O governo estuda acabar com o horário de verão. O assunto está
em avaliação na Casa Civil e caberá ao presidente Michel Temer
bater o martelo. A intenção da equipe envolvida nas discussões é
decidir sobre o tema nas próximas semanas, já que o próximo
período de vigência do horário diferenciado está previsto para
começar em outubro até fevereiro.
O
horário de verão foi criado com o objetivo de economizar energia
elétrica durante o período em que está em vigor. Um estudo do
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Ministério de
Minas e Energia concluiu, no entanto, que essa política pública
traz efeitos “ próximos à neutralidade” com relação à
economia de energia elétrica. Ou seja, o principal objetivo da
medida, economizar eletricidade, não é mais atingido. Foi a partir
daí que o assunto passou a ser analisado por outros entes do
governo.
A
avaliação é de que o período em que a maior parte do país
adianta o relógio em uma hora já faz parte dos costumes e da
cultura do brasileiro. Por isso, a decisão que vier a ser tomada
levará em conta também esses aspectos, além da capacidade de
economizar energia.
Entre
os técnicos que defendem a medida dentro do governo, o argumento é
de que o horário pode ser positivo para setores como comércio e
turismo, apesar do pouco impacto na economia de energia. Isso porque
as pessoas têm mais uma hora para consumir, o que seria benéfico
para empresas desses setores econômicos.
A
Casa Civil informou que foi criado um grupo de trabalho especialmente
dedicado a analisar a eficácia do horário de verão, após a
conclusão dos estudos técnicos. Disse ainda que uma decisão deve
sair “em breve”, mas não deu prazo. A decisão cabe apenas ao
Poder Executivo, ou seja, não precisa passar pelo Congresso
Nacional.
As
discussões sobre o horário de verão ganharam força no governo
após um estudo do ONS e do ministério constatar que a “adoção
desta política pública atualmente traz resultados próximos à
neutralidade para o consumidor brasileiro de energia elétrica, tanto
em relação à economia de energia, quanto para a redução da
demanda máxima do sistema”. O estudo atribui esse resultado à
“mudanças no perfil” da sociedade e na “composição da
carga”, que vem sendo observado nos últimos anos.
No
passado, quando o horário era mais eficiente, as pessoas e empresas
eram estimuladas a encerrarem suas atividades do dia com a luz do sol
ainda presente, evitando que muitos equipamentos estivessem ainda
ligados quando acionada a iluminação noturna.
A
mudança do perfil do brasileiro, no entanto, mudou as
características do consumo. Muita gente deixou de ter um horário
tradicional de trabalho, chegando em casa já à noite. Além disso,
principalmente durante as tardes de verão, o uso de equipamentos,
como o ar condicionado, foi intensificado.
Fonte: O Globo
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.