Por Flavio Morgenstern
Luciano Huck não é só um
apresentador da Globo cogitando ser presidente. Ele carrega junto a
si a maior rede de influência do planeta.
As
miríade de notícias recentes a respeito de Luciano Huck, o
apresentador da Rede Globo alçado a presidenciável (capa da revista
Istoé, e também nas páginas amarelas virtuais da revista Veja),
lembram muito o que o escritor americano H. P. Lovecraft escreveu ao
apresentar sua cosmovisão de horror na novela “O
Chamado de Cthulhu” [The
Call of Cthulhu],
tão bem explorado pela série Stranger
Thing.
Ao
apresentar os mythos de
Cthulhu, H. P. Lovecraft delimita que o que mantém a humanidade com
sanidade é a total incapacidade da mente para perceber a ligação
entre as coisas. Eventos que, encadeados, levariam a humanidade à
loucura imediata não são percebidos como correlatos, sendo captados
pelo intelecto como ilhas isoladas de acontecimentos, e não como um
arquipélago escatológico, mantendo o homem em uma pacífica e
perigosa letargia sobre o que acontece com o mundo em que vive.
Uma situação que descreve
à perfeição a atual estado apatetado dos jornalistas e analistas
políticos brasileiros em relação a Luciano Huck.
Em
2015, diante dos olhos de toda a altíssima sociedade brasileira
e noticiado
pelo Estadão,
o bilionário George Soros, 29.º nome da lista dos mais ricos do
mundo da Forbes, dava uma aula no Rio de Janeiro sobre “terceiro
setor”, a idéia de que ONGs (a “filantropia”) deveriam ser
mais ativas na governança.
Na platéia, além de
FHC e dos anfitriões Florencia e Fabiano Robalinho, do Instituto
Igarapé, estava a comentarista da Globo News Ilona Szabó,
organizadora da ONG e do encontro, e Pedro Abromovay, responsável
pela Open Society no Brasil, a toda-poderosa ONG de George Soros.
Outros convidados mostram
que o altíssimo poder era a tônica: Jorge Paulo Leman, 3 casas
acima do próprio Soros, Guilherme Leal, da Natura (e vice de Marina
em 2010, além de 463.º na lista da Forbes), Patrícia e
Ricardo Marino, do Itaú, Olavo Monteiro de Carvalho (Monteiro
Aranha, Klabin, Ultrapar), o ex-chanceler Celso Lafer, além de
“nomes novos” para uma nova geração de políticos e gestores,
como Carlos Jereissati (Iguatemi, Oi), Raphael Klein (Casas Bahia) e
Beatriz Gerdau. Além deles, lá estava Luciano Huck.
Com tal platéia, não é
surpresa que o tema da conversa, além da “filantropia”, tenha
sido educação, drogas e prisões. Algo une todos: como panacéia
para a crise de vidas atual, todos crêem fanaticamente em legalizar
as drogas, seja na Holanda ou no Morro do Macaco, para não ser mais
preciso lidar com o problema.
Sonia Racy, do Estadão,
descreve George Soros com um curioso epíteto, que provavelmente não
seria utilizado para mais ninguém no mundo: “liberal conhecido,
assumidamente democrático”. Alguém mais na biosfera seria
descrito como “assumidamente democrático”? George Soros e seu
ciclo de influência são absolutamente singulares. Não há plural.
George Soros é quem, sob o nome de “filantropia”, financia tudo o que promova a legalização as drogas (seria loucura, três vezes loucura crer que o apresentador global tenha discordado ou apresentado contra-argumentos). Luciano Huck já foi flagrado com uma trouxa de maconha no cabeleireiro, mostrando ao mundo qual será sua visão sem nunca ter precisado se pronunciar a respeito.
Filho do jurista Hermes
Marcelo Huck, Luciano Huck fez sua carreira inteira sabendo galgar a
influência de seu nome entre os poderosos, do bar Cabral à Band, do
Jornal da Tarde à Gazeta, da Jovem Pan à Rede Globo. E na última
emissora não apenas encontrou seu auge: Luciano Huck é praticamente
a personificação da emissora, sua quintessência, sua
transubstanciação, Rede Globo se fez carne.
É
na Rede Globo que as pautas sobre a “filantropia” do terceiro
setor nos moldes de governança
globalfazem
lobby no Brasil. A Globo promove a décadas o “Criança Esperança”,
sendo o braço brasileiro da ONU através da Unicef, que faz algumas
ações praticamente desconhecidas do grande público no Brasil para,
a seguir, vender propaganda, “estudos” e uma enxurrada de artigos
e comentários de jornalistas sobre aborto e drogas, temas candentes
na população, e que órgãos de governança sabem que não
conseguirão apoiar no Brasil pelo voto.
Além
de Ilona Szabó, as organizações Globo contam também com nomes
como Ronaldo Lemos, comentarista da Globonews, cofundador e
diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio).
Escreve Bruno Garschagen na Gazeta
do Povo:
O ITS Rio recebeu da Open
Society US$ 350 mil entre 2014 e 2015. Lemos foi talvez o nome mais
conhecido na elaboração e defesa do Marco Civil da Internet, que
abriu a possibilidade de regulação e de controle pelo Estado e que
foi usado pela Justiça como fundamento jurídico para suspender o
aplicativo WhatsApp.
Ilona Szabó, além de
organizadora do jantar com George Soros e diretora-executiva do
Programa de Políticas sobre Drogas do Instituto Igarapé, também é
“influenciada” diretamente por George Soros: o o Igarapé
recebeu mais de R$ 670 mil entre 2014 e 2015 da Open Society de
Soros. Drogas são uma tônica constante – e quanto mais
ligações com George Soros ou órgãos de governança global, maior
o lobby pela legalização.
Mesmo
assim, a visão da mídia em relação a Luciano Huck é o oposto
daquela com um Jair Bolsonaro. Numa ânsia para mostrar que Bolsonaro
seria ruim para o povo, repetem aquilo que acreditam que
o povo discordaria de Bolsonaro. Como Luciano Huck é
a própria mídia,
não se vê uma chuva de perguntas sobre o global a respeito de
drogas (e aborto, e qualquer outro tema polêmico), já que se sabe
que isso aniquilaria sua suposta aprovação junto ao público.
Próximo
do poder, Luciano Huck já deu de graça elogios rasgados tanto a
Dilma Rousseff quanto a Aécio Neves, a Eike Batista e a Cabral,
naquele relativismo tão caro ao brasileiro. Ou não. O que importava
mais era estar de dois lados errados ao
mesmo tempo. Isso não o impediu de escrever em outubro deste ano um
artigo na Folha onde se destacava a frase “Quero
e vou fazer parte da renovação da política”.
Ligando
mais um daqueles pontos públicos, divulgados pela grande e velha
mídia, debaixo do nariz (!) de todo mundo, podemos lembrar de outros
casos recentes de homens 200% do establishment que
foram vendidos ao eleitorado como “outsiders”,
como a “renovação” da política, como se nunca tivessem um
Aécio e uma
Dilma nos seus contatinhos do Zap.
Além
do nacional João Doria, que se mostrou uma decepção gigantesca
para o seu próprio eleitorado em questão de semanas,
temos um caso de maior sucesso, ao menos em matéria de marketing,
com o atual presidente francês, Emmanuel Macron.
Ex-banqueiro de
investimentos com o grupo Rothschild, saiu do banco principal banco
globalista com uma pequena fortuna para se tornar vice
secretário-geral do governo François Hollande, para logo se tornar
ninguém menos do que o ministro da Economia do governo Socialista.
O período Hollande é quase
unanimemente considerado um desastre econômico na França (o Partido
Socialista francês não possui controle hegemônico da mídia como o
PT, para incutir ideologia que trate miséria como sucesso). Nada
mais natural do que culpar o responsável do governo pela economia:
Emmanuel Macron. Mas ninguém que possua George Soros ou Rothschilds
nas costas se sai mal com a opinião pública.
Logo
surgiu o misterioso e não explicado movimento Les
Jeunes avec Macron (“Os
Jovens por Macron”), lançado como um site “espontâneo” na
internet. O roteiro é conhecido no Brasil de tudo o que envolva
curiosa e rigorosamente as mesmas pautas defendidas por George Soros,
os Rothschilds e as entidades de governança não-oficial: junho de
2013, Marcha da Maconha, Marcha das Vadias, Mídia Ninja, Fora do
Eixo et
caterva.
Macron,
tal como Huck, foi desassociado de seu passado do lado do poder, para
ser alçado como um “independente”, uma voz de “renovação”,
inclusive econômica, em relação ao próprio governo do qual era
ministro da Economia. Logo surgiria o movimento En
Marche! para
alçá-lo como uma voz “independente”, que nada tinha a ver com o
Partido Socialista ao qual foi filiado até 2009.
Tal
como acontece com Luciano Huck, com a mesma cepa de patrocinadores, o
movimento era voltado para “jovens” com “viés progressista”.
O marqueteiro de Emmanuel Macron, Guillaume Liegey, esteve no
Brasil no começo de novembro, conversando com um movimento criado à
imagem e semelhança do sucesso francês: o grupo “Agora!”, que
apóia Luciano Huck. Tudo
também noticiado pela mídia.
A
senha não é exatamente muito secreta: faz-se análise de território
para sondar qual a aceitação da população para aceitar candidatos
populares, “de fora” na propaganda, 200% de dentro na vida real,
que possam passar uma agenda extremamente impopular, desde que saibam
sorrir. Provavelmente descobriram que a força de um Luciano Huck
para vencer
um Jair Bolsonaro no momento é muito fraca.
Aborto?
Drogas? Feminismo? Ideologia
de gênero?
Culpar a polícia ao invés do criminoso? Porte de armas pelo
cidadão? Coitadismo penal? Nada disso será perguntando pela grande
e velha mídia a Luciano Huck. Porque Luciano Huck é a
grande e velha mídia.
Claro,
tudo isto é público e notório. Nada “conspiratório”. Mas
alguns, com um tiquinho de espírito investigativo, são capazes de
fazer o link entre as notícias e notar que há um movimento para
implantar agendas contra o povo, muito bem financiadas, e nunca
discutidas pela mídia. O que chamamos de “globalismo”: formas de
governo não-representativas, progressistas, impopulares e que sempre
seguem o mesmo script,
que prefere o apoio de ONGs poderosas do que do povo.
Outros,
sem esse espírito investigativo, mal ouvem nomes como George Soros,
Rothschilds ou globalismo e, sem estudar nada a respeito, tratam
essas correlações como “loucura”, mesmo sendo públicas.
Preferem simplesmente acreditar na mídia. Que, mais uma vez, é o
próprio problema, é quem
quer que o povo acredite que nada estranho está acontecendo no
horizonte.
Fonte: Senso In Comum
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