Taxa Selic não foi alterada pela nona vez seguida
Pela
nona vez seguida, o Banco Central (BC) não alterou os juros básicos
da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária
(Copom) manteve a taxa Selic em 6,5% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
Com
a decisão de hoje (8), a Selic continua no menor nível desde o
início da série histórica do Banco Central, em 1986. De outubro de
2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a
ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de
2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos
da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018.
A
Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob
controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA). Em março, o indicador fechou em 4,58% no acumulado de 12 meses. O índice subiu pressionado por alimentos e transportes. O IPCA de
abril só será divulgado em 10 de maio.
Para
2019, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de
inflação de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto
percentual. O IPCA, portanto, não poderá superar 5,75% neste ano
nem ficar abaixo de 2,75%. A meta para 2020 foi fixada em 4%, também
com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Inflação
No Relatório de inflação divulgado
no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária estima
que o IPCA encerrará 2019 em 3,9% e
continuará baixo até 2021. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a
inflação oficial deverá fechar o ano em 4.04%.
Crédito
mais barato
A
redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores
barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um
cenário de baixa atividade econômica. No último Relatório de Inflação,
o BC projetava expansão da economia de 2% para
este ano. Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos preveem crescimento de 1,49% do Produto Interno Bruto (PIB,
soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2019.
A
taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos
no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de
referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la
para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona
os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito
e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da
inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa
estar segura de que os preços estão sob controle e não correm
risco de subir.
Fonte: EBC
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