Por
Felipe G. Martins
Antes
ignorado e desacreditado como força eleitoral, Bolsonaro é o único
assunto da mídia, da esquerda e até do establishment. É preciso
analisá-lo com mais seriedade.
Nos
últimos dias assistimos a uma intensa movimentação nos bastidores
da política brasileira. O establishment político e a esquerda
começaram a se mover para formar novas alianças, diminuir a
fragmentação das candidaturas, e construir alguns consensos
mínimos, capazes de cimentar um grande acordão e formar dois
grandes blocos partidários (o da esquerda e o do establishment)
contra a candidatura do Deputado Jair Bolsonaro.
Ao
longo das últimas semanas, estudos e pesquisas foram encomendados;
reuniões de emergência foram realizadas; manifestos
foram
publicados; e uma série de declarações tomaram as manchetes do
noticiário. Podemos esboçar uma explicação em oito pontos sobre o
que está por trás do desespero do chamado centrão
(um
punhado de partidos fisiológicos e sem identidade) e da esquerda.
1.
Na
última pesquisa do Data
Poder,
a mais confiável à esta altura, o Deputado Jair Bolsonaro aparece
com 25% dos votos totais;
2.
No
entanto, se considerarmos apenas os votos válidos (o que exclui os
votos nulos e em branco), que é o que realmente conta nas urnas, o
apoio obtido pelo militar no primeiro turno aumenta para 35%;
3.
Pode-se
argumentar que o número de votos nulos e em branco deverá diminuir
conforme a eleição for se aproximando, mas é importante perguntar
o quão grande será essa diminuição. Afinal, nas últimas eleições
tivemos uma abstenção de 18,1% e 19,4% respectivamente, numa clara
tendência
de alta —
agravada pelo descrédito crescente da classe política;
4. Na
prática, isso significa que, hoje, o parlamentar conservador
precisaria ampliar seu eleitorado em apenas 15% para alcançar um
patamar que daria a ele a vitória no primeiro turno;
5. Se
fizermos o mesmo cálculo em relação aos números apresentados nos
diversos cenários do segundo turno (um procedimento muito mais
problemático), descobrimos que, em termos de votos válidos, o apoio
ao pré-candidato do PSL ultrapassaria os 60% contra todos os
adversários, com exceção da Marina Silva, contra quem ele obteria
58,3% dos votos válidos;
6. O
Deputado Jair Bolsonaro também apresenta o maior número de
eleitores convictos e a menor taxa de rejeição entre os candidatos
viáveis, dando a ele uma margem de crescimento superior a de todos
os seus adversários;
7. Nas casas
de apostas internacionais,
que não costumam errar com tanta frequência quanto as pesquisas,
Bolsonaro também lidera com larga vantagem, sendo apontado pela
maioria dos apostadores profissionais como o próximo presidente do
Brasil;
8. O
mesmo ocorre entre os investidores brasileiros, que,
segundo levantamento
da XP Investimentos,
acreditam majoritariamente (85%) que o capitão estará no segundo
turno. O levantamento também revela que 48% dos investidores
acreditam que Bolsonaro será o próximo presidente do Brasil;
Como
é possível perceber, esses dados todos revelam que há chances
reais de que um candidato conservador chegue à presidência do país
pela primeira vez em muitos anos (senão na história), o que seria
uma péssima notícia tanto para a esquerda quanto para os partidos
fisiológicos que governaram o país durante toda a Nova República e
ainda não sabem como lidar com esse novo fator político.
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