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FAMÍLIA RORIZ E ARRUDA PODEM FICAR EM LADOS OPOSTOS NAS ELEIÇÕES

Por Ana Virato
Aliados em diversas eleições, o clã Roriz e o ex-governador José Roberto Arruda (PR) tendem a se apresentar com adversários no pleito deste ano. Recém-filiadas ao Pros, a caçula do único político a ocupar por quatro mandatos o Palácio do Buriti, Liliane Roriz, e a ex-distrital Eliana Pedrosa articulam uma chapa na qual concorreriam, respectivamente, ao Senado e ao GDF. Em outra via, cujas vagas majoritárias estão preenchidas, está Jofran Frejat (PR), pré-candidato ao Executivo local com a bênção de Arruda — a mulher dele, Flávia Arruda, sairá para deputada federal. Apesar do histórico de parcerias, a aliança entre as duas coalizões é considerada “improvável” por integrantes.
Viabilizado pelo presidente nacional do Pros, Euripedes Júnior, o acerto entre Eliana, Liliane e a legenda ocorreu na noite de quarta-feira. A filha de Roriz, no entanto, precisa reverter a inelegibilidade para disputar votos. O Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) a condenou por compra de votos e falsidade ideológica. A parlamentar é suspeita de oferecer vantagens indevidas a eleitores e não declarar, na prestação de contas da campanha de 2010, despesas com apoiadores. Liliane recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguarda os desfechos do processo.
Na quarta-feira, encontro do Pros determinou o acerto com Eliana Pedrosa e Liliane Roriz
Desde a última eleição, a distrital tenta viabilizar voos mais altos que a Câmara Legislativa. Em 2014, seria a número dois da chapa de José Roberto Arruda. Entretanto, depois de poucos meses de acordo, a parlamentar anunciou a desistência em pronunciamento na Casa. Ela disse “ter escutado a voz do povo” e garantiu que tentaria a reeleição. Àquela época, por conta de impedimentos judiciais, Arruda emplacou Frejat na disputa pelo GDF. Apesar do troca-troca, o clã manteve o apoio
Responsável pela gravação dos áudios que levaram, em 2016, à deflagração da Operação Drácon, que investiga desvios de valores de emendas parlamentares, Liliane afirmou que não concorrerá ao Legislativo local novamente, porque “é preciso haver renovação”. “O meu pai sempre teve essa teoria de que não devemos ficar no mesmo cargo por muitos anos. É necessário dar espaço para outras pessoas. Pretendo tocar novos projetos”, ponderou.
O Pros ainda deve contar com Joaquim Roriz Neto, filho de Jaqueline Roriz, na concorrência por uma cadeira na Câmara dos Deputados. Outra integrante da família que pode entrar no páreo é a mulher do ex-governador, Weslian Roriz (PMN), que assumiu o lugar dele no pleito de 2010 por causa dos impedimentos judiciais. Ela é cotada para um cargo majoritário — Vice-Governadoria ou Senado.
Esta será a primeira disputa desde que foram instauradas as eleições diretas em que Joaquim Roriz não participará das campanhas — seja em comícios, seja por meio de vídeos, como em 2014. O ex-governador apresenta um quadro de saúde delicado, com “síndrome demencial, de etiologia mista, Alzheimer e vascular, em estágio grave”, de acordo com um laudo do Instituto de Medicina Legal (IML). Com o patriarca fora dos palanques, o índice de transferência de votos a candidatos tende a ser menor.
Ex-dobradinha
Vice de Joaquim Roriz e, depois, de Weslian na campanha de 2006, Frejat classificou Eliana e Liliane como “grandes concorrentes”, mas destacou que a miscelânea de candidaturas garante maiores chances de vitória ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “Todos têm direito de disputar, mas casa dividida não para em pé”, pontuou.
