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NÍVEL DO RESERVATÓRIO DO DESCOBERTO DEVE CHEGAR A 9% EM OUTUBRO

Está chegando ao fim o primeiro mês de seca mais intensa no DF e a preocupação com a crise hídrica aumenta. Com mais 90 dias de estiagem pela frente, a quantidade de água nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria, que abastecem o Distrito Federal, deve cair ainda mais.
No entanto, em meio ao cenário crítico, uma boa notícia: o índice está acima do esperado. Para enfrentar a crise hídrica, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) criou a Curva de Acompanhamento, que monitora o volume útil dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria a partir de parâmetros predefinidos, como vazão dos afluentes e captação de água pela Caesb.
De acordo com a curva, o nível de água nos reservatórios deve ser de 46% até o fim de junho. Até hoje, este índice estava acima de 49% — 49,76% no Descoberto e 49,96% em Santa Maria. Os meses mais críticos do ano serão outubro para o Descoberto, quando a meta a ser atingida será de 9% da capacidade de água, e novembro para a bacia de Santa Maria/Torto, quando a meta será de 22%.
“Felizmente estamos dentro do esperado”, diz o superintendente de recursos hídricos da Adasa, Rafael Mello. Segundo ele, tanto o governo quanto a população estão mais preparados para lidar com o racionamento este ano. “Ano passado foi muito crítico, este ano, estamos em outro cenário”, ressalta.
Apesar de a capacidade dos reservatórios estar dentro do que foi programado pela Adasa, a possibilidade de que uma ampliação no racionamento seja necessária para o próximo semestre não é descartada. “Estamos no terceiro ano abaixo do índice pluviométrico. Isso gera uma baixa nos aquíferos e reservatórios. Além disso, a demanda por água tende a aumentar ao longo dos anos, pois a população cresce”, explica Mello.
Caso o índice dos reservatórios esteja abaixo de 46% no fim da próxima semana, medidas deverão ser tomadas. Entre elas, a ampliação do racionamento de um dia na semana para dois, a redução na retirada de água por propriedades rurais irrigantes e a diminuição na vazão de retirada da Caesb no Descoberto.
O presidente da Caesb, Maurício Luduvice, reforça que a diminuição do nível de água nos reservatórios é normal, principalmente durante o período de seca. De acordo com ele, o importante é acompanhar a curva de referência da Adasa. “Não só estamos dentro do cronograma, como estamos conseguindo reduzir o decaimento do nível de água nos reservatórios. Isso é um mérito da população, que deve continuar a economizar nos meses de seca”, enfatiza Luduvice.
Nesse cenário, a Caesb continua a investir em campanhas de redução de consumo, tanto para a população rural — que deve economizar em irrigações — quanto urbanas, e em medidas de redução de perda de água. Uma dessas medidas é o trabalho de alocação negociada de água no Descoberto, que define a quantidade retirada dos cursos hídricos e o período de captação para a atividade econômica.
Outra providência tomada para amenizar a crise hídrica são as obras de captação emergencial e da estação de tratamento de água do Lago Paranoá. A previsão é de que, até o fim de setembro, a captação já esteja sendo feita.
A estrutura vai ficar na ML 4, no Setor de Mansões do Lago Norte. A água será captada no braço do Torto, no Lago Paranoá, e servirá para abastecimento da população da Asa Norte, Itapoã, Lago Norte, Paranoá, Parte de Sobradinho II e Taquari. Atualmente, o fornecimento para essas regiões é feito pelo Sistema Produtor Santa Maria-Torto.
Com a captação no Lago Paranoá, a água do Santa Maria/Torto vai atender Águas Claras, Candangolândia, Colônia Agrícola Águas Claras, Guará I, Guará II, Lucio Costa, Núcleo Bandeirante e Setor de Mansões Park Way, Quadras de 1 a 5. Hoje, todas essas regiões são abastecidas pelo Descoberto.

Fonte: Correio Braziliense

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