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TRUMP EXIGE QUE MILITARES RUSSOS DEIXEM A VENEZUELA


Presidente dos EUA repete que não descarta intervenção militar para tirar Maduro do poder. Rússia considera declarações inaceitáveis e "intromissão nas relações de duas nações soberanas".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que soldados russos precisam deixar a Venezuela, poucos dias depois de aviões militares da Rússia, com quase cem soldados a bordo, chegarem aos arredores de Caracas. Ele acrescentou que "todas as opções" estão em aberto para que essa saída se concretize, mais uma vez não descartando uma intervenção militar para derrubar o regime de Nicolás Maduro. 
"A Rússia precisa sair", disse Trump a repórteres, durante encontro com Fabiana Rosales, esposa do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela.
A Rússia qualificou a declaração de Trump de inaceitável. "Trump está se metendo nas relações bilaterais de dois países soberanos", disse o líder da Comissão de Relações Internacionais do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento), Constantin Cossatchov. Segundo Cossatchov, Trump está tentando ditar à Rússia o que ela deve ou não fazer. Ele disse ainda que as relações entre Moscou e Caracas e a cooperação militar dos dois países respeitam o direito internacional.
Dois aviões militares russos aterrissaram na Venezuela no fim de semana passado. Segundo a imprensa do país sul-americano, as aeronaves Antonov 124 e Ilyushin 62 transportavam 99 militares e uma carga de 35 toneladas de equipamento militar.
Já na segunda-feira o governo americano havia criticado duramente o apoio russo a Maduro e o envio de forças militares à Venezuela, um país rico em petróleo que há anos está mergulhado em caos econômico e humanitário. O Departamento de Estado dos EUA afirmou que não vai assistir de braços cruzados à Rússia acirrando as tensões na Venezuela. O vice-presidente americano, Mike Pence, chamou o envio das aeronaves de provocação.
A Rússia está entre os países que apoiam o regime de Maduro. EUA, Alemanha, vários países da União Europeia e da América Latina, como o Brasil, reconheceram Guaidó como legítimo presidente interino.
Apesar do apoio internacional, o líder oposicionista venezuelano não conseguiu estabelecer uma base de poder dentro do país. Com novas manifestações em massa planejadas para o fim de semana, Guaidó quer aumentar a pressão sobre Maduro, que conta com o apoio dos militares.
Há semanas, o governo americano pressiona pela saída de Maduro, especialmente por meio de sanções econômicas ao seu entorno. Questionado por jornalistas se os Estados Unidos estão considerando elevar ainda mais as sanções econômicas ao entorno de Maduro, Trump disse que, mais pressão do que a atual, só se for por meios militares. "Todas as opções estão em aberto", afirmou.
Trump afirmou que a Venezuela tem um grande potencial, mas que tudo foi destruído pela liderança de Maduro. "Eles não têm dinheiro, não têm água, nada. Estão sofrendo muita pressão no momento. Eles não têm eletricidade", enumerou. Desde segunda-feira, vastas áreas do país sofrem com o segundo apagão deste mês.
O secretário de Estado, Mike Pompeo, previu, em depoimento ao Congresso americano, que a crise econômica e política deverá resultar no êxodo de mais 2 milhões de venezuelanos. Mais de 3 milhões já cruzaram a fronteira rumo a outros países.
Fonte: DW

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