Por Eric Zambon, Jornal de
Brasília
O descontentamento do
eleitorado com o Governo de Brasília está, aos poucos, se
transformando. Uma pesquisa do Instituto Exata OP mostrou que, em
junho, a gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB) enfrentava 86,8% de
desaprovação dos entrevistados e 8,6% de aprovação, sendo que
4,5% não souberam responder. No levantamento mais recente, referente
a este mês, os dois índices sofreram redução e a porcentagem de
quem não soube opinar pulou para 11,4%.
“O
governador não conquistou a simpatia de ninguém por enquanto. É
preciso esperar para ver se essa migração de quem desaprova para
neutro se converterá em algo positivo”, analisa Marcus Caldas,
responsável pela pesquisa no instituto. Ele lembra que, no mesmo
documento, ainda foram constatadas poucas avaliações “ótima” e
“bom”, hoje em 0,4% e 3,4%, respectivamente.
Saiba Mais
Em uma pesquisa de agosto
deste ano sobre preferências por candidatos, o índice de
desaprovação do governo caiu a 59,7%.
Isso porque, no formulário
aplicado aos entrevistados pelo Exata OP, foi acrescentada a opção
de imparcialidade, além de “aprovo” ou “desaprovo”. Assim,
35,1% não aprovaram nem desaprovaram Rollemberg na ocasião.
Para Marcus Caldas,
responsável pela pesquisa, isso mostra que “ entre 30% e 40% do
eleitorado da capital não está nem aí para política.”
Menos “péssimo” e
“ruim”
Segundo os dados obtidos,
porém, as avaliações “péssimo” e “ruim” também sofreram
redução e o percentual de quem considera o governo “regular”
cresceu quase 10 pontos, atingindo o índice de 28,9%. Isso se
refletiu também nas intenções de voto. Em junho, 83% dos
entrevistados garantiram que não votariam em Rollemberg no pleito de
2018, 11,5% disseram que talvez fizessem isso e 2,5% não souberam
responder.
Em outubro, o “talvez”
aumentou cerca de 3%, exatamente o quanto o índice de “não
votaria” reduziu.
“Está
muito claro para a gente essa mudança da opinião pública, a
mudança do quadro geral. Não é uma oscilação, é uma tendência
no crescimento de aprovação”, assegura o presidente do PSB no DF,
Tiago Coelho, também secretário adjunto de Ciência, Tecnologia
e Inovação.
Coerência
“A
população começou e entender a coerência do discurso do
governador e a necessidade de fazer ajustes, como cortes no número
de secretarias e cortes na máquina pública, mesmo sendo na própria
carne”, complementa.
Para ele, o grande número
de indecisos não se restringe ao DF e é uma realidade nacional.
Coelho atribui isso ao momento econômico delicado vivido no País e
à instabilidade política, materializada pelas conturbações no
Congresso.
Cumprimento de promessa faz
melhorar
O presidente regional do PSB
exalta obras entregues pelo governo e cita promessas de campanha
cumpridas, a exemplo da democratização da orla do Lago Paranoá,
como trunfos da gestão. “Quando o eleitor fica indeciso, observa o
discurso de um político e gosta, por estar aliado à prática do dia
a dia, a migração começa. Isso vai acontecer cada vez mais e a
cobrança da população por um discurso coerente vai proporcionar a
mudança”, afirma. Otimista, ele antecipa até a estratégia do
partido, visando às próximas eleições: Coelho quer a esquerda da
capital unida.
“O
PSB acaba de passar por refrigeração tanto no diretório nacional
quanto nas executivas. Isso vai levar a um maior diálogo dos
partidos de centro-esquerda”, destaca, em referência às eleições
internas do partido, finalizadas no último dia 12 com sua aclamação
como novo presidente. “Isso vai aumentar o diálogo com agremiações
que sempre tiveram convergência com os ideais defendidos e
levantados por nós. Um exemplo é o PCdo B, que nos convidou para o
congresso deles. Existem outros partidos também”, revela.
Fonte: Jornal de Brasília
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