O ex-secretário de Saúde, que há pouco mais de um mês esteve na casa de Weslian e conversou com a matriarca sobre o eventual apoio do clã à sua candidatura, disse que a união das chapas “é muito pouco provável”. “Tudo pode ser negociado, mas dependeria de como faríamos esse encaixe. Para ser governador, precisa ter uma perspectiva de votos maior do que a minha. Em relação aos demais cargos, tem de ser conversado com quem vem postulando”, explicou Frejat. A situação, no entanto, poderia mudar de figura no 2º turno.
Eliana e Arruda
Pré-candidata ao GDF, Eliana Pedrosa também manteve proximidade com o ex-governador Arruda nos últimos anos. Em 2014, à época do PPS, a ex-distrital sonhava em ser a vice dele na campanha, após a desistência de Liliane Roriz. Para tanto, abriu mão de ser a cabeça de chapa. O acordo, firmado em meados de junho, entretanto, acabou barrado pela direção nacional do partido. Naquele ano, ela concorreu a deputada federal e não foi eleita.
Desta vez, Eliana começou a articulação pelo Buriti no Podemos, mas deixou o partido após perder a Presidência regional para Ronaldo Fonseca, que deve ser candidato ao Senado. Migrou, então, para o Pros, sigla em que tem a bênção do comandante nacional para se candidatar. Pela legenda, são pré-candidatos, ainda, o senador Hélio José à Câmara dos Deputados e a distrital Telma Rufino à Câmara Legislativa.
A disputa pelo Buriti
A corrida pelos cargos majoritários do Distrito Federal esquentou nas últimas semanas, com o rompimento de grupos e criação de alianças. Confira a condição das coalizões:
PR/MDB/PP/DEM/Avante — A chapa será encabeçada pelo ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR). As vagas do Senado devem ser ocupadas pelo empresário Paulo Octávio (PP) e pelo deputado federal Alberto Fraga (DEM).
O vice será indicado por Tadeu Filippelli (MDB), que controla o partido na capital
PTB/PSDB/ PPS/PSD/ PRB/PSDC/DC/Patriota — A única candidatura definida é a do senador Cristovam Buarque (PPS) à reeleição.
A chapa pode ser encabeçada por Alírio Neto (PTB), ex-distrital; Izalci Lucas (PSDB), deputado federal; ou Wanderley Tavares, presidente regional do PRB.
A coalizão ainda conta com Rogério Rosso (PSD), que não definiu qual posto disputará, mas descarta o GDF
PDT — Apesar de lançado pré-candidato ao Buriti para fazer o palanque eleitoral do presidenciável Ciro Gomes, Joe Valle não definiu se, no fim das contas, concorrerá ao Senado ou ao GDF. As alianças também estão em aberto. As opções são a Rede, o PSB, a depender das costuras nacionais, e os grupos de Frejat ou de Cristovam
PSol — O partido definiu a chapa majoritária quase por inteiro. A diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB, Fátima de Sousa, será a candidata ao Executivo local. Ao Senado, concorrerão o auditor federal Marivaldo Pereira e o ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas, Chico Sant’Anna. Falta o vice.
PSB — O governador Rodrigo Rollemberg concorrerá à reeleição.
A chapa contará com a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, que disputará o Senado.
O restante depende das composições nacionais. O grupo considera aproximações com o PDT, de Ciro Gomes; o PSDB, de Geraldo Alckmin; e a Rede, de Marina Silva
Novo — Herdeiro da rede Giraffas, Alexandre Guerra encabeçará a chapa. Um dos candidatos ao Senado é o advogado Paulo Roque. Resta a definição sobre o vice e o segundo senador da legenda
Robério Negreiros opta pelo PSD
Segundo distrital mais votado em 2014, com o apoio de 25.646 eleitores, Robério Negreiros escolheu o PSD, partido presidido pelo deputado federal Rogério Rosso, para disputar a reeleição. O parlamentar assinou a filiação ontem, um dia depois de deixar o ninho tucano, o qual integrou por quase dois anos. Com a novidade, a sigla contará com dois representantes na Câmara Legislativa, no ano eleitoral. Além de Negreiros, Cristiano Araújo integra o partido.
Fonte: Correio Braziliense


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