em
suas mãos, se os caciques deixarem.
Boa
sorte!
Fonte:
Fred Lima
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