Novos
cenários políticos para 2018. Veja as chances de potenciais
candidatos a disputa majoritária no Distrito Federal, após a
divulgação das gravações envolvendo diversas personalidades
políticas da cidade.
Novamente
o Distrito Federal ganhou medalha de “lata”, em mais um episódio
triste da política local, com gravações que vieram à público da
deputada Liliane Roriz (PTB-DF), envolvendo a Mesa Diretora da Câmara
Legislativa do DF. A poucos dias atrás, a sindicalista Marli
Rodrigues, havia denunciado um suposto esquema de propina no âmbito
das Secretarias de Saúde e Fazenda, gravações estas que estão
sendo investigadas pelos órgãos competentes.
O
que estes dois episódios têm a ver com as próximas eleições no
DF. A resposta é TUDO!
Se
realmente for confirmada a veracidade dos diversos áudios, o cenário
político do Distrito Federal, passará a ter uma nova configuração,
com vistas às eleições de 2018 na capital.
Pretensos
candidatos a uma disputa majoritária, como é o caso da deputada
distrital Celina Leão (PPS-DF), com a divulgação dos áudios, suas
chances de sucesso ficaram bastante reduzidas, sem, contudo, ficar
definitivamente fora do páreo. Celina está no seu segundo mandato,
começou apoiando o atual governo e logo mostrou-se uma ferrenha
opositora. Possui habilidade política, porém, precisa se ver livre
da grande pressão política que vem sofrendo, para conseguir
alguma chance, até mesmo para uma disputa à Câmara.
Tudo
vai depender dos processos que o Ministério Público está movendo
em relação ao recente episódio na CLDF, que lhe tirou pelo menos
por enquanto, o posto mais alto da Casa, que é a Presidência. Se
não conseguir voltar, poderá ficar no ostracismo e aí suas chances
serão remotas.
O
deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), presidente do partido no DF,
tem no seu segmento, a Segurança Pública, sua principal base de
apoio. No entanto, necessita ampliar o seu “leque” político,
atraindo outros setores, para obter chances reais de disputa
majoritária. Tem se mostrado um bom oposicionista ao atual governo,
com considerável apoio da população, porém de acordo
interlocutores, Fraga precisa mudar seu temperamento explosivo, sem
contudo, perder as suas características de um soldado combatente.
O
parlamentar e líder do PSDB na Câmara, Izalci Lucas (PSDB-DF), tem
crescido muito nos últimos meses, principalmente pela sua habilidade
em angariar apoio dos diversos segmentos, ampliando os diretórios
regionais do partido em todo Distrito Federal. Tem feito o “dever
de casa direitinho”. Izalci tem se esforçado em ser mais empático
e sempre retorna as ligações dos seus correligionários e amigos, o
que demonstra que não está “brincando”. Fontes próximas,
afirmam que o deputado poderá vir a compor com Filippelli, e que os
dois têm conversado muito nos últimos dias.
O
presidente regional do PSD no DF, deputado Rogério Rosso, sofreu a
poucos meses um “nocaute técnico”, ao ser derrotado pelo
deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa para presidência da
Câmara. Outro fator que pesa sobre seus ombros, foi o episódio
envolvendo o seu fiel escudeiro, o vice-governador Renato Santana,
nas gravações feitas pela sindicalista Marli Rodrigues. Suas
chances ao governo não estão totalmente descartadas, porém ficaram
bastante fragilizadas. Reúne condições de disputa a uma vaga ao
Senado. Vale lembrar que em 2018, serão duas vagas.
O
senador Antônio Reguffe, merece uma atenção à parte. Em todas as
pesquisas aparece sempre nas primeiras colocações, isto é fato. No
entanto, o senador que atualmente está sem partido, tem feito um
discurso de honestidade, porém, ficando quase sempre fora dos
principais temas políticos que afetam a população do DF. Na sua
passagem pela Câmara e agora pelo Senado, tem se mostrado um pouco
distante diante dos graves problemas que o Distrito Federal enfrenta.
Nos bastidores comenta-se que o senador deverá mesmo é
cumprir o mandato de 08 anos.
O
presidente do Tribunal de Contas do DF (TCDF), conselheiro Renato
Rainha, tem afirmado frequentemente que não pretende participar do
processo eleitoral em 2018, haja visto que ainda não tem tempo de
aposentadoria no TCDF. Interlocutores, afirmam que Rainha é
candidatíssimo ao governo do DF, ou numa ampla composição, poderá
vir ao Senado. Só para lembrar aos mais novos, Rainha já foi
delegado da Polícia Civil e deputado distrital, com expressiva
votação. As suas ações políticas à frente do Tribunal, tem lhe
dado visibilidade, e Rainha sabe como poucos, aproveitar isso muito
bem.
O
governador Rodrigo Rollemberg (PSB), apesar dos esforços que tem
feito, ainda não conseguiu decolar. Rollemberg tem sido mal
assessorado, com uma equipe de secretários que não consegue fazer
uma gestão eficiente, principalmente nas áreas mais problemáticas
do seu governo, que são a Saúde e a Segurança.
Na
área da Saúde, Rollemberg não consegue uma interlocução com os
sindicatos que representam a categoria. Os servidores estão bastante
desmotivados. A atual gestão não possui conhecimento da área, e
por esse motivo, não consegue implantar uma gestão convincente.
Rollemberg se quiser dar uma guinada no seu governo, precisa
urgentemente, trocar todo o comando da SES, colocando pessoas
que realmente conhecem a estrutura da Secretaria, pois ali existem
“lobos devoradores travestidos em pele de cordeiro”.
A
segurança pública é outra pasta que necessita de uma atenção
especial. Não adianta querer partir para o confronto, tem que haver
diálogo com os servidores. No DF, existem bons gestores na área de
segurança, e de acordo com especialistas, não precisa “importar”
gestores de outros estados. Ainda dá tempo de o governador dar uma
guinada de “360 graus” e mudar o atual cenário, que não lhe é
nem tranquilo e muito menos favorável.
O
assessor especial da Presidência da República, Nelson Tadeu
Filippelli (PMDB), tem como seu maior aliado o próprio presidente em
exercício Michel Temer. Se realmente for confirmado o Impeachment da
presidente Dilma Rousseff e Temer se efetivar na presidência, as
chances de Filippelli assumir um lugar de maior projeção política,
passa a ser efetivamente real. Filippelli é um excelente articulador
político e grande executivo. Necessita “oxigenar” sua equipe,
trazendo profissionais que venha a somar numa eventual disputa ao
governo do DF. Assessores próximo ao ex-vice-governador, tem
afirmado que o sonho de Filippelli é ter na sua chapa, os deputados
Fraga e Izalci como candidatos ao Senado, e um nome de peso,
possivelmente do segmento evangélico, como seu vice. As conversas
estão a todo vapor. O presidente do PMDB no Distrito Federal, sabe
como poucos, movimentar o tabuleiro político da capital.
Não
podemos esquecer do ex-deputado Jofran Frejat, que é sempre
cortejado para assumir a área da Saúde. Frejat ficou em segundo
lugar nas eleições para o governo em 2014, e tem fôlego suficiente
para participar de mais uma disputa eleitoral. Perguntado se
participaria do processo eleitoral, Frejat esquivou-se e não quis
comentar sobre o assunto.
Os
atores estão em campo. Após passar as eleições municipais, começa
de fato o processo político em torno das eleições no DF. Muita
coisa ainda poderá acontecer, principalmente diante do cenário
instável que assola a classe política da cidade.
Como
dizia o experiente político mineiro Magalhães Pinto: “Política é
igual a uma nuvem. Você olha ela está de um jeito, olha de novo, e
ela já mudou”.
FONTE:
Agenda Capital
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