Circulou na última
terça-feira 10/7, nas redes sociais um vídeo e algumas fotos de uma
ocorrência policial de gravidade havida na cidade de Santa
Margarida, no estado de Minas Gerais, quando uma quadrilha composta
de 8 criminosos, armados com fuzis e carabinas calibre 12, depois de
roubarem uma agência bancária, atiraram contra uma guarnição de
policiais militares mineiros, vitimando fatalmente um deles, com um
disparo de arma de fogo que atingiu a sua cabeça.
Acompanho diversos grupos
nas redes sociais e vejo comumente, depois de eventos como este,
manifestações diversas, que vão desde comentários sobre a audácia
e violência dos criminosos, a discrepância do armamento de
criminosos e policiais, a impunidade e a certeza de que não serão
identificados até lamentações sobre a perda de mais um policial.
Olhando por um ou outro
lado, pode-se chegar à conclusão que há sentido e verdade em tudo
que se fala, muito embora algumas vezes, até pelo fato das pessoas
estarem envolvidas emocionalmente, percebo algum exagero no tom das
colocações.
Já escrevi outras vezes e
vou repetir agora: toda vez que tenho a notícia da morte de um
agente encarregado da aplicação da lei no cumprimento do dever,
sinto uma dor enorme no coração, similar à que sentiria se
estivesse perdendo um filho ou um irmão de sangue.
Tenho para mim que este
fato, ou seja, o homicídio de policiais, deve ser tratado com o
máximo rigor pelos órgãos de apuração, de acusação e,
principalmente, pelo Poder Judiciário.
Não digo isto porque acho
que a vida de um policial é mais valiosa do que a de outra
pessoa qualquer, que exerça uma outra profissão: assim entendo
porque o cidadão que opta por ser um policial assume um papel social
de relevância, tornando-se uma parte do Estado, que nele se
humaniza.
Ao atacar o policial,
vitimando-o, é como se o criminoso estivesse violentando o próprio
Estado!
Em muitos países
desenvolvidos, o homicídio de policiais recebe o tratamento de crime
de terrorismo, sendo as suas penas altíssimas e sem a previsão de
qualquer benefício de redução.
No Brasil, matar policial
virou motivo de prestígio entre os criminosos: quando um bandido
consegue este intento passa a ocupar posição destacada na Facção
a que pertence e reconhecido entre os criminosos como alguém
respeitável e que merece exercer liderança.
Uma completa inversão de
valores que só se resolve com o endurecimento das penas e agilidade
no processo penal: em linguagem mais clara, com “cadeia longa e
rapidamente aplicada”!
Isto precisa acontecer
breve, sob pena de, em curto espaço de tempo, não haver mais na
sociedade aqueles que se interesse em ocupar o papel social de
policial.
Na contramão disto tudo,
discute-se no Congresso Nacional Brasileiro legislação que modifica
a lei de Abuso de Autoridade e passa a punir com extremo rigor os
policiais que eventualmente no cumprimento de sua missão pratique
uma atitude que possa ser interpretada como abusiva.
Este desequilíbrio entre a
legislação que pune os policiais e as que lhes garante proteção é
um fator de desmotivação para a carreira e que poderá fazer
aumentar ainda mais o número de vítimas policiais.
A pergunta que não quer
calar e que faço há muito tempo é a mesma: A QUEM INTERESSA ESTE
CENÁRIO?
Eu imagino qual seja a
resposta….
Coronel Figueiredo.
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Obrigado pela sugestão.