Após
reiterar o pedido de informações sobre a quantidade efetiva de
crianças cadastradas no Sistema de Regulação (SISREG) da
Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), que aguardam
atendimento no Hospital da Criança de Brasília José de Alencar
(HCB), a secretaria sugere uma estimativa de 15 mil usuários
aguardando atendimento pediátrico na unidade.
“A
Secretaria de Saúde reforça que a regulação é única e que o
quantitativo existente na fila é distribuído entre as unidades no
surgimento de vaga. Estima-se que 50% da demanda informada no e-mail
anterior que indica 30 mil usuários que aguardam atendimento sib regulação na Saúde do DF, Nestas especialidade pediátricas, sejam direcionados ao Hospital da criança.
Por
que a demora?
Politica Distrital conversou com
um gestor da SES-DF, que explicou o elevado índice de cadastrados no
SISREG para atendimento no HCB. De acordo com o servidor, que pede
para não ser identificado, a falta de médicos, a demora na alta de
pacientes do HCB e a indisponibilidade de profissionais na rede
dificultam o atendimento de novos pacientes no HCB.
“Primeiro,
que temos que considerar a falta de pediatras na rede e especialistas
ligados a pediatria na rede. Segundo, que muitos procedimentos,
embora pudessem ser atendido na rede, não o são porque só apenas o
HCB tem a disponibilidade de profissionais, porém, em quantidade
escassa. Esse é o caso dos endocrinologistas e dos neuropediatras e
outro ponto importante é como a maioria dos pacientes do Hospital da
Criança têm patologias crônicas, o nível de alta é baixo, ou
seja, os tratamentos são de longa duração, as vezes o paciente
entra com cinco anos e sai após os 18, ocasião em que são
encaminhados de volta à rede. Daí a dificuldade de disponibilidade
de vagas para crianças no HCB.“, afirmou o gestor.
Faca
de dois gumes
Indiscutível é o termo que
melhor referencia a qualidade de atendimento aos pacientes do HCB,
este articulista, a convite do diretor do ICIPE, Renilson Rehem,
conheceu toda estrutura e pode constatar ‘in-loco’ a qualidade do
serviço prestado.
No entanto, há que se observar,
que a gestão do ex-governador, Agnelo Queiroz (PT), em nome de
abraçar uma causa social, de iniciativa da presidente da Abrace,
Ilda Ribeiro Peliz, cometeu uma série de irregularidades. Tais
irregularidades, se tornaram objeto de ação civil pública ajuizada
por parte do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) junto
ao Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT).
Na ação, o ICIPE é acionado na
condição de réu, solidariamente, com quatro ex-gestores da SES-DF,
a exemplo dos ex-secretários de saúde, Rafael Barbosa e Elias
Miziara.
Referência
em OSs?
A atual gestão, porém, não
deixa por menos. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), brinca
com a inteligência da população do DF, dos diversos agentes da
Saúde, Órgãos de Controle, do Legislativo, Judiciário e,
principalmente, dos usuários do Sistema Único de Saúde do DF
(SUS-DF), ao sugerir que o HCB é um exemplo de gestão de sucesso
por meio de OSs.
Isso porque a unidade, atua com
todas as condições favoráveis, sejam elas financeiras, uma vez que
o ICIPE, recebe os repasses em dia; não tem sobrecarga no
atendimento aos pacientes, não tem problema de abastecimento de
medicamentos e insumos ou ainda de manutenção de equipamentos, além
de contar com o suporte do Laboratório Central (LACEN) da SES-DF e
ainda do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), para demandas extras.
Se houver vontade política e bom senso por aparte do governo,
certamente, a Saúde Pública do DF estaria em melhores condições.
Mas, o governador exagera na
dose, e falta com o bom senso em relação à população do DF
quando omite da população a existência dos 15 mil pacientes que
estão aguardando atendimento, apenas retidos na regulação para
receberem atendimento no HCB. Vale observar que se levar em
consideração as demais crianças com demandas ambulatoriais, de
urgência e emergência voltadas a própria SES-DF, os 30 mil
usuários, que aguardam atendimento na Secretaria de Saúde podem se
limitar apenas as crianças.
Dado o atual momento político do
DF e das apurações por parte da CPI da Saúde na Câmara
Legislativa do DF, o momento pode ser oportuno para que Rollemberg e
o secretário de saúde do DF, deem explicações, sobre tais
omissões que estão matando pacientes, a exemplo do que afirma o
presidente do sindicato dos Médicos do DF, Gutemberg Fialho, se
tratar de mortes evitáveis.
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