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APÓS CRÍTICAS, PRÉDIO DE ÁGUAS CLARAS DESISTE DE AÇÃO CONTRA BOMBEIROS


Por Victor Fuzeira
Após forte repercussão negativa, moradores do condomínio de luxo Smart Residence Service, no Lote 11 da Avenida Sibipiruna de Águas Claras, decidiram remover das paredes dos elevadores dos edifícios o abaixo-assinado contra barulho causado pelas sirenes de viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).
Localizado a menos de 100m do condomínio, o 25º Grupamento do CBMDF foi o alvo das reclamações. Os sustos causados a crianças e idosos pelos sinais sonoros estariam entre as principais justificativas para as queixas.
Em resposta à solicitação, o major Datames, responsável pela unidade, disse ter esclarecido ao síndico não poder agradar a todos. Afinal, os avisos sonoros são importantes para o trabalho dos militares, que prestam um serviço imprescindível para toda a população. 
Se não usamos a sirene, nós não conseguimos chegar nas ocorrências a tempo. É uma questão de necessidade" afirma Major Datames, responsável pelo 25º Grupamento do CBMDF
Para o oficial, o caso não tem solução, pois mesmo que ligue as sirenes longe do condomínio, “sempre haverá outro prédio mais à frente”. “Pedi que os militantes tivessem bom senso, mas meu trabalho depende disso. Como que eu vou fazer? Vou deixar de socorrer por causa do barulho?”, questionou.
Procurado pelo Metrópoles, o CBMDF ressaltou a importância da unidade para a região e disse que o 25° Grupamento é responsável pela resposta, em média, de 180 ocorrências por mês.
Nos três últimos meses, foram atendidas 545 ocorrências, sendo 176 em março, 173 em abril e 196 em maio. Das especialidades mais demandadas, o atendimento a emergências pré-hospitalares (trauma e clínico) é o mais presente, seguido pelos acidentes de trânsito, vazamentos de GLP [gás liquefeito de petróleo], superaquecimento de panelas e captura de insetos como abelhas”, disse a corporação.
Os bombeiros destacaram ainda que, em maio, o 25° Grupamento atuou em oito tentativas de suicídio e no incêndio do Edifício Rivoli.
O poder operacional da unidade é composto por 88 militares e quatro viaturas, sendo uma de salvamento rápido, uma de combate a incêndio, uma ambulância e uma autoescada mecânica”, completou a corporação.
Baixa adesão
Longe de ser unanimidade, apenas 26 moradores dos mais de 1 mil habitantes do complexo decidiram assinar o documento desde que a proposta foi divulgada, no último dia 5.
Revoltada, a estudante e residente do prédio Rayanne Karla Sales, 26 anos, criticou a atitude da administração do condomínio. “É um absurdo isso aqui. Muita gente que não tem mais o que fazer. É um exagero sem tamanho”, reclama.
De acordo com o síndico do Smart, Leonardo Conte, 34, o abaixo-assinado não foi proposto pela unidade, mas por uma residente.
Ela pediu autorização para deixar o documento na portaria e, como síndico, cumpri meu papel e autorizei. Fizemos uma reunião e o abaixo-assinado já foi retirado, por conta da baixa adesão e também da repercussão negativa"
Leonardo Conte, síndico do Smart Residence Service.               Nas proximidades do residencial, funcionam também uma escola particular e o 17º Batalhão de Polícia Militar. Já na parte de trás do Smart, há uma ferrovia que incomoda residentes como Jéssica Nathália Costa, 21 anos. “Estamos cercados por barulho. O trem é o que mais me tira o sono, mas o que eu vou fazer? Os bombeiros precisam trabalhar e o trem precisa passar por lá”, diz.
Incêndio em apartamento
Uma das ocorrências de maior destaque atendidas pelo 25º Grupamento do CBMDF nas últimas semanas foi em 7 de maio, quando os bombeiros atuaram no controle de um incêndio que consumiu dois apartamentos do Edifício Rivoli, na Rua 37 Sul.
A corporação chegou ao local às 16h15, seis minutos após o chamado para atender a ocorrência. Foram deslocados nove caminhões, dois carros de apoio e três motos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O uso das sirenes para se deslocar pelas vias é fundamental para que os bombeiros possam chegar o mais rapidamente possível aos locais de ocorrência. Nesse caso, graças à ação dos militares, os danos não foram maiores.

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