Por Edgar Lisboa
Eleições
2018 e a caminhada rumo ao Palácio do Buriti começa a movimentar os
partidos e os políticos do Distrito Federal. Apesar de todos
avaliarem que é muito cedo para acordos e coligações.“É muito
cedo e não tem nada definido. E tudo o que se falar é prematuro,
por duas razões: a primeira é a indefinição do quadro nacional,
não se sabe o que vai acontecer, qual o resultado da Lava Jato até
setembro do ano que vem. Nós vimos a derrocada do PT, agora estamos
assistindo à derrocada do PSDB e do PMDB, que são os três partidos
mais fortes”, avaliou um observador político que acompanha de
perto a política do Distrito Federal. (Rodrigo
Rollemberg, foto Pedro Ventura,Agência Brasília).
Indefinição
Nacional
O
Brasil vive hoje a derrocada dos grandes partidos. “Tem uma
incógnita aí que é qual a reação da população a isso tudo. E
tem mais dois aspectos: a questão das coligações nacionais
impactando no Distrito Federal e a partir disso, a definição
local”.
Manutenção
da Coligação
Um
exemplo para ser avaliado, é a chapa que elegeu o governador: PSB,
Rede, PV, PDT e PSD. Dessa coligação, provavelmente, a Rede, o PV e
o PDT vão ter candidato à Presidente da República. O PDT com Ciro
Gomes, a Rede com Marina Silva, e o PV, com Eduardo Jorge. Isso pode
ou não afetar a composição da manutenção da coligação do
Governador.
Aí
tem um outro imponderável. O PSB vai ter candidato próprio à
Presidência da República, ou vai compor com alguém. Esse alguém é
o Geraldo Alckmin. Conforme foi estipulado, ou o João Doria; que
esteve em Brasília e fez questão de realizar todas as reuniões
possíveis com políticos, inclusive com o governador Rodrigo
Rollemberg, no Palácio do Buriti. PSB/PSDB ou é outro. Não se
sabe.
Quem
organizou a vinda de João Doria à Brasília, para uma palestra com
150 empresários foi o empresário Paulo Octávio, presidente da
LIDE, que “só convidou o governador, na véspera, um dia antes. O
governador não foi, e o Doria, fora da agenda, foi até o Palácio
do Buriti onde se reuniu com o Rollemberg”.
Oposição
e a definição de linhas de apoio
Na
oposição estão o PMDB, PR, PP, PT, e o PTB. Solto ainda tem o PPS.
São duas linhas: o PPS tem a linha do Cristovam Buarque e Walmir
Campelo. E tem ainda a linha dos deputados Distritais, Celina Leão e
Raimundo Ribeiro. O PPS vai seguir a linha de um ou de outro? Existe
uma grande chance que eles saiam alinhados com a turma do Cristovam e
do Walmir Campelo, pela representatividade e pelo fato de tanto a
Celina, quanto o Raimundo, ainda estarem com pendências da Operação
Dracom, que é outro fator com desdobramentos que podem influenciar.
Se sair o julgamento até agosto o julgamento dos dois, é um quadro.
Se não sair é outro, pois existe a hipótese inclusive, de se
tornarem inelegíveis; e participando de um processo como esse
ficariam bastante prejudicados.
A
ausência de líderes, um fator Importante
Aí
vem um outro fator importante. A ausência de líderes para a
disputa. De quem estou falando: Joaquim Domingos Roriz, José
Roberto Arruda, Tadeu Filippelli, e Agnelo Queiroz.
Todos fora do jogo. É a pintura de um quadro hoje, há um ano e
quatro meses do pleito. O PMDB com Tadeu Fillipelli candidato é uma
coisa, sem ele ser candidato é outra coisa. O PR com Arruda é uma
coisa, sem ele é outra. O PT, por sua vez, está mais massacrado do
que qualquer outro partido. A pesquisa identifica que tem menos de
20% de pessoas que gostam do partido. Está abaixo da média
histórica do Partido dos Trabalhadores, que está em torno de 25 a
30%.
“Benção
da Honestidade”, um peso grande na campanha
Nesse
conjunto de situações, tem mais um fator preponderante: José
Antônio Reguffe. Para onde irá ele e seu discurso político? É
certo que o Reguffe não é candidato agora. Pretende ser em 2022.
Mas é certo também que o apoio dele a um candidato tem seu peso.
