Com
a ampliação dos acessos ao Lago
Paranoá,
a atenção com a segurança dos frequentadores também precisa ser
redobrada. Segundo o Batalhão
de Policiamento Turístico da Polícia Militar,
responsável pela área por meio da Companhia
Lacustre,
o cuidado envolve rondas para fiscalização, orientação à
população e treinamento constante das equipes.
“O
lago está mais ocupado pela população, e a quantidade de acidentes
também acaba aumentando. É preciso cuidado”, avalia o comandante
da Companhia
de Salvamento Aquático do Corpo de Bombeiros Militar do DF,
tenente Daniel Salomão, que observa que a maioria das vítimas é
jovem. De acordo com o comandante, cerca de 85% dos casos de
afogamento poderiam ser evitados se os cuidados necessários fossem
tomados.
Somente
nos primeiros cinco meses do ano, nove pessoas morreram afogadas no
Lago Paranoá, quatro a mais que no ano passado, segundo dados da
Secretaria
da Segurança Pública e da Paz Social.
A vítima mais recente foi encontrada na manhã desse sábado (17).
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o corpo de Jéssica
Tavares dos Santos, 22 anos, estava ao lado da Ponte JK.
Além
da sede, responsável pela área norte do Lago Paranoá, o Batalhão
de Busca e Salvamento Aquático tem
um posto avançado, com estrutura que cuida da raia sul do
reservatório. São dez militares por dia que também fazem trabalho
de prevenção, principalmente aos fins de semana, quando a
movimentação é mais intensa.
As
orientações são dadas tanto a banhistas quanto a quem está a
bordo de embarcações. “Trata-se de uma conversa mesmo, quando
percebemos alguma imprudência”, explica o militar. Não utilizar
equipamentos de segurança, pilotar muito rápido e próximo à
margem e ingerir bebida alcóolica são algumas atitudes perigosas.
“Como no trânsito, o lago tem regras, que precisam ser cumpridas.”
A
segurança no espelho d’água ocorre em parceria entre o Corpo de
Bombeiros, a Polícia Militar e a Marinha, que é quem autua as
embarcações em caso de algum descumprimento à lei.
Entre
os lugares mais movimentos, o comandante em exercício do Batalhão
de Policiamento Turístico, tenente Wilkerson Moreira, conta que
estão o Pontão do Lago Sul, a margem próxima à Ponte JK, a
prainha do Lago Norte, a Ermida Dom Bosco, o Deck Norte e,
recentemente
inaugurado, o Deck Sul.
As
rondas ocorrem em embarcações ou jet ski. Para solicitar a presença
da Polícia Militar, basta ligar para o 190 ou para o telefone (61)
99150-5577, que também recebe mensagens de texto. Para chamar o
Corpo de Bombeiros, o número é 193.
Dicas de segurança para os frequentadores do Lago Paranoá
Entre
as orientações passadas tanto pelos policiais militares quanto
pelos bombeiros, está a de evitar lugares desconhecidos e não
entrar na água depois de ingerir bebida alcoólica. O tenente
Moreira explica que a maior parte dos afogamentos ocorre depois da
ingestão de álcool.
O
especialista em mergulho do Corpo de Bombeiros ressalta o cuidado que
deve ser tomado em relação a crianças. “A maioria dos acidentes
ocorre em alguma confraternização. É preciso que o responsável
evite deixar a criança sozinha próximo à margem.”
As
dicas de segurança ainda envolvem nadar em lugares com salva-vidas e
evitar comidas pesadas antes de entrar na água, para não ter o
risco de congestão. “A prevenção é a forma mais efetiva de
evitar acidentes.”
Níveis de afogamento
Segundo
o comandante da Companhia de Salvamento Aquático, o afogamento tem
seis níveis, sendo que a probabilidade de conseguir salvar a vida da
vítima nos estágios cinco e seis são de cerca de 50% e 8%,
respectivamente. Por isso é importante buscar ajuda o mais rápido
possível.
“Claro
que estamos falando de números absolutos. Já conseguimos salvar uma
menina que passou uma hora na água e não teve nenhuma sequela.”
A
área mais funda do lago, de acordo com ele, é a Barragem do
Paranoá, com 40 metros de profundidade. Quando necessário, o
batalhão também conta com o apoio do grupamento de aviação.
Os
seis níveis de um afogamento:
-
1° A vítima aspira água e começa a tossir. Não se trata de algo grave, mas requer atenção
-
2° Há maior ingestão de água e uma espuma branca pode começar a sair do nariz ou da boca. Neste caso, é preciso ligar para o 193 e solicitar socorro
-
3° A pessoa começa a soltar uma quantidade maior de espuma e pode ficar inconsciente
-
4° A vítima perde a consciência, mas ainda tem pulso
-
5° O banhista fica sem pulso, mas ainda tem batimentos cardíacos
-
6° Há parada cardiorrespiratória
Fonte: Agência Brasília
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