O
governador Rodrigo Rollemberg recebeu o que, para ele, é uma boa
notícia: é grande a
possibilidade de o governo federal não dar o prometido aumento de
37% em três anos aos policiais federais. Como o presidente Michel
Temer decidiu que não haverá neste ano mais nenhum aumento para
servidores, os policiais federais não serão exceção.
A informação não é oficial, mas dá um alívio ao governo de Brasília, que assim não terá de conceder o mesmo aumento de 37% aos policiais civis de Brasília, que há dois meses estão em campanha para manter a equivalência entre seus salários e os dos policiais federais.
A pressão para o governo federal não dar mais aumentos para os servidores parte principalmente do PSDB e do DEM, mas não prosperará sem o apoio do PMDB. O ônus será grande, mas o ajuste fiscal está prevalecendo.
A informação não é oficial, mas dá um alívio ao governo de Brasília, que assim não terá de conceder o mesmo aumento de 37% aos policiais civis de Brasília, que há dois meses estão em campanha para manter a equivalência entre seus salários e os dos policiais federais.
A pressão para o governo federal não dar mais aumentos para os servidores parte principalmente do PSDB e do DEM, mas não prosperará sem o apoio do PMDB. O ônus será grande, mas o ajuste fiscal está prevalecendo.
Já
que o salário é o mesmo, melhor ficar aqui
Para
os policiais civis de Brasília é questão de honra manter a
paridade de seus salários com os da Polícia Federal. É assim há
muitos anos, talvez porque ambas as corporações tenham origem no
extinto Departamento Federal de Segurança Pública, antes
responsável pela polícia judiciária de Brasília.
Há
casos de pessoas que fizeram os dois concursos e optaram pela Polícia
Civil, já que ganhariam a mesma coisa e não sairiam de Brasília.
Na Polícia Federal, correriam o risco de serem transferidos para
outras cidades, inclusive na fronteira amazônica, e serem deslocados
para ações em todo o país.
Pauta
política e radicalizada
A
reivindicação dos policiais é legítima, mas o governo de Brasília
alega que não tem como pagar e, em especial, arcar com a primeira
parcela do aumento já em janeiro de 2017. Propôs pagar os 37% em
cinco anos, começando no segundo semestre de 2017. Os policiais não
aceitaram.
O impasse continua e quem sofre as consequências do movimento é a população, como sempre. Os sindicatos de delegados e de agentes aumentaram a lista de reivindicações e agora exigem até a demissão da secretária de Segurança, Márcia de Alencar, e a extinção da Casa Militar, chefiada pelo coronel Cláudio Ribas, da Polícia Militar.
A pauta aumenta a cada semana, e a radicalização, segundo se diz, tem também a ver com as eleições nos sindicatos dos delegados, em novembro.
O impasse continua e quem sofre as consequências do movimento é a população, como sempre. Os sindicatos de delegados e de agentes aumentaram a lista de reivindicações e agora exigem até a demissão da secretária de Segurança, Márcia de Alencar, e a extinção da Casa Militar, chefiada pelo coronel Cláudio Ribas, da Polícia Militar.
A pauta aumenta a cada semana, e a radicalização, segundo se diz, tem também a ver com as eleições nos sindicatos dos delegados, em novembro.
Como
em tudo, eleições de 2018
A
movimentação dos policiais civis, sem prejuízo de seu caráter
reivindicatório legítimo, tem desdobramentos políticos,
naturalmente vinculados às eleições de 2018. A Polícia Civil há
anos vinha sendo loteada entre os grupos políticos de Brasília e em
especial entre os integrantes da corporação que são eleitos
deputados federais ou distritais.
A
Polícia Civil é forte até no Tribunal de Contas do DF: são dela
oriundos o presidente Renato Rainha e o “Dr. Michel”, que no
tribunal é conselheiro Márcio Michel. Ambos eram deputados
distritais antes de serem indicados para o tribunal.
Em
Brasília se diz que ter o apoio dos policiais civis é fundamental
para um candidato a governador. Ter a oposição dos policiais civis
é fatal.
Chance
de voltar ao controle
Há
grupos políticos que têm um interesse muito específico no
movimento dos policiais civis: querem ter o poder na corporação,
especialmente para controlar a área de inteligência e as delegacias
que investigam o crime organizado e os crimes contra a administração
pública, e que podem complicar a vida de alguns deles e seus
aliados.
Esses
e outros políticos estão também de olho nas eleições. A crise na
Polícia Civil desgasta o governador Rollemberg e o diretor-geral
Eric Seba, favorecendo a oposição. O objetivo de parlamentares
ligados a delegados e agentes é colocar no lugar de Seba um delegado
afinado com eles.
Fonte: Hélio Doyle
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.