Ele é o grande cabo eleitoral da cidade. Com quem ele tiver, vai ter
a benção da honestidade; e hoje, em tempos de Lava Jato, esse peso
é bastante grande, é fundamental. O Palácio do Buriti tem
esperança que o apoio de Reguffe seja dado ao governador Rodrigo
Rollemberg. “Ele não vai apoiar o Alírio, não vai apoiar o
Frejat, não vai apoiar o Izalci. A impressão que dá hoje é que
está tudo igual, inclusive, o governador que com toda a rejeição
que tem ao governo dele, está mais ou menos igual ao Izalci. Está
bem acima do Alírio, está mais ou menos igual ao Jofran Frejat”,
avalia o observador da política local. Os candidatos terão caminhos
tortuosos para enfrentar na caminhada ao Palácio do Buriti.
Só
se for um fenômeno para agradar a maioria
Outro
cenário que pode ser colocado na mesa. O Joe Valle pode ser
candidato. Mas certamente, terá muitas dificuldades. Não é fácil
sair de deputado Distrital com 20 mil votos, para governador que
precisa de 800 a um milhão de votos. Só um fenômeno para em dois
anos, agradar toda uma população. Nenhum deles, o próprio Izalci
Lucas, pela primeira vez, foi bem votado; teve 80 ou 100 mil votos.
Nos demais, era deputado de 40 a 50 mil votos.
Como é
que ele vai pular de 100 mil votos para 800 mil? Ele teria que
representar algum segmento, ou sofrer uma profunda transformação.
Nada fácil nas atuais circunstâncias.
Situações
Política e Legal
Os
processos, são duas situações: um é o desprestígio político, e
o outro, o legal. O legal pode até demorar. Alguns deles já estão
nisso. Quem é preso é muito difícil ele prosseguir para um cargo
majoritário. Por exemplo: o Filippelli, o Agnelo, e o Arruda.
O
Alberto Fraga, tem um público fiel. Sim, mas isso representa 10 a
15% dos votos.
Veja a
diferença: o Fraga e o Izalci. O Fraga tem um discurso de direita
radical, contra o homossexual, entre outros pontos. Isso, por mais
que a gente possa não gostar, tem respaldo na sociedade. Tem de 10 a
15% do eleitorado que pensa assim.
O tema
nos leva a uma discussão que cada um tem. Esse negócio de esquerda,
e direita está muito frágil atualmente.
Tem um
campo de esquerda que é: PT, PDT, PV, Rede, PCdoB e PSB, se vão
estar juntos ou não é outra coisa. Acho que não. “O PT não vem
com o Rodrigo por causa da decisão sindical”, o fato de ele não
ter dado o reajuste. Acredita uma fonte do Palácio do Buriti. Esse
seria um campo. Aí tem a “direita”, por assim dizer: PMDB, PR,
PP, DEM, PTB e o PSDB. Esses partidos vão ficar juntos? Vão ser uma
chapa só, vão ser duas ou mais?
O
deputado Alberto Fraga é pré-candidato, apesar das denúncias que
pesam contra ele. O Izalci Lucas também é pré-candidato, e também
tem alguns processos em andamento. O PMDB, PR e o PP não têm nomes.
Tem o Ronaldo Fonseca, que é pré-candidato. O PTB tem o Alírio
Neto. Qual a força dele? Ele não conseguiu se eleger deputado
Distrital. Se especulam nomes que não tem sustentação, que falta
base. É mais um caso de você sair de deputado Distrital com 10 ou
12 mil votos, para ser governador com 800 mil votos. A não ser que
consiga levar a massa junto, e levar uma multidão sem militância
permanente; é sem dúvida um desafio e um problema.
O PT
deve vir com a Erika Kokay, o Frejat, ou Alírio. Já o Renato Rainha
é mais difícil, porque se ele sair ele perde a aposentadoria dele,
faltam dois anos. Rainha foi deputado Distrital a 16 anos atrás.
Quem conhece Renato Rainha hoje? Tribunal de Contas! Isso não dá
voto.
Apostar
num “outsider” não será fácil
A
última incógnita é apostar num “outsider”, alguém de fora do
meio político. Mas quem na política do Distrito Federal está
habilitado para um desafio como esse? Não tem esse perfil; pelo
menos, aparentemente, no mercado local.
Isso
sem falar que do lado da oposição tem a tal da fila, quem cedeu
espaço em favor do partido e coligações em eleições anteriores e
agora espera sua vez. Quem está na vez na fila é o Jofran Frejat.
Enfim,
feita a primeira provocação. Ao longo dos dias vamos tentar
apresentar os argumentos dos candidatos e as primeiras ações dos
partidos em busca de coligações na Capital da República. É cedo,
mas o taxímetro já está ligado.
Fonte: Blog do Edgar Lisboa
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.