O
presidente Jair Bolsonaro deve assinar na
próxima terça-feira (19), em Washington, o Acordo
de Salvaguardas Tecnológicas entre Brasil e Estados Unidos, ao
lado do presidente norte-americano Donald Trump. A medida permitirá
o uso comercial da base de lançamentos aeroespaciais de
Alcântara (MA). Estima-se que, em todo o mundo, exista uma média de
42 lançamentos comerciais de satélites por ano.
Esse
mercado movimentou, apenas em 2017, cerca de US$ 3 bilhões, um
crescimento de mais de 16% em relação ao ano anterior, segundo
dados da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos.
“O
Brasil vai entrar no mercado de lançamento de satélites. Há anos,
o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos aguarda o acordo de
salvaguardas com os americanos. Nossa expectativa é de que
passaremos a exportar serviços relacionados a essa indústria”,
afirmou o gerente-executivo de Assuntos Internacionais da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diego Bonomo.
A
Base de Alcântara é internacionalmente reconhecida como um ponto
estratégico para o lançamento de foguetes, por estar localizada em
latitude privilegiada na zona equatorial, o que permite uso
máximo da rotação da Terra para impulsionar os lançamentos.
Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), o uso do local pode
significar uma redução de 30% no uso de combustível, em
comparação a outros locais de lançamentos em latitudes mais
elevadas.
A
partida do presidente para os Estados Unidos está marcada para as 8h
de hoje (17), na Base Aérea de Brasília. Acompanhado de seis
ministros, Bolsonaro deve chegar a Washington às 16h (horário
local). O presidente ficará hospedado na Blair House, palácio
que faz parte do complexo da Casa Branca.
A
comitiva brasileira será integrada pelos ministros Ernesto
Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Sergio
Moro (Justiça e Segurança Pública), Augusto Heleno (Gabinete de
Segurança Institucional), Tereza Cristina (Agricultura) e
Ricardo Salles (Meio Ambiente), além do deputado federal
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Livre
Comércio
O
setor empresarial brasileiro também vê com muita expectativa a
reaproximação entre os dois países. Segundo principal destino das
exportações do Brasil, atrás apenas da China, os Estados
Unidos ocupam a primeira posição no quesito de compras de produtos
industrializados.
O
mercado norte-americano é também onde o Brasil tem o maior número
de empresas no exterior. Cerca de 21% de todo o investimento
estrangeiro no Brasil também provém de empresas estadunidenses.
O
que falta, ainda, segundo os empresários, são acordos
comerciais mais amplos. "Tem uma defasagem entre a dinâmica
empresarial, que é forte entre os dois países, e as ações do
governo. O que não temos ainda são acordos entre os dois governos
para potencializar essa relação", explica Diego Bonomo.
Na
última década, conforme Bonomo, houve acordos de patentes
(2015), de céus abertos, que entrou em vigor no ano passado,
liberando a operação de voos comerciais entre os dois países,
além do acordo previdenciário, também de 2018, que passou a
legalizar a contagem de tempo e de contribuição para aposentadoria
e recebimento de outros benefícios da Previdência de cidadãos
brasileiros que vivem nos EUA e vice-versa.
"São
acordos importantes, mas que não têm um impacto econômico assim
tão grande", afirmou. Em pesquisa recente,
a CNI mostrou que pelo menos 134 grupos de produtos brasileiros
poderiam ser beneficiados com um acordo de livre comércio com os
Estados Unidos que reduzisse ou zerasse as tarifas de importação
entre os dois países.
A
pauta empresarial também inclui o desejo por um acordo para evitar a
dupla tributação (ADT) de produtos e serviços
comercializados entre os dois países, bem como remessa de
lucros e dividendos, além de um acordo de cooperação para
facilitação de investimentos (ACFI), que prevê medidas
para aumentar a segurança jurídica dos negócios bilaterais.
Janela
de oportunidade
Os
gestos de aproximação entre Bolsonaro e Trump são vistos como uma
oportunidade de destravar acordos mais ambiciosos entre os dois
países.
"Vamos
ver o que vai sair na declaração conjunta entre os dois, porque
isso é o que vai determinar e ditar o ritmo da relação pelos
próximos 6 a 12 meses. Ano que vem tem eleições presidenciais nos
EUA, então é importante aproveitar ao máximo essa janela de
oportunidade de aproximação política entre os dois países",
avaliou Bonomo.
O
gerente de assuntos internacionais da CNI destacou que o atual
presidente dos EUA nem precisa de autorização do Congresso para
negociar acordos comerciais com outros países, já que a Autorização
para a Promoção de Comércio (TDA, na sigla em inglês) foi
aprovada pelo Legislativo do país ainda na gestão de Barack Obama,
e tem validade até 2021.
"Se
a gente quiser ter essa ambição e lançar a negociação
com eles, o Trump nem depende do Congresso dos EUA e pode deslanchar
esse processo", destacou.
Com
informações da Agência Brasil.
Leia também: BOLSONARO REFORÇA APOIO À OPERAÇÃO LAVA JATO
1 Comentários
Brasil crescendo e a PTRALHADA se mordendo!
ResponderExcluirObrigado pela sugestão.