Por Poliglota
Somente entre a tarde de sexta-feira (11) e a do sábado (12), três PMs (policiais militares) e um policial civil foram assassinados no Rio de Janeiro, subindo para 97 o número de policiais assassinados
Somente entre a tarde de sexta-feira (11) e a do sábado (12), três PMs (policiais militares) e um policial civil foram assassinados no Rio de Janeiro, subindo para 97 o número de policiais assassinados
Enquanto
o Congresso está às voltas com as reformas da previdência e
eleitoral, que de uma forma geral ferra com o povo brasileiro, nenhum
parlamentar se posicionou sobre a necessidade urgente de uma REFORMA
CRIMINAL. Para bancar a eleição desses mesmos parlamentares no ano
que vem serão distribuído 3,6 bilhões dos cofres públicos,
dinheiro de nosso bolso.
A
morte e assassinatos de policiais pelo país afora se tornou uma
coisa banal, como se esses agentes da lei e da ordem não passassem
de só mais um número nas estatísticas nacionais. Uma vergonha para
um país em pleno desenvolvimento, mas que só é bom para copiar as
grandes potências naquilo que lhe é conveniente.
Segundo
a Polícia Militar do Rio de Janeiro, 97 agentes da corporação
foram mortos a tiros neste ano. As PMs do país precisam se organizar
para exigir mudanças na legislação criminal. Num momento em
que o governo está vendendo o jantar para tomar o café da manhã do
dia anterior, ouve-se falar de reforma tributária, reforma política,
reforma econômica e daí exsurge a pergunta: E
a Reforma Criminal?
Se
formos às ruas entrevistar as pessoas e a elas perguntar se a
legislação criminal atende seus desejos como cidadão, qual seria a
resposta? Em que outro país existe uma pena inicial de três anos
para quem porta um fuzil, sendo que retornará as ruas em 6 meses? E
a pena para quem tira uma vida? Seria justo uma pessoa progredir de
uma pena de 15 [anos] e sair com cinco, seis anos? Não é razoável.
“Não
pode acontecer de defendermos um conceito de direitos humanos que tem
lado. Se nós condenamos violação de direito praticada contra a
vida de morador de favela, nós também temos que condenar a violação
de direito praticada contra a vida do policial. Os nossos policiais
trabalham em condições sub-humanas, são mal remunerados, espera-se
deles o impossível, que sozinhos realizem o chamado sonho da
pacificação. Nós olhamos para a favela e vemos a presença da
polícia militar em algumas comunidades, mas não vemos as demais
secretarias de estado”, afirmou
um membro da ONG Rio de Paz, num evento em que homenageava os
policiais assassinados no Rio de Janeiro.
O
que se percebe é que as corporações policiais militares do país
parecem estar abandonadas pelos governos estaduais, com salários
defasados, falta de equipamentos individuais, falta de recursos
humanos para atenderem à sociedade e o pior, desprezados por
governos, pois eles não dão votos. Isso sem falar na falta de um
tratamento digno de saúde a policiais e familiares que vão desde
odontólogos à psiquiatras. Esse abandono se reflete também no
número crescente de violência para o cidadão de bem. Como é que o
policial pode chegar para o cidadão hoje e falar que ele pode
andar tranquilamente nas ruas? “Não
tem como, se nós que temos a obrigação de garantir a segurança
não estamos conseguindo proteger a nossa própria vida”, afirma
um policial.
Portanto,
é passado da hora da sociedade também se mobilizar nesse projeto
coletivo. O momento prévio das eleições é a oportunidade dela
pressionar os congressistas a se engajarem numa reforma criminal que
traga de volta, efetivamente, a sensação de segurança para o povo
brasileiro. Calados, não passarão de cúmplices de um genocídio de
uma classe que veio para manter a ordem e proteger a vida da
sociedade. SOCIEDADES
CIVILIZADAS NÃO TRATAM O CRIME ASSIM, COM DESDÉM, COMO SE O DIA DE
AMANHÃ NUNCA FOSSE EXISTIR!
Para
fechar, escrevo essa matéria hoje (13), domingo, dia dos pais e dia
também de futebol. Para os 97 policiais mortos no Rio de Janeiro e
seus familiares, bem como os demais assassinados pelo país afora e
ocultos pela mídia, hoje não haverá festejos. Eles não terão o
tradicional “almoço
do dia dos pais” e
nem “entrarão
em campo”.
Triste!
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