Por Luciano Coelho
O deputado de 35 anos é o
presidente da Assembleia Nacional e um opositor do ditador Nicolás
Maduro
O governo brasileiro reconheceu
nesta quarta-feira (23) o presidente da Assembleia Nacional da
Venezuela, Juan Guaidó, como o novo presidente interino do país. Os
Estados Unidos e outros nove países também tomaram medida
semelhante.
A decisão aconteceu pouco
depois do próprio Guaidó se autoproclamar presidente durante uma
manifestação que reuniu milhares de pessoas em Caracas para
protestar contra o ditador Nicolás Maduro.
Pronunciamento à imprensa internacional ao lado do Presidente da Colômbia, Ivan Duque, da Vice-Presidente do Peru, Mercedes Araoz, e da Ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland. Reconhecemos o processo de transição democrática que ocorre na Venezuela! pic.twitter.com/7W773JEpvD— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 23 de janeiro de 2019
"O Brasil decidiu
reconhecer Juan Guaidó presidente da Venezuela e dará todo o apoio
à transição democrática", declarou o presidente Jair
Bolsonaro em Davos, na Suíça, onde está para participar do Fórum
Econômico Mundial.
“O Brasil apoiará politica e
economicamente o processo de transição para que a democracia e a
paz voltem à Venezuela”, completou ele nas redes sociais. Em
comunicado, o Itamaraty já trata Guaidó como "presidente
encarregado" da Venezuela.
O brasileiro estava ao lado do
presidente da Colômbia, Iván Duque, da vice-presidente do Peru,
Mercedes Aráoz, e da chanceler do Canadá, Chrystia Freeland. Antes
do anúncio, Bolsonaro e Duque passaram cerca de uma hora e meia
reunidos com os presidentes do Equador, Lenín Moreno, e da Costa
Rica, Carlos Alvarado Quesada.
No total, 11 países
reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela, sendo que
os Estados Unidos foram os primeiros. Depois, seis países tomaram a
atitude conjuntamente: Brasil, Canadá, Peru, Equador, Colômbia e
Costa Rica.
Posteriormente, os presidentes
do Chile, Sebastián Piñera, da Argentina, Mauricio Macri, e do
Paraguai, Mario Abdo Benítez, também reconheceram o deputado como
novo mandatário, seguidos pela Guatemala.
Em comunicado, o presidente
americano Donald Trump afirmou ainda que usará "todo o peso do
poder econômico e diplomático dos Estados Unidos para pressionar
pelo restabelecimento da democracia venezuelana".
Ele também não descartou tomar
novas ações contra o regime. "Nós não estamos considerando
nada, mas todas as opções estão na mesa", disse o americano
ao ser questionado se pensa em mandar tropas para a Venezuela.
O secretário-geral da OEA
(Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, também
divulgou uma mensagem de reconhecimento e felicitação a Guaidó.
"Tem todo nosso reconhecimento para impulsionar o retorno do
país à democracia", postou nas redes sociais.
Em nota, a União Europeia disse
que acompanha com atenção a situação na Venezuela, mas o bloco
não se posicionou sobre Guaidó.
O governo brasileiro já tinha
anunciado que não reconhecia a legitimidade do novo mandato de
Maduro, que tomou posse no início do ano. Ele tinha sido reeleito em
maio, em uma votação que ficou marcada por fraudes e por denúncias
da oposição.
Na terça (22), o chanceler
brasileiro Ernesto Araújo chegou a se referir ao ditador como
"ex-presidente" e já tinha elogiado Guaidó, um deputado
de 35 anos que comanda a Assembleia Nacional desde o início de 2019.
O governo brasileiro já tinha
demonstrado, inclusive, que estava disposto a apoiar uma mudança de
regime para restituir a democracia na Venezuela, desde que pela via
institucional. Mas decidiu esperar o protesto desta quarta exatamente
para aguardar como seria a reação popular ao nome de Guaidó.
O Brasil também tem mantido
contato com a oposição venezuelana para estudar o melhor caminho de
apoio.
Apesar do apoio no exterior,
porém, a Assembleia Nacional, de maioria opositora, na prática não
tem força para impor o nome de Guaidó ao regime. Em 2017, Maduro
repassou a maior parte dos poderes da Casa para a Constituinte,
formada exclusivamente por chavistas.
Fonte: Folha de São Paulo
Leia também: KOMBI DA CAESB PEGA FOGO NO SIA
Fonte: Folha de São Paulo
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