Por
Vera Rosa, Felipe Frazão e Leonencio Nossa
O ministro-chefe da Secretaria
de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, engrossou na
terça-feira (8) o coro dos que querem ver os militares fora da
reforma da Previdência. Santos Cruz foi além e disse haver outras
categorias com peculiaridades que devem ser levadas em conta nessa
discussão.
"Militar é uma categoria
muito marcante, de farda. Militares, policiais, agentes
penitenciários, Judiciário, Legislativo, Ministério Público
possuem características especiais, que têm de ser consideradas e
discutidas", disse o ministro.
O assunto, no entanto, ainda
está sob análise de Bolsonaro, que é capitão reformado do
Exército e tem sete militares na equipe.
A equipe econômica defende uma
proposta "consistente e duradoura" e avalia que o texto
precisa incluir todas as carreiras, inclusive militares. Seria uma
forma de mostrar que todos, sem exceção, seriam atingidos,
inclusive a categoria da qual o presidente faz parte.
O argumento usado por
integrantes das Forças Armadas para justificar a exclusão da
categoria dessa reforma é o de que eles estão sempre à disposição
do Estado, tanto em serviço como após a reserva. O núcleo militar
do governo quer que Bolsonaro aproveite ao menos parte do texto
enviado ao Congresso pelo então presidente Michel Temer, em 2017,
deixando a caserna fora do projeto de idade mínima para
aposentadoria.
Ao mencionar as peculiaridades
da carreira, Santos Cruz destacou, por exemplo, que as Forças
Armadas não têm um sistema de Previdência como as demais
categorias. "No nosso sistema de saúde, a gente paga 20% de
tudo. A diferença não é só pela especificidade da profissão; é
também pelo sistema."
'Especificidades'
Questionado se o novo governo
recorreria à proposta enviada por Michel Temer, no capítulo
referente aos militares, o general sugeriu que esta é a tendência.
"Não se pode desprezar o trabalho que foi feito. Muito melhor
aperfeiçoar depois do que fazer tudo de novo", insistiu.
No seu diagnóstico, o governo
deve esperar o Congresso "se acomodar" --após as eleições
que renovarão o comando da Câmara e do Senado, em 1º de
fevereiro-- para enviar a proposta de reforma.
O ministro da Defesa, general
Fernando Azevedo e Silva, também afirmou que os militares ficarão
fora das mudanças previdenciárias por possuírem carreiras
diferenciadas. "As Forças Armadas são um seguro caro que toda
Nação forte tem que ter. Temos uma proteção para essas
especificidades da carreira. Se o nome é reforma da Previdência,
não estamos nela", declarou o ministro ao jornal "Valor
Econômico". As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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1 Comentários
Ok
ResponderExcluirObrigado pela sugestão.