Agência Brasil
O
ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse hoje (29) que os militares
devem ser diferenciados dos demais contribuintes, principalmente dos
servidores públicos, na discussão de mudanças na Previdência. No
entanto, segundo Jungmann, os militares estão dispostos a participar
do esforço para resolver o déficit histórico da Previdência
Social. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, já havia
dito que os integrantes da Forças Armadas deverão ficar de
fora das novas regras para aposentadoria elaboradas pelo
governo.
“Antes
de tudo, militar não tem Previdência [mas um sistema de proteção
social]. Entendo que a Constituição trabalha com duas categorias: o
servidor e o militar, com suas distinções e singularidades”,
disse Raul Jungmann. “Mas isso tudo será ainda definido pelo
presidente Michel Temer.”
ntre os
fatores que diferenciam os militares dos servidores públicos civis,
Jungmann citou a impossibilidade de fazer greve ou de se
sindicalizar, a inexistência de hora extra e a dedicação
exclusiva. “O militar trabalha, como, por exemplo agora durante a
Olimpíada, às vezes 12, 14, 16 horas. O militar expõe a vida.
Então, de fato, não é privilégio. É o reconhecimento da
singularidade”, argumentou.
“Não
acredito que tratar desiguais igualmente é injustiça. É preciso
reconhecer que os desiguais devem ser tratados desigualmente. Não é
privilégio. Para os senhores terem uma ideia, um militar hoje tem,
dentre todas as categorias de Estado, a menor remuneração inicial
ou final”, comparou.
Segundo
Jungmann, os militares estão dispostos a colaborar com a reforma da
Previdência. “Eu chamo atenção para uma coisa: [o fato de haver
uma diferenciação] não quer dizer que a Defesa e que as Forças
Armadas não vão contribuir com a reforma. Não queremos e recusamos
privilégios. Vamos contribuir e vamos dar a nossa parte. Apenas
defendemos nossa especificidade”, acrescentou, sem detalhar como
seria essa contribuição.
Eleições
Perguntado
sobre o papel das Forças Armadas para evitar novos casos de
violência no período eleitoral, como os que têm ocorrido em alguns
municípios brasileiros nos últimos dias, Jungmann disse que esses
acontecimentos são da alçada das forças policiais, e não das
Forças Armadas.
“A
gente tem visto ultimamente ações lamentáveis de violência
cometidas, mas ressalvo que isso é uma questão de polícia. Merecem
uma reflexão, sem sombra de dúvidas, porque chamam atenção e nos
preocupam a todos. Mas o papel que desempenhamos a pedido da Justiça
Eleitoral é o de assegurar e dar tranquilidade durante o processo de
votação e de apuração.”
A
pedido da Justiça eleitoral, as Forças Armadas atuarão, nestas
eleições, com um efetivo de 25 mil militares em 408
municípios localizados em 14 estados brasileiros. O custo dessas
operações (R$ 23 milhões) serão arcados pela Justiça Eleitoral.
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.