Por Maj. Aguiar PMDF
A
Polícia Militar do Distrito Federal em parceria com o Governo do
Distrito Federal está desenvolvendo um projeto de transformar
escolas públicas comuns em colégios militares. O objetivo é trazer
para os alunos da rede pública de ensino os mesmos benefícios
pedagógicos de que desfrutam os alunos dos estabelecimentos de
ensino militares tradicionais, administrados e mantidos pelas
corporações. Projetos semelhantes já foram implantados em alguns
estados brasileiros. Ainda assim, forças políticas da esquerda,
capitaneadas por sindicatos filiados a CUT estão realizando uma
campanha com objetivo de sabotar o projeto. O movimento nos faz
acreditar que para alguns representantes de classe os objetivos
ideológicos estão acima de qualquer interesse e qualquer avanço,
ainda que modesto, deve ser repelido.
O
sistema de educação brasileiro vive momentos sombrios, os
resultados tétricos de nossos estudantes em todos os testes
internacionais, a precariedade das escolas e a desvalorização dos
profissionais da educação são os sintomas mais evidentes do quadro
de abandono pintado por governos anteriores. Em meio ao caos ilhas de
excelência surgem mostrando uma solução mais acessível do que nos
levam a crer os devotos de Paulo Freire. As escolas militares são
como faróis que apontam uma direção segura em meio ao mar revolto
do caótico universo da educação brasileira. Desde de que foram
criadas as escolas militares se destacaram por formar estudantes
acima da média. Administradas pelas polícias militares o foco
principal do atendimento eram os filhos dos integrantes das
corporações. Os resultados pedagógicos alcançados fizeram com que
as poucas vagas disponibilizadas para a comunidade fossem alvo de
disputas entre os estudantes, e os concursos para as escolas
militares, ainda hoje, são extremamente disputados não importando
se as vagas são para o ensino fundamental, médio ou superior.
De
carona no desempenho da administração militar do ensino alguns
governos perceberam a oportunidade de uma política de educação
barata e eficiente que, entre outras vantagens, pode amenizar os
constantes episódios de violência e insegurança comuns em escolas
públicas tradicionais.
No
estado de Goiás a parceria entre a Polícia Militar e Secretaria de
Educação já inaugurou mais 50 colégios, todos com a aprovação
da Assembleia Legislativa. A maioria com desempenho acadêmico
impressionante, por exemplo, o Colégio Militar Cezar Toledo, na
cidade de Anápolis, é considerado a melhor escola do estado e o 33
º melhor do Brasil. No ano de 2017 o Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica) registrou a media de 7,5 para
o 9º ano, no mesmo ano a média nacional foi de 4,7 e a média entre
as escolas particulares 6,4. Os índice para o ensino médio também
foram surpreendentes, o Ideb do Colégio Cezar Toledo foi de 6,5,
enquanto a média nacional ficou em 3,8 e nas escolas particulares
5,8.
Na
Bahia a parceria também está trazendo uma profunda transformação
social, pelo menos para os alunos das escolas militares. No Enem de
2015, por exemplo, das 100 primeiras escolas da Bahia com as melhores
notas só duas eram públicas: o Colégio Militar de Salvador (CMS),
na quarta posição, e o Colégio da Polícia Militar (CPM) Eraldo
Tinoco, em Vitória da Conquista, na 68ª colocação. Um resultado
surpreendente foi o alcançado pelos alunos do 3º ano do ensino
médio no Colégio da Polícia Militar (CPM) de Itabuna, todos os 75
alunos alcançaram pontuação suficiente no Enem e preencheram vagas
em universidades. De acordo com o diretor do colégio,
tenente-coronel Alberto Beanes, o sucesso é vem “como o resultado
de um conjunto de fatores, como a qualidade dos profissionais
(consequentemente do ensino), a disciplina como método, a
participação da família e o esforço dos alunos”. ( declarações
ao site da SSP BA).
A
grande virtude das escolas militares resulta do resgate dos valores
tradicionais que sustentam o processo de ensino e que foram
pervertidos nos últimos anos. Os militares são treinados para
ensinar os alunos à cumprir as regras da escola, para o resgate da
figura de autoridade do professor e para despertar nos alunos um
sentimento de orgulho e pertencimento. Além disso, o sistema de
ensino militar é fundamentado na meritocracia, ou seja, alunos com
bons resultados recebem reconhecimento pelo seu esforço. Mas não só
o desempenho acadêmico é valorizado, nos colégios militares
atletas, músicos e alunos envolvidos em diversos projetos também
são premiados. Ao mesmo tempo, os alunos que se recusam a obedecer
as regras da instituição são penalizados, geralmente por
advertências, chamadas de Fatos Observados Negativos, que emglobam
desde a desconformidade no uso de uniformes até atos de
indisciplina. Claro, se o aluno está uniformizado de forma exemplar
ou suas atitudes chamam atenção pela excelência e disciplina, os
monitores podem incentivá-los com observações positivas. Na
verdade não existe nenhuma mágica no sistema, os militares auxiliam
na retomada da disciplina, do respeito e do reconhecimento do bom
comportamento, tudo o que era comum nas escolas tradicionais e hoje
estão em falta no ensino público.
O
sistema já se provou eficiente no ano passado entre as 30 melhores
escolas públicas do país 10 eram Colégios Militares. Provando que,
em contraponto as filosofias educacionais “modernas”, o ensino
realizado de forma tradicional, com reconhecimento do mérito,
valorização dos professores e respeito às regras ainda é a forma
mais eficiente dotar os estudantes dos conhecimentos necessários
tanto ao mercado de trabalho quanto a carreira acadêmica.
Mesmo
com as provas cabais da eficácia dos Colégios Militares e o exemplo
de sucesso no estado vizinho de Goiás, a implantação só projeto
no Distrito Federal vem sofrendo oposição daqueles que deveriam ser
os principais entusiastas, os professores, ou melhor seu sindicato.
De acordo com alguns pais de alunos da Cidade Estrutural, que recebe
um dos pilotos do projeto, membros do sindicato, em reunião com a
comunidade fizeram campanha aberta contra a administração militar
nas escolas da cidade. Segundo relatos os ativistas diziam que as
crianças seriam tratadas de forma truculenta:
“A
professora falou que os policiais colocariam a mão na cabeça das
crianças e que se o cabelo passasse dos dedos a criança não pode
entrar na escola” (Informou
uma mãe que não quis se identificar)
E
preciso ressaltar que, mesmo com o pesado trabalho do SINPRO-DF,
muitos professores são favoráveis as escolas militares e estão
empolgados com a possibilidade do resgate da disciplina nos
estabelecimentos de ensino. Contudo, não podem manifestar-se de
forma efetiva com medo da retaliação da militância organizada, que
apesar de não ser maioria é barulhenta e truculenta.
O
processo desencadeado pelos inimigos do projeto é tão sério que o
SINPRO-DF já incluiu o tema nas palestras de sua “Semana
Pedagógica” que vai do dia 15 até 22 fevereiro. Além disso,
tentam emplacar uma narrativa desfavorável, ao colar na iniciativa
uma imagem autoritária, chegaram a cunhar o termo “Intervenção
Militar nas Escolas”, como se a natureza da ação fosse resultado
de uma imposição antidemocrática. Esquecem, entretanto, que os
Colégios Militares são um anseio da população, que clama por
mudanças profundas no ambiente escolar.
A
oposição também é compartilhada por lideranças da esquerda
brasiliense, que não podem aceitar nenhuma política positiva
relacionada aos militares, principalmente quando tem origem nas
forças estaduais. Afinal, um dos projetos da esquerda, tanto local
quanto nacional, é a extinção das Polícias Militares. Dessa forma
deputados distritais estão realizando ações e manifestado opiniões
contrárias a gestão compartilhada das escolas, entre PM e
Secretaria de Educação.
No
último dia 07, o deputado Fábio Félix (PSol) promoveu uma reunião
pública, com a presença de sindicalistas, profissionais da educação
e parlamentares para discutir o assunto, deixando clara sua
desaprovação a participação dos policiais militares no processo
de ensino. Opinião compartilhada por outros esquerdistas, como
Reginaldo Veras (PDT), que declarou: “Não
é necessário a presença da polícia para estabelecer a ordem em
sala de aula. O trabalho dos profissionais militares é no
policiamento extensivo”.
O
deputado distrital Leandro Grass (Rede) e mirou sua artilharia contra
o projeto, propôs um decreto para suspender o projeto piloto das
escolas militares nos centros educacionais: CED 03 de Sobradinho; CED
308 do Recanto das Emas; CED 01 da Estrutural e o CED 07 da
Ceilândia. Que felizmente não obteve sucesso.
Apesar
de toda oposição, as escolas militares contam com um time forte de
apoiadores, como o próprio Governador Ibaneis, o Chefe da Casa
Militar, Coronel Júlio Cesar, coordenador geral do projeto, bem como
a Capitão Cristiane com sua equipe de policiais militares que estão
operacionalizando a execução de tão ambiciosa mudança de
paradigma. Na câmara legislativa a iniciativa conta com o deputado
Hermeto (PHS), policial militar, o deputado Daniel Donizet (PRP), o
deputado Claudio Abrantes (PDT) o Presidente da Câmara Legislativa
Rafael Prudente (MDB), além da Secretário de Educação, que
coordena junto aos diretores das escolas os primeiros passos da
gestão compartilhada.
Outra
vitória importante para os defensores da nova política de ensino
foi a manifestação de Ministério Público do DF, por meio das
Promotorias de Educação, pela legalidade do projeto-piloto de
gestão compartilhada com a Polícia Militar do DF. As promotoras de
Justiça Cátia Gisele Vergara e Márcia da Rocha, entenderam que o
modelo está em sintonia com os princípios norteadores da educação,
entre os quais a gestão democrática, a universalidade e a
gratuidade do ensino público.
Mesmo
com a oposição do sindicato os pais dos alunos contemplados pelo
projeto vem demonstrando esperança e expectativa na melhora do
ensino. E ao contrário do que poderia se esperar os alunos estão,
em sua maioria, entusiasmados com as mudanças que virão, conforme
tem registrado a imprensa de Brasília. As declarações da
supervisora pedagógica do CED 1 da Estrutural, Luciana Martins,
dadas ao jornal Correio Brasiliense são um reflexo dessa realidade:
“Em todos os anos que eu trabalho nesta escola, nunca tivemos
tantos alunos no primeiro dia de aula. Eles estão ansiosos para
saber como será a nova escola”, comentou. A sete anos na escola
afirmou nunca ter visto os alunos tão animados.
A
PMDF enfrenta um trabalho hercúleo. Não bastassem os desafios
envolvidos na reformulação pedagógica e administrativa decorrentes
do processo de adequação das escolas, as dificuldades na adaptação
de alunos, familiares, professores e funcionários das escolas ao
novo regime. Os policiais enfrentarão um inimigo esguio e traiçoeiro
que, na ânsia de sustentar sua ideologia pouco se importa com os
benefícios à comunidade escolar. Como estão mais comprometidos com
um “mundo melhor”, em um futuro utópico, os membros do sindicato
dos professores e da esquerda candanga, não se importam em quebrar
alguns ovos para fazer o omelete, mesmo que neste caso, os ovos,
sejam a vida de uma geração de crianças e adolescentes.
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1 Comentários
Gostaria de agradecer ao Bonbeiros DF pela publicação do artigo. É uma honra ter um texto meu divulgado por vocês
ResponderExcluirObrigado pela sugestão.