Por Agência Brasília
Atividade tem como objetivo identificar origem do fogo em áreas
atingidas e autuar responsáveis. Ação integra o plano de prevenção
e combate a queimadas.
Servidores de órgãos ambientais do Distrito Federal e da União
aperfeiçoam as habilidades para identificar focos de queimadas. Até
sábado (22), 38 inscritos participam do primeiro curso de
capacitação em técnicas de perícia, previsto no Plano de
Preservação e Combate aos Incêndios Florestais.
Em sete dias de aulas teóricas e práticas, os servidores aprendem a
controlar chamas de incêndio e a construir laudos periciais que
atestam a origem do fogo.
A queima de lixo doméstico, o manejo de solo feito com fogo ou mesmo
a incidência do sol em pedaços de vidro jogados em áreas secas são
focos comuns de queimadas.
“Um dos objetivos do curso é aumentar a capacidade de identificar
e autuar os responsáveis por crimes ambientais nas áreas de
preservação”, destaca a subsecretária de Serviços
Ecossistêmicos da Secretaria do Meio Ambiente,
Nazaré Soares.
De acordo com ela, além de aumentar o conhecimento técnico nas
instituições, o curso atende a uma demanda da sociedade. A próxima
edição está prevista para 2018.
O gerente do Fogo do Parque Nacional de Brasília, Manoel Eurípedes
da Silva, reforça a necessidade do treinamento. “Descobrir a causa
também é fundamental para impedir que o incêndio ocorra
novamente”.
Manoel foi um dos responsáveis pelas ações pedagógicas
ministradas em aulas práticas nesta quarta-feira (19), na unidade de
conservação.
Para demonstrar a dinâmica do fogo, foram queimados intencionalmente
12 mil metros quadrados de uma área, dividida em cinco faixas.
A técnica de queima controlada usada no curso, chamada de aceiro
negro, é usada para evitar propagação de incêndios florestais. O
procedimento é recomendado pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão
do parque.
Até o fim de julho, o órgão federal concluirá 142 quilômetros de
aceiros negros no território do DF.
Governos local e federal trocam experiência
Capacitados, os peritos darão suporte nos órgãos responsáveis.
“Normalmente, essa função é restrita ao trabalho dos bombeiros,
mas agora teremos mais profissionais aptos a atender amplamente o
território do DF”, explica a técnica da Secretaria do Meio
Ambiente para o Plano de Preservação e Combate aos Incêndios
Florestais, Carolina Schubart.
A turma é orientada por cinco instrutores do Centro Nacional de
Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo), do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama).
Para garantir a segurança dos participantes, 15 brigadistas, um
caminhão-pipa e dois caminhões de combate a sinistros acompanham a
prática.
Um dos alunos, o comandante do Grupamento de Proteção Ambiental do
Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Gláuber de La
Fuente, reforça que a capacitação é importante para a troca de
experiências.
Pelos bombeiros, participam do curso quatro combatentes e dois
peritos. “Também fazemos essa atividade na corporação, mas aqui
aproveitamos a expertise de órgãos que usam metodologias
específicas para áreas de preservação”, observa o oficial.
Ele reforça que a perícia é fundamental para aprender como
preservar as áreas afetadas e concluir com mais precisão a origem
dos focos de incêndio. “Aprender o comportamento do fogo é muito
importante no combate direto ao incêndio”, acrescenta o
comandante.
Além dos bombeiros, integram a turma, pelo governo de Brasília,
servidores da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
(Caesb), da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) e
do Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
Também participam representantes do Jardim Botânico de Brasília,
da Polícia Civil do DF, da Aeronáutica e da ONG Grupo Ambientalista
do Torto.
O que é o plano de ação
Criado em 1996, o Plano de Ação de Prevenção e Combate
aos Incêndios Florestais do DF foi reformulado pelo Decreto
nº 37.549, de 15 de agosto de 2016, que criou ainda o Sistema
Distrital de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais.
O programa é voltado para promoção, prevenção e apoio a
atividades educativas e de saúde relacionadas a queimadas. Entre os
objetivos estão proteger unidades de conservação no DF e áreas de
proteção de mananciais, prevenir incidentes e fiscalizar queimadas.
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.