Antônio, Tatiana,
Daniel, Tarcísio e tantos outros brasileiros são vítimas do que os
especialistas chamam de epidemia: os acidentes com motos. Em 15 anos e 10
meses, as autoridades de trânsito do Distrito Federal contaram 66.441 colisões
sobre duas rodas. Em 1.791, a vida de uma ou mais pessoas ficou pelo asfalto ou
foi interrompida em até 30 dias após o fato. Nos 64.650 restantes, os
envolvidos escaparam com arranhões ou sequelas graves
No caso do analista de
sistemas Antônio Eduardo Mendes, 55 anos, o sonho de conduzir uma moto foi
adiado por três décadas, após ele perder um irmão em acidente com motocicleta.
“Ele atendeu ao pedido da minha avó e se desfez da moto que tinha à época”,
conta o piloto de avião Daniel de Oliveira Mendes, 25 anos, filho de Antônio.
Mas há cerca de três anos, a paixão pelo veículo aflorou, e Antônio marcou data
para retomar o antigo desejo: assim que o filho Daniel se formasse. Enquanto
isso, fez cursos para readquirir a habilidade de conduzir sobre duas rodas.
Em cima de uma Harley
Davidson, ganhou a estrada: Petrópolis, Belo Horizonte e cidades goianas nos
arredores do DF eram destinos frequentes. Na tarde ensolarada de 22 de maio
deste ano, no entanto, a moto de Antônio foi atingida na traseira por um
Hyundai ix35, na 1ª Avenida do Sudoeste, logo após um quebra-molas. O analista
de sistemas voltava de Goiânia com uma amiga, a servidora pública Tatiana
Martins, 44. Ele morreu na hora. E foi mais um a entrar para o grupo de 1.366
motociclistas mortos entre 2000 e outubro no Distrito Federal, segundo dados do
Departamento de Trânsito (Detran). Esse número é ainda maior porque não inclui
caronas, pedestres e outros condutores que perderam a vida em ocorrências
envolvendo motos.
Fonte: Correio
Braziliense
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