A
Segurança Pública do Distrito Federal não será pacificada somente
com um novo nome à frente da pasta. O fato do governador Rodrigo
Rollemberg sondar substitutos para a atual secretaria, a psicóloga
Márcia de Alencar, repercutiu bem entre as forças. Afinal a
acadêmica está em rota de colisão com as tropas em todos os
órgãos. No entanto, segundo as categorias, a área precisa de
mudanças profundas para se afastar do precipício.
Além
de cobranças de recomposição salarial, as categorias pedem aumento
de efetivo, equipamentos e insumos para o combate ao crime e a
manutenção da ordem. Esta é a avaliação do deputado distrital de
oposição Wellington Luiz (PMDB) e do deputado distrital da base
governista Cláudio Abrantes (Rede). Ambos têm origens e laços com
a Segurança Pública.
Rollemberg
conversou com o ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro José
Mariano Beltrame. Reconhecido nacionalmente pelo trabalho na capital
carioca, Beltrame recusou o convite inicialmente, mas manteve as
portas abertas.
Outros
três nomes circulam pelos corredores da secretaria: o ex-secretário
de Segurança do governo de Agnelo Queiroz, Sandro Avelar, o atual
diretor da Polícia Civil, Eric Seba, e o ex-secretário nacional de
segurança do governo Lula, Ricardo Brisolla Balestreri.
Seja
qual for o eventual sucessor, o movimento do GDF colocou na
frigideira, politica e funcionalmente, a secretária Márcia de
Alencar. Sobre este ponto, policiais civis e militares têm a mesma
opinião: a troca já está tardia.
“Ela
é o segundo nome da sociologia no comando da secretaria. Ficou
comprovado que isso não dá certo. Sociólogos estudam a
criminogênese dos crimes, mas não estão preparados para assumir a
secretaria”, criticou o presidente da Associação dos Oficiais da
Reserva (Assor), coronel Wellington Corsino. O antecessor da
secretaria, foi o professor da Universidade de Brasília, Arthur
Trindade.
Hoje,
13 mil fazem trabalho de 18 mil
A
troca de comando proporcionará uma chacolhada na fragilizada pasta.
Conforme o nome escolhido, porém, a repercussão positiva não
traria solução dos problemas reais. Segundo o coronel Corsino, a PM
está sobrecarregada.
Em função de uma escala de plantão especial, aproximadamente 13 mil policiais estão cumprindo as missões de um efetivo de 18 mil. “É uma situação sazonal. A tropa está se desgastando e em breve sofrerá a exaustão completa”, alertou.
Em função de uma escala de plantão especial, aproximadamente 13 mil policiais estão cumprindo as missões de um efetivo de 18 mil. “É uma situação sazonal. A tropa está se desgastando e em breve sofrerá a exaustão completa”, alertou.
Do
ponto de vista do presidente do Sindicato dos Delegados (Sindepo),
Rafael Sampaio, o GDF não deve mais promover aventuras acadêmicas e
seria ideal que o novo secretário não fosse um neófito na máquina
pública brasiliense. Apenas um nome com conhecimento dos personagens
e trâmites públicos teria condições apaziguar as forças e
promover resultados.
Para
o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rodrigo de
Niza, o Buriti não nutre preocupações reais com a Segurança.
Exemplo disso seria o desvirtuamento do uso dos recursos do Fundo
Constitucional, criado para custear inicialmente as forças de
segurança. Segundo o policial, no caso dos agentes civis apenas o
cumprimento da promessa de recomposição salarial será suficiente
para regularizar a rotina da corporação.
A
secretaria Márcia de Alencar não quis comentar a situação. O
governo publicou uma nota sobre o tema. “Rollemberg confia no
trabalho da secretária da Segurança Pública e da Paz Social,
Márcia de Alencar, e de sua equipe, que continuarão no esforço
para ampliar a segurança da população e reduzir os índices de
criminalidade na capital do País”, escreveu o Buriti.
Entenda:
O
que deu errado na atual Segurança Pública
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Definir secretários sem o domínio da máquina pública, interlocução com as forças e conhecimento do DF.
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Interferência nas questões táticas e operacionais, ignorando as corporações.
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Prioridade de ações sociais, em detrimento das ações de prevenção e repressão de crimes.
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Promessas descumpridas de reajustes e contratação de mais efetivos.
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Fomentar disputas internas dentro da secretaria, especialmente entre PM e PC.
-
Desvalorização dos servidores, corporações e da secretaria de Segurança, como um todo.
-
Falta de investimentos em equipamentos.
Fonte:
Jornal de Brasília
Por: Francisco Dutra
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