Muitos
fenômenos eleitorais são responsáveis por garantir vagas nos
legislativos distrital e federal. Esses movimentos, muitas vezes não
percebidos no período pré-eleitoral, são mais comuns do que
imaginamos. Para ilustrar, dois nomes representam a pluralidade que a
democracia oferece, para que o poder não seja exercido apenas pelos
iguais, mas pela participação do maior número possível de
segmentos.
De
um lado, eleito com 12.806 votos
para a Câmara Legislativa do Distrito Federal, está Eduardo
Pedrosa (PTC).
O jovem empreendedor encontrou um caminho próprio sem a participação
de Eliana Pedrosa (PROS), que além de ser sua tia foi candidata ao
Palácio do Buriti. Logo ela que, mesmo tendo uma coligação
composta por seis partidos, alcançou apenas um quinto lugar nas
urnas.
O
curioso é que a microcoligação de Eduardo, formada por PTC/PMN,
foi capaz de entregar uma cadeira ao candidato, que para a opinião
pública é o herdeiro político da família. “É
preciso olhar para Brasília. E isso eu farei, sem distinção de
raça, credo, sexo ou classe social”,
garante Eduardo. E completa: “Acima de tudo deve estar a sociedade
como um todo”.
Formado
em Administração com pós em Orçamento e Gestão, o Pedrosa mais
novo da família afirma que tem seus próprios empreendimentos e
convicções. E habilidade para erguer uma trajetória própria,
abraçando, também como suas, as mais diferentes causas da
sociedade. Ainda sem definir qual será seu posicionamento na Câmara
Legislativa, Dudu, como é chamado na intimidade, sabe que tem brilho
próprio.
Empresário
sem nenhuma ligação com as empresas da família, Eduardo parece
ingressar no mundo político com pensamentos novos. E diz estar
preparado. A identificação que tem com a tia Eliana é a
preocupação em entender o processo legislativo por inteiro e formar
um gabinete técnico. Isso faz dele – é o que se observa no recém
fechamento das urnas -, um dos políticos com maior futuro na capital
da República.
Do
alto dos seus 28 anos, Eduardo tem metas a alcançar. Chegou à
Câmara Legislativa, onde Eliana teve uma passagem reconhecidamente
produtiva, com um viés diferenciado e nova mentalidade. E à revelia
do pai, também Eduardo. Da família Pedrosa ele incorporou lealdade
e compromisso. Requisitos fundamentais para quem pretende subir
degraus no Poder público.
–
Há
muito a ser feito, reitera o deputado distrital eleito. E lembra que
Brasília sempre teve parlamentares ligados a igreja, sindicatos e
outros segmentos corporativistas. “Mas
quero ser o parlamentar do setor empresarial que defende o
empreendedorismo, a geração de emprego e renda e menor participação
do Estado na economia”,
salienta.
Outro
vencedor – Ao
lado de Eduardo Pedrosa, que usou da própria garra para viabilizar
seu partido em Brasília e compor uma nominata que o fez vitorioso
longe do PROS da tia Eliana, surge outro vencedor. É Daniel
Donizet (PRP),
um professor de informática, também jovem, que é uma referência
na capacidade de mobilização por meio das redes sociais.
Também
alçado deputado distrital com 9.128 votos,
Donizet não revela o segredo de como utilizou a web para surpreender
todas as previsões, mas afirma que o Facebook, Twitter, WhatsApp,
Instagram e YouTube foram seus cabos eleitorais. Onde residiam seus
eleitores, claro.
Inscrito
no TRE pelos também minúsculos PRP / PRTB, o agora deputado
distrital não surgiu ao acaso. Em 2013 ele já era engajado em
movimentos no gramado da Esplanada, como o Fora Dilma! O mesmo
movimento em que sua correligionária, Bia Kicis (PRP), terceira
deputada federal mais votada no DF, teve amplo protagonismo.
Essa
capacidade de comunicação online de Donizet e Bia (mais de 300 mil
seguidores) comprovam a tese de que só o capital não é suficiente
para obter êxito. Outros efeitos, como a Lava Jato e Sergio Moro,
somaram dividendos aos dois. Portanto, é necessário popularidade e
credibilidade no universo das redes sociais, só conquistadas ao
longo do tempo.
Ambos
aderiram ao movimento de apoio a Jair Bolsonaro, desde o primeiro
momento. As eleições proporcionais produzem essa imprevisibilidade.
Muito trabalho dedicado ao longo dos anos nem sempre é observado
pela maioria das pessoas e imprensa. Mas é capaz de consolidar um
público fiel, discreto, que surpreende nas urnas.
Aí
estão dois exemplos, dois caminhos opostos: Eduardo Pedrosa e Daniel
Donizet. Ambos têm em comum a juventude e coragem para enfrentar o
desafio. Pode ser uma vantagem para um, para outro ou para ambos.
Fica a torcida para que seja uma grande vantagem à população do
Distrito Federal.
Fonte:
Notibras
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.