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EMPRESA FGS CONTRATA MORADORES DE RUA PARA LIMPEZA NO SCS

Por Letícia Carvalho, G1 DF
Enquanto o sol ainda está a pino, o Setor Comercial Sul (SCS) – no centro de Brasília – é ocupado diariamente por milhares de pessoas atentas ao tique-taque do relógio. Quando a luz se apaga, as praças são invadidas pela música e boemia. E a pressa se esvai em meio aos diferentes ritmos, ecoados por grupos candangos que buscam revitalizar a região.
Na tentativa de repaginar o espaço mais duas-caras do quadrinho, o coletivo “No Setor” tem desenvolvido atividades de inclusão com a comunidade e de exploração da diversidade.
Uma das iniciativas é uma parceria com a empresa FGS Limpeza, que contrata moradores em situação de rua do SCS para trabalhar na limpeza antes, durante e depois das festas.
Enquanto o sol ainda está a pino, o Setor Comercial Sul (SCS) – no centro de Brasília – é ocupado diariamente por milhares de pessoas atentas ao tique-taque do relógio. Quando a luz se apaga, as praças são invadidas pela música e boemia. E a pressa se esvai em meio aos diferentes ritmos, ecoados por grupos candangos que buscam revitalizar a região.
Na tentativa de repaginar o espaço mais duas-caras do quadrinho, o coletivo “No Setor” tem desenvolvido atividades de inclusão com a comunidade e de exploração da diversidade.
Uma das iniciativas é uma parceria com a empresa FGS Limpeza, que contrata moradores em situação de rua do SCS para trabalhar na limpeza antes, durante e depois das festas.
A ação, iniciada há cerca de seis meses, será reforçada ao longo dos bloquinhos de carnaval que vão exibir seus estandartes pela região. O dono da empresa parceira, Gilberto da Silva, conta que os colaboradores recebem R$ 100 pela diária – valor idêntico ao que é pago aos funcionários.
Silva abriu a empresa há três anos, mas já trabalhava no setor há quase duas décadas.
“Trabalhei na limpeza do SCS por 19 anos. Durante esse tempo, conheci muitas pessoas em situação de rua e queria uma chance de me aproximar mais delas."
Segundo o empresário, a parceria com o grupo “No Setor” foi fortalecida, neste início de ano, com a agenda de bloquinhos de pré-carnaval. Os moradores de rua escalados para a tarefa chegam antes das festas, trabalham ao longo da madrugada na coleta de entulhos deixados pelos foliões e finalizam o serviço com a limpeza da rua.
“Quando a gente olha assim, de fora , faz um pré-julgamento. Com essa experiência, percebi que eles só precisam de uma oportunidade."
No próximo dia 26, quando acontece o pré-carnaval do projeto Criolina, Silva pretende empregar até quatro moradores de rua. Para participar do projeto, no entanto, há uma exigência: que os colaboradores não sejam usuários de drogas.
Mudança
Um dos criadores do coletivo “No Setor”, Felipe Velloso, lembra que a parceria com Silva nasceu após algumas tentativas de integração dos moradores de rua com o projeto.
“A gente entende o morador de rua como um aliado. Eles ocuparam essa área antes de todo mundo. E aí surgiu o questionamento: como integrá-los nessa dinâmica?”
De acordo com Velloso, muitos moradores de rua viraram amigos do “No Setor”. “Tentamos envolvê-los em algumas atividades, mas percebemos que não tínhamos capacidade técnica para atuar com os usuários de drogas”.
O grupo, então, decidiu procurar indicações de moradores do SCS que não fossem dependentes químicos. As recomendações deram resultado e, além dos empregados na limpeza, há outros atuando em setores diversos da iniciativa.
Sustento e dignidade
O brasiliense José Salustiano Batista, de 35 anos, é um desses casos. Ele morou pelas ruas do Setor Comercial Sul de 2016 até novembro de 2018 – quando foi chamado para participar do projeto e conseguiu, finalmente, alugar uma casa em Ceilândia.
Hoje, ele trabalha com Gilberto, na limpeza do SCS, e também ajuda o No Setor a entregar os documentos dos alvarás de cada evento nos diversos órgãos públicos.
"O que faltava para eu sair de rua era oportunidade."
Salustiano está projeto desde setembro do ano passado. "Conheci esse pessoal e isso me ajudou muito”, diz ele.
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