Lideranças
parlamentares alinhadas ao Palácio do Planalto articulam um
movimento de blindagem para barrar os projetos de reajuste dos
servidores públicos que ainda tramitam no Congresso Nacional. Depois
da atuação política que impediu a votação do projeto de reajuste
dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a
avaliação é de que já há consenso que os projetos não podem ser
aprovados no momento de crise fiscal e retomada ainda muito frágil
da atividade.
O
presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), que foi um defensores
da política de manter os reajustes acordados pela ex-presidente
Dilma Rousseff, passou a adotar uma ação mais austera e defender
que não é momento de votar novos ajustes.
Jucá
foi um dos principais responsáveis pela articulação política que
barrou a votação do aumento salarial dos ministros do Supremo, que
iria gerar um efeito cascata nos Estados por conta da elevação do
teto salarial do funcionalismo.
A
justificativa de deputados e senadores simpáticos a essa medida é
que, a partir de agora, o Congresso só vai aumentar gasto adicional
se for para criar emprego. As lideranças do governo contam com o
apoio da opinião pública para conseguir impedir o avanço dessas
matérias. “Chance zero, zero, desses projetos serem aprovados”,
disse o senador e economista José Aníbal (PSDB-SP).
Essa
barreira anti-aumento envolve parlamentares do PMDB, PSDB, DEM e até
de partidos do Centrão, como PSD e PP. Em alguns casos, tem até a
simpatia de integrantes da oposição.
O
governo pode economizar no próximo ano R$ 7,2 bilhões, se os
projetos forem rejeitados. Esse é o tamanho real da reserva que o
governo botou na proposta de Orçamento de 2017 para bancar os
reajustes que ainda não forem aprovados pelos parlamentares. A área
econômica também decidiu endurecer o discurso e assegura que estão
suspensos os projetos de reajustes salariais do funcionalismo público
federal.
Além
do reajuste dos salários dos ministros do STF, 13 categorias
aguardam a votação dos seus aumentos. Entre elas, estão Receita
Federal, Auditoria do Trabalho, DNIT, Incra, servidores das áreas de
Políticas Sociais, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal,
Polícia Civil dos Ex-Territórios, técnicos da área de
infraestrutura, diplomatas e oficiais de chancelaria.
Antes
do impeachment da presidente Dilma Rousseff, os servidores queriam
agilizar a votação dos projetos, porque temiam o risco de
resistências maiores após o julgamento final. Aquelas propostas
aprovadas até lá vão custar até 2019 R$ 50 bilhões para a União.
Em
reunião com líderes da base aliada, no final de agosto, nas
vésperas da votação pelo Senado, o presidente Michel Temer decidiu
colocar os projetos em banho-maria. Agora, ficarão congelados. (AE)
Fonte: Diário do Poder
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