Por
Ana
Lúcia
Depois
de um fim de semana com, pelo menos, sete mortes no trânsito do
Distrito Federal, uma adolescente de 14 anos foi vítima de outra
colisão fatal na manhã de ontem, na EPTG, altura do Setor Lucio
Costa, sentido Plano Piloto. De acordo com o Departamento de Estradas
de Rodagem (DER-DF), o DF registrou 273 mortes em 251 acidentes
fatais desde o início do ano até o último dia 11. A maioria das
colisões (96) ocorreu em DFs, como a EPTG. Em seguida estão as vias
urbanas (95) e, depois, as rodovias federais, as BRs (47).
O
caso de ontem envolveu um Ford New Fiesta, onde estava a adolescente,
e um ônibus, na via marginal, cuja velocidade máxima é de 60 km/h
e não há recuo nas paradas. Segundo o 1º tenente do Corpo de
Bombeiros Leonardo Castro, o coletivo da empresa Vaztur freou para
desembarcar passageiros. O condutor do carro, de 18 anos, não
percebeu e bateu na traseira.
“Eu
ouvi só a pancada. Estava prestando atenção nos passageiros que
desciam e senti o impacto. O carro nem saiu do lugar”, explicou o
motorista do ônibus, Matias da Costa Gomes, 44.
Ao
sair do veículo, o profissional se deparou com a menina desmaiada no
banco do passageiro, e o condutor já fora do carro. Para Gomes, o
acidente poderia ser evitado se existisse uma baia para os ônibus.
“Tinha de haver lugar para a gente poder encostar. Assim, eu teria
parado fora da pista”, pondera.
Adultos
e crianças
Entre
os sete mortos no fim de semana estão duas crianças – de quatro e
sete anos – e o pai delas, vítimas de um acidente na DF-451, entre
Brazlândia e Ceilândia. Apenas um caso, registrado na manhã do
domingo, foi de atropelamento. Um idoso foi atingido por uma
caminhonete ao tentar atravessar a BR-020, sentido Planaltina.
“O
motorista reflete na direção a educação que vem de casa. Ele sabe
que não pode ultrapassar, mas, mesmo assim, faz a manobra. Assim
como o pedestre, que deve atravessar na faixa ou na passarela e não
as utiliza. As regras não são cumpridas e o impacto pode ser
fatal”, afirma o especialista em trânsito Luiz Miúra.
Para
ele, imprudência, embriaguez ao volante, falta do uso do cinto de
segurança e ausência de sinalização (faróis, setas e
pisca-alerta) são alguns dos grandes causadores de acidentes. Miúra
reforça que, apesar de ainda não ser possível apontar as causas
das colisões mencionadas (é necessário aguardar a perícia da
Polícia Civil), há fatores de risco.
“A
desatenção é um grade problema. Há uma série de itens que
prejudicam o motorista: uso de celular, distração ao pegar algum
objeto e até uma olhada lateral podem ter consequências graves”.
Em
defesa do farol baixo ligado
A
Lei Federal 13.290/2016, que obriga a utilização de farol baixo em
rodovias mesmo durante o dia, entrou em vigor em 8 de julho. No
início deste mês, a Justiça suspendeu o efeito da norma em caráter
liminar. Ou seja, o retorno da obrigatoriedade pode voltar a qualquer
momento.
A
norma divide opiniões sobre seu efeito. Luiz Miúra a defende. “É
um mecanismo válido. O farol aceso facilita a visibilidade do
motorista, muitas vezes prejudicada por fatores climáticos. Além do
mais, toda sinalização luminosa gera um alerta no condutor, que
consegue identificar o que está acontecendo na estrada. É o caso do
pisca-alerta. Ao estar ligado, o motorista que vem logo atrás sabe
que o carro da frente está parado ou apresenta alguma situação
anormal”, disse o especialista em trânsito.
Uso
recomendado
Em
nota, a Polícia Rodoviária Federal ressalta que, mesmo com a
suspensão, orienta os condutores a trafegar com os faróis ligados
para que possam ver e serem vistos.
E destaca: “A utilização do farol auxilia, por exemplo, o motorista que vai realizar uma ultrapassagem em via de mão dupla, aumentando a possibilidade de que se enxergue aquele veículo em uma distância maior e, consequentemente, a chance de uma manobra com maior antecedência”.
E destaca: “A utilização do farol auxilia, por exemplo, o motorista que vai realizar uma ultrapassagem em via de mão dupla, aumentando a possibilidade de que se enxergue aquele veículo em uma distância maior e, consequentemente, a chance de uma manobra com maior antecedência”.
Fonte: Jornal de Brasília
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