A imagem acima é extraída do blog da Deputada Renata Abreu - PODEMOS/SP)
Por
Política DF em Números
A
Comissão Especial que analisa mudanças nas regras eleitorais (PEC
77/03) aprovou, na madrugada de quinta-feira 10/08/2017, um destaque
de autoria do PMDB ao parecer do Relator, Deputado Vicente Cândido
(PT-SP), instituindo para as eleições 2018 o chamado “Distritão”.
Trata-se,
para as eleições proporcionais (Deputados Federais, Estaduais e
Distritais em 2018), da eleição dos candidatos mais votados, em
turno único, em 27 Distritos no território nacional, equivalentes
aos Estados e ao Distrito Federal.
O
parecer da Comissão, que propõe outras modificações, em
particular em matéria de financiamento, terá de obter 3/5 dos votos
do plenário para seguir para o Senado Federal.
Comentário
do blog:
Os
efeitos práticos da mudança do sistema seriam uma compreensão mais
fácil do resultado das eleições proporcionais por parte do
eleitor, que frequentemente estranha os diferentes cálculos
(quocientes partidário e eleitoral, média pelo método d´Hondt)
permitindo a eleição de candidatos menos votados que outros que
acabam suplentes, às vezes nem isso.
Da
mesma forma, os votos de legenda, as coligações (que viram
desnecessárias) até mesmo a figura do “puxador de votos” seriam
eliminados no Distritão. O número de candidatos também seria
drasticamente reduzido: a um partido, interessará concentrar os
votos em pouquíssimos candidatos já que os votos a candidatos
menores seriam inúteis. Partidos de maior porte provavelmente
organizarão prévias, eventualmente abertas além dos filiados, para
verificar a densidade eleitoral dos pré-candidatos afim de maximizar
as chances.
Para
os partidos menores, há risco de diminuição da participação
feminina legal, já que vão preferir lançar um ou dois candidatos
(sem incorrer no percentual mínimo de alternância de sexo) ao invés
de três ou quatro. Há também um risco à “renovação” nos
partidos apoiados em nomes conhecidos, que procurarão assegurar seus
mandatos.
A
figura do “puxador de voto”, onde são frequentemente citados os
exemplos de Enéas Carneiro, Clodovil, Tiririca ou Celso Russumanno,
é na verdade quase anedótica, e não modifica radicalmente o
resultado. Particularmente nas últimas eleições, onde os
candidatos “puxados” tiveram votação razoável, mesmo quando
inferior a outros não eleitos.
Tomando
a hipótese da implantação do Distritão nas eleições para
Deputado Federal em todos os Estados na eleição 2014, o resultado
teria modificado 45 cadeiras, ou seja menos de 10 % da Câmara
eleita.
Este
exercício é puramente matemático, já que com o sistema Distritão,
a estratégia dos partidos teria sido completamente outra, como já
comentamos.
Confira
a lista dos Deputados eleitos que não o teria sido se tivesse o
Distritão em 2014 (por Estado) > Hipo
Distritão BR 2014 não eleitos
Confira
a lista dos Deputados não eleitos que o teria sido se tivesse o
Distritão em 2014 (por EStado) > Hipo
Distritão BR 2014 eleitos
Teria
havido um ganho significativo de cadeiras para PMDB e PSD (ambos
contando 5 eleitos a mais) enquanto PHS e PV teriam perdido 3 cada.
Confira
o ranking de ganhos/perdas por partido > Hipo
Distritão BR 2014 rank
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