Por Ailim Cabral e Júlia Campos
Brasília bateu um triste recorde, que reflete a gravidade da barbárie no trânsito. De janeiro a agosto, a Polícia Militar, o Departamento de Trânsito do DF e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) registraram 16 mil autuações por infração à Lei Seca. Em comparação com o mesmo período de 2016, isso representa um crescimento de 63%. O total de flagrantes é o maior registrado na capital federal, desde a criação da lei. O adolescente de 17 anos que atropelou uma família e matou três pessoas ontem é mais um número nessas estatísticas. Segundo a PM, ele estava alcoolizado na hora da tragédia.
Brasília bateu um triste recorde, que reflete a gravidade da barbárie no trânsito. De janeiro a agosto, a Polícia Militar, o Departamento de Trânsito do DF e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) registraram 16 mil autuações por infração à Lei Seca. Em comparação com o mesmo período de 2016, isso representa um crescimento de 63%. O total de flagrantes é o maior registrado na capital federal, desde a criação da lei. O adolescente de 17 anos que atropelou uma família e matou três pessoas ontem é mais um número nessas estatísticas. Segundo a PM, ele estava alcoolizado na hora da tragédia.
O jovem é acusado de matar Ruth Ester de Jesus
Carvalho, 22 anos, e Gabriela de Jesus Carvalho, 19, além de um bebê
de seis meses, filho da primeira vítima. O pai das mulheres, Mun Sun
Go, e uma criança de dois anos, também filha de Ruth, ficaram
feridos e foram encaminhados para o Hospital Regional do Gama (HRG).
Dirigindo o carro do pai, um Hyundai Azera, de
cor preta – veículo que custa, em média, R$ 75 mil, o jovem
apresentava sinais de embriaguez e fugiu do local. Ele foi abordado
pelos militares depois de correr por cerca de um quilômetro. Ao ser
localizado, o adolescente estava em um matagal atrás da Vila Roriz,
próximo ao local do acidente.
Segundo o subtenente da Polícia Militar
Erivelton da Silva, o acusado estava exaltado e corria risco de
linchamento, já que moradores da região se aglomeraram ao redor do
local do acidente. “Para evitar que ele fosse agredido, levamos o
jovem para a delegacia mais próxima, a 20ª (Gama), onde foi feito o
teste do bafômetro. O exame apontou um nível de 0,53 mg/l de álcool
no sangue, bem acima do limite que configura crime, que é de 0,36
mg/l”, contou o PM.
Em seguida, por volta das 11h40, o acusado de
provocar o acidente foi encaminhado à Delegacia da Criança e do
Adolescente, na Asa Norte. O menor foi retirado do porta-malas do
carro e acompanhado pelos agentes até a área interna da delegacia.
Ele andava de cabeça baixa, sem as algemas. Ao ser colocado em uma
sala da unidade, os policiais optaram por colocar as algemas no
jovem.
Antes da chegada do acusado, o advogado
contratado pela família, Eduardo Alvarez, o aguardava no local. Ele
conversou por alguns minutos com o jovem, que ainda não havia sido
ouvido. “Ele caiu na real e está muito nervoso. Não para de
chorar”, afirmou Eduardo. Ele informou à reportagem que trabalhou
para a família em outras ocasiões e que o pai do suspeito ficou
bastante preocupado ao receber, por telefone, relato sobre o
acidente. Eduardo informou ainda que os pais não compareceriam à
delegacia imediatamente, pois estavam receosos da reação de
populares. O advogado garantiu ainda que o jovem pegou o carro
escondido da família.
Eduardo Alvarez reconhece que, nessa situação,
o pai do menino provavelmente responderá pelos atos do menor e que
terá que dar assistência à família das vítimas. A reportagem
tentou entrar em contato com os familiares do suspeito e visitou a
residência do jovem, na Quadra B do Gama. No entanto, ao avistar o
veículo do Correio, alguns moradores da rua ameaçaram jogar pedras
na equipe e se recusaram a falar.
O jovem pode cumprir medida socioeducativa de
até três anos de internação. Até o fechamento desta edição,
ele ainda permanecia na DCA da Asa Norte. Hoje, o infrator dever ser
conduzido para o local de internação provisória, a ser definido
pela Vara da Infância e da Juventude. Segundo a Divisão de
Comunicação da Polícia Civil, a infração foi registrada como ato
infracional análogo ao crime de homicídio culposo na direção de
veículo automotor – quando não há intenção de matar.
Memória
Pistão Norte
» Um motociclista ficou gravemente ferido após
ser atingido por um motorista embriagado. No último dia 5, por volta
das 7h20, um homem dirigia sob efeito de álcool no fim do Pistão
Norte, próximo à saída para a Estrutural, quando entrou em uma via
sem olhar e atingiu o motociclista, que foi encaminhado para a
unidade de saúde entubado e gravemente ferido.
Park Way
» Em 2 de maio, o artista plástico, escultor
e paisagista Floriano Sampaio e Silva, 50 anos, morreu após ser
atropelado enquanto pedalava na Quadra 17 do Park Way. Floriano tinha
o hábito de pedalar ao entardecer e já teria dito a uma amiga que
este era seu “momento sagrado”. O motorista dirigia sem
habilitação e foi indiciado por homicídio qualificado. Segundo a
PM, o motorista tinha 41 anos e o carro tinha dívidas de
licenciamento.
São Sebastião
» Um rapaz de 18 anos atropelou e matou dois
jovens após uma confusão em uma festa, em São Sebastião. Em 29 de
abril, por volta das 4h, Fernando Salvador Souza Rodrigues dirigia um
Hyundai i30 e avançou com o carro contra Daniel Barreto Batista, 28
anos, e Douglas Araújo Silva, 21, que estavam sentados em um
meio-fio. O veículo pertencia a Daniel e, segundo a PM, teria sido
roubado momentos antes do crime. Daniel e Douglas teriam se envolvido
em uma briga com Felipe e outros homens. O impacto foi tão forte que
arrancou o meio-fio e arremessou as vítimas a cerca de 50 metros.
Lago Norte
» Em 23 de abril, um ciclista morreu, após
ter a bicicleta atingida por um carro na QI 7 do Lago Norte. Edson
Antonelli, 61 anos, era administrador de empresas aposentado e tinha
o hábito de pedalar no local. O aposentado deixou mulher, dois
filhos e um neto de 1 ano. A motorista do veículo, Mônica Karina
Rocha Cajado Lopes, 20, fez o teste do bafômetro e o resultado
apontou 0,85 miligrama de álcool por litro de ar expelido dos
pulmões. Mônica foi autuada por homicídio culposo e embriaguez ao
volante, mas deixou a prisão após pagar de R$ 5 mil.
Fonte: Correio Braziliense
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