Queimação
de filme?
Por
Renato Riella
Está
pegando fogo a “eleição” dos administradores regionais
Coisas
novas geram coisas novas. O anúncio do governador Ibaneis de que vai
ouvir as comunidades para escolher os administradores regionais é
uma coisa nova.
Mas
gerou uma coisa novíssima: A disputa feroz entre centenas (ou
milhares) de lideranças comunitárias, religiosas, esportivas,
musicais, de bairro ou de quadra, etc, etc.
Virou
uma guerra!
O
atual governador Rodrigo Rollemberg teve seu principal fracasso nessa
questão. Ele prometeu abertamente, na campanha eleitoral, que faria
eleição direta para a escolha de cada administrador regional.
Depois
deu uma banana para o povo. No primeiro momento, nomeou
administradores arbitrariamente, junto com o vice-governador Renato
Santana, que era o coordenador das administrações regionais.
Quando
Renato Santana virou a cabeça e começou a trabalhar só pensando na
própria eleição, Rollemberg rompeu de modo inconstitucional com
ele, que se transformou num nada, uma alma penada dentro do Buriti.
Rodrigo
passou a usar os piores métodos para escolher administradores
regionais, “vendendo” as
RAs para deputados distritais burros, que se queimaram com isso.
O
distrital Lira é o pior exemplo. Ele trocava de administrador em São
Sebastião como quem troca de fraldas. Quando o administrador
começava a se destacar, era derrubado pelo ciúme do Lira. Assim,
São Sebastião naufragou e o deputado distrital, também, perdendo
feio a eleição.
Agora
temos o método Ibaneis para resolver este problema, mas as regras
não estão ainda definidas. O governador eleito, quando presidente
da OAB/DF, defendeu a participação do povo na escolha dos
administradores regionais. Mas é tarefa quase impossível de ser bem
resolvida.
Há
31 RAs hoje e Ibaneis promete criar, de imediato, mais duas (Sol
Nascente e Por do Sol), duas ex-favelas que serão desmembradas de
Ceilândia.
No
novo governo, durante os três primeiros meses, Ibaneis indicará
administradores provisórios. Nesse período, vai mesmo ouvir a
comunidade, que deverá apresentar a ele uma lista tríplice com três
nomes. Desses, ele escolherá um administrador regional.
É
a única fórmula possível, pois as cidades do DF não são
reconhecidas pela Constituição. Isto é: Não são municípios.
Assim, não dá para realizar uma eleição formal, sob as regras da
Justiça eleitoral.
E
aí vem a complicação. Ansiosa e desesperada, a população de cada
cidade está se mexendo de forma neurótica para “eleger” possíveis
administradores.
Calma,
pessoal! Faltam quase dois meses do governo Rollemberg e mais três
meses de administrações provisórias.
Não
adianta perder tempo agora, quando Ibaneis ainda não disse como
pretende mesmo dirigir este processo.
Há
coisas malucas! Circulam nas redes sociais enquetes em que centenas
de pessoas votam para indicar nomes de “administradores”.
Essas
pesquisas não valem nada!
Por
exemplo, um possível candidato, se tiver saco para isso, pode votar
mil vezes em si mesmo.
“Eleitores” do
Núcleo Bandeirante votam em listas da Ceilândia, e assim por
diante. É só barulho. Sem valor técnico nessas pesquisas.
O
mesmo se diz da representatividade de entidades para indicar
candidatos. Nunca vi tanta associação, tanta instituição falante
em nome da sociedade.
Em
Taguatinga, por exemplo, uma das mais vibrantes é o Clube do Jeep.
Nesta
mesma Taguatinga parece que existem seis rotarys clube, etc, etc.
Acompanho
dezenas de grupos nas redes sociais e dou muita risada com tudo.
O
pior é que o ‘Fake
News’
e o denuncismo começam a florescer. Dossiês contra possíveis
candidatos aparecem aqui ou ali. Vai acabar em tiroteio!
Moral
da história: Este
povo do DF é mesmo apaixonado por política. A gente saiu de uma
eleição e entrou em outra. Haja paciência!
Fonte:
Renato Riella é Jornalista / SOS Brasília
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