Você sabia que o principal motivo para a criação dos Corpos de Bombeiros
Militares pelo mundo, foi exatamente os Bombeiros Civis.
Em
1871 a cidade a cidade de Chigago, IL, tinha 2/3 dos
prédios revestidos de madeira. Nessa época, a cidade
era a de maior crescimento dos Estados Unidos. O Dep. de Incêndio,
porém, contava com apenas 219 homens e os pedidos do comandante por
mais homens e equipamentos foram ignorados pelos chefes do governo
local, decisão que levou a um desastre no dia 8 de outubro do mesmo
ano, quando um prédio no lado oeste da cidade pegou fogo na época
de seca e ventos fortes.
Em
2 horas, mais de 500 prédios estavam em chamas e o corpo de
bombeiros, com efetivo baixo e exausto, foi incapaz de conter os
incêndios. A prefeitura pediu que as cidades vizinhas enviassem
todos os bombeiros de seus departamentos de incêndio para ajudar.
Vale ressaltar que as brigadas de empresas privadas já existiam há
mais de 200 anos, mas no momento de grande necessidade, quem foi
chamado para auxiliar foram os Departamentos de Incêndio
(equivalentes aos CBM) das cidades vizinhas. O incêndio durou 30
horas e, ao fim, 1/3 da cidade foi completamente queimado e mais de
300 civis haviam falecido, além de um incalculável número de
desabrigados.
“Londres
sofreu grandes incêndios em 798, 982, 989, 1212 e, o pior de todos,
em 1666 (O Grande Incêndio de Londres). O Grande Incêndio, que
começou numa padaria em Pudding Lane, consumiu 5 km² da cidade,
deixando dezenas de milhares desabrigados. Até esse evento, Londres
não tinha um sistema organizado de proteção contra incêndios.
Após
o incêndio, companhias de seguros formaram Brigadas Privadas de
Combate a Incêndios para proteger as propriedades de seus clientes.
As companhias privadas, porém, combatiam apenas as chamas em prédios
segurados por suas empresas, que eram identificados pelos símbolos
de suas companhias.”
Departamentos
de Incêndio foram novamente formados por companhias
de seguros
no começo do século XVII, após o grande incêndio de Londres, em
1666, e começaram a ser estabelecidas no ano seguinte. Outras
começaram a perceber que era uma atividade bastante lucrativa, então
mais 10 companhias começaram em Londres, antes de 1832.
No
século 19, a prática de Brigadas de Incêndio se recusando a
combater incêndios em prédios que não eram segurados por suas
empresas levou à demanda de Corpos de Bombeiros. Cidades começaram
a formar seus próprios departamentos de incêndio como serviço
público civil, levando empresas privadas a fechar e até unir seu
efetivo aos Corpos de Bombeiros.
Ao
longo de toda a História, como se pode observar nos casos da
Inglaterra e
Estados Unidos, as brigadas de combate a incêndio já existiam
quando os governos decidiram criar seus corpos de bombeiro, que
perduram até hoje. Substituir os Corpos
de Bombeiros Militar
por Brigadistas de empresas privadas seria caminhar em sentido
contrário à progressão de eventos que provou ser, como foi
demonstrado nos exemplos acima, a linha da evolução do combate a
incêndios.
Se,
por meio de lei, querem tornar obrigatório que sejam contratados
mais brigadistas para atuar em locais privados, é, sem dúvida, uma
atitude louvável e que demonstra a preocupação de nossos
representantes com a segurança daqueles que se encontrem nesses
locais, como empresas, Shopping Centers, aeroportos, boates e casas
de show, parques, etc. Contudo, a segurança pública jamais deve ser
substituída por algo que existe para ser apenas uma complementação
de um serviço. Brigadas de incêndio são essenciais para locais de
alta concentração de pessoas, principalmente fechados, mas não
podem ser a resposta do Estado para uma necessidade do público.
Seria o mesmo que substituir as por empresas de segurança privada.
Estes podem se fazer presentes em Bancos, por exemplo, para passar a
sensação de segurança aos clientes e para mostrar que há uma
pronta resposta no local para o caso de algum meliante entrar no
recinto, mas sua existência não substitui a polícia. De mesma
forma atuam os brigadistas. A existência de hospitais privados e
planos de saúde não anula a necessidade de hospitais públicos, ou
escolas privadas não excluem escolas públicas. Não se pode
privatizar ou terceirizar um dever do Estado como a segurança
pública, apenas complementar.
Fontes:
-https://en.wikipedia.org/wiki/Fire_department#Ancient_Rome
-https://en.wikipedia.org/wiki/History_of_firefighting
- https://en.wikipedia.org/wiki/Fire_department#1600s_ and_1700s
-https://en.wikipedia.org/wiki/Fire_department#1800s
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