Por Lara Rizéiro
Primeiro a dar o calote foi
Moçambique, segundo informa a Folha de S. Paulo - mas conta pode ser
ainda maior.
O Brasil está pagando agora
um preço alto pelas políticas dos últimos governos de financiar em
outros países obras de empreiteiras brasileiras envolvidas na
Operação Lava Jato através do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), segundo informa o jornal Folha
de S. Paulo desta sexta-feira (29).
Durante os governos de Lula
e Dilma Rousseff, as empreiteiras expandiram presença na África e
na América Latina graças a volumosos empréstimos do banco de
fomento, o que rendeu contratos bilionários às empresas e
potencializou as exportações do Brasil. Mas agora alguns países
entraram em crise e estão deixando de honrar compromissos. Com isso,
as contas estão estão sobrando para o Tesouro. Isso porque os
financiamentos têm seguro do FGE (Fundo de Garantia à Exportação).
Assim, em caso de calote dos países, o pagamento fica com o Tesouro
Nacional.
O jornal cita que, no último
dia 15, o governo liberou do Orçamento R$ 124 milhões para
ressarcir o banco por não receber US$ 22,4 milhões (fora encargos)
de um financiamento feito a Moçambique, sendo este possivelmente o
começo de uma série de pagamentos que recairão sobre o
contribuinte brasileiro e que, apenas no caso do país africano, deve
chegar a US$ 483 milhões (R$ 1,5 bilhão). Moçambique, em grave
crise financeira, deixou de pagar duas parcelas; om o default
confirmado, o BNDES acionou o FGE e o primeiro pagamento foi feito em
dezembro.
O governo também deve
decretar calote oficial da Venezuela, pela falta de pagamento de uma
parcela de US$ 262 milhões em setembro. O BNDES e bancos privados
têm a receber US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) da Venezuela
–mais da metade desse valor em 2018. O terceiro país sob risco é
Angola, com passivo com o Brasil somando US$ 1,9 bilhão.
Ao ser procurado pelo
jornal, o BNDES informou que "não financia projetos em outros
países, mas a exportação de bens e serviços produzidos no Brasil,
tendo por objetivo o aumento da competitividade das empresas
brasileiras, a geração de emprego e renda no país".
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