Cansados
dos constantes acidentes na DF-451, que liga Ceilândia a Brazlândia,
usuários da rodovia pedem melhorias. Na manhã ontem, parte dos
moradores se reuniu para discutir possíveis soluções para a área,
batizada por eles de “pista da morte” – já são sete óbitos
desde o início do ano. Um protesto está previsto para ocorrer nesta
manhã.
“Os
acidentes são constantes. E nós temos que nos preocupar, porque
parece que o governo não liga”, afirmou Ronaldo Lopes Matias, 35
anos. O porteiro mora em Ceilândia e faz uso da via aos fins de
semana. “Sou ciclista e faço meus treinos na pista. Também
costumo passar por ali para ir à chácara da família. Não é
difícil ver acidentes. A ausência de fiscalização contribui para
a irresponsabilidade dos condutores, que só andam acima da
velocidade permitida”, disse.
A
via é de mão dupla e tem como velocidade máxima permitida 80 Km/h.
Entretanto, os relatos de irregularidades são constantes. “Raro é
ver alguém andar no limite”, ressaltou Ronaldo. Ausência de
pardal, barreira eletrônica, acostamento e calçadas faz parte das
cobranças. “Às vezes, vejo uma ou outra equipe policial no local,
mas o monitoramento não é constante”, aponta.
Sem
acostamento
E
a lista de questionamentos não para por aí. Para o empresário
Marcelo Faria Lelis, a duplicação da pista é mais que uma
necessidade. “Não tem por que não duplicar uma via como essa, por
onde passam tantos carros. Não temos segurança de nenhuma forma.
Sem acostamento, não há como parar o carro nem para a troca de um
pneu, caso seja necessário. Caminhar na pista, então, é
impossível: ou vamos pelo meio do mato ou no meio dos carros”,
aponta.
Outro
ponto bastante lembrando por quem transita pela região é a
combinação de bebida alcoólica com direção. Para o comerciante
Rodrigo Martins, morador do Incra 7, muitos condutores consomem
álcool cientes da falha na fiscalização.
“Aqui
é um setor de muitas chácaras e casas de festas. A pista ainda
serve como atalho para chegar em Brazlândia. São constantes os
acidentes envolvendo jovens. E, como não temos nenhum tipo de
monitoramento, o índice só aumenta”, acredita.
Ele
avalia que, depois que a via foi pavimentada, a imprudência
aumentou, na contramão da segurança proporcionada pelo asfalto.
“Moro aqui há pelo menos 30 anos. Quando era estrada de chão, as
pessoas tinham mais cuidado”, salientou.
“Tenho
dificuldades até no meu trabalho. Como produzo mudas, seria mais
fácil se pudesse vendê- las perto da minha propriedade, mas não é
possível porque é muito difícil acessar o local onde moro. Por não
ter faixa para desaceleração, o risco de acidente é muito alto”,
concluiu.
De
acordo com a estatística do Departamento de Estradas de Rodagem
(DER), sete pessoas perderam a vida na DF-451 desde o início do ano.
No acidente de trânsito mais recente, que ocorreu no último dia 18,
dois irmãos, de quatro e sete anos, morreram e o pai ficou ferido. O
carro em que a família estava bateu em três veículos.
Pardais
até novembro
Por
meio da assessoria, o DER informou que está ciente da situação e
que concorda que a alta velocidade “é responsável por causar
acidentes fatais”. Ainda segundo o departamento, “uma equipe de
trânsito esteve no local e iniciou estudos a fim de solucionar o
problema”. O DER ressaltou que, no momento, “são verificadas as
condições para a instalação de duas barreiras eletrônicas e
pardais em pontos da via”. Até novembro as intervenções devem
estar prontas.
No
entanto, sobre a duplicação, também solicitada pela população, o
DER informou que não existe nenhum projeto previsto.
Fonte: Jornal de Brasilia